A onda de apoio a Zelenskyy surge depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, o ter apelidado de "ditador" e criticado o facto de não terem sido realizadas eleições no ano ado, quando o seu mandato expirou, apesar de a Ucrânia estar sujeita à lei marcial.
A legitimidade de Volodymyr Zelenskyy como presidente da Ucrânia tem sido apoiada por toda a Europa, depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, o ter apelidado de ditador.
Os comentários de Trump, num post na rede social Truth Social, surgiram um dia depois de Zelenskyy ter dito que Trump estava a viver numa "bolha" de desinformação russa.
Na quarta-feira, Trump questionou a posição de Zelenskyy como presidente depois de o seu mandato ter expirado em maio do ano ado e não terem sido convocadas novas eleições.
Trump disse que Zelenskyy deveria "agir rapidamente" para negociar o fim da guerra de três anos ou arriscar-se a não ter uma nação para liderar.
A Ucrânia está sob lei marcial desde a invasão russa em fevereiro de 2022 e a Constituição do país impede a realização de eleições nestas circunstâncias.
A Comissão Europeia afirmou que "a Ucrânia é uma democracia" e que Zelenskyy é um líder eleito de forma "justa".
"Temos uma posição muito direta e clara sobre este assunto: o presidente Zelenskyy foi legitimamente eleito em eleições livres, justas e democráticas", disse o porta-voz adjunto da Comissão Europeia, Stefan de Keersmaecker, aos jornalistas na quinta-feira.
Keersmaecker afirmou ainda que não é possível acabar com a guerra sem envolver a Ucrânia e a Europa nas negociações.
"Não pode haver solução para a Ucrânia sem o envolvimento da Ucrânia e sem o envolvimento da União Europeia. A segurança da Ucrânia é a segurança da União Europeia", afirmou.
A delegação dos EUA reuniu-se com diplomatas russos na Arábia Saudita para conversações na terça-feira, sem que fossem convidados representantes da Ucrânia ou da Europa.
Também esta quinta-feira, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer manifestou o seu apoio a Zelenskyy como “líder democraticamente eleito” da Ucrânia.
“O primeiro-ministro expressou o seu apoio ao presidente Zelenskyy como líder democraticamente eleito da Ucrânia e disse que era perfeitamente razoável suspender as eleições em tempo de guerra, como o Reino Unido fez durante a Segunda Guerra Mundial”, lê-se num comunicado de Downing Street.
O comunicado refere ainda que Starmer e Zelenskyy falaram ao telefone na quarta-feira à noite, tendo Starmer dito a Zelenskyy que "todos têm de trabalhar em conjunto".
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou no X que "a Ucrânia deve ser sempre incluída e os seus direitos respeitados", ao delinear três condições que descreveu como "os esforços da França para a paz".
Tanto Macron como Starmer deverão deslocar-se à Casa Branca no início da próxima semana para discutir os esforços para pôr fim à guerra na Ucrânia.
Em Bratislava, o presidente da Eslováquia, Peter Pellegrini, também exigiu que a Ucrânia tenha voz ativa nas negociações de cessar-fogo.
"A Ucrânia, enquanto país afetado pelo conflito, deve participar nas discussões. No entanto, estou convencido de que a União Europeia também deve estar à mesa das negociações com as suas próprias propostas sobre a forma de contribuir para a sustentabilidade da paz e a prevenção de novos conflitos", disse aos jornalistas.
Também em Bratislava esteve o secretário-geral da NATO, que elogiou a liderança da Ucrânia durante a guerra.
"Só posso dizer que tenho o maior respeito pelo que a Ucrânia está a fazer e a ar", disse Mark Rutte aos estudantes da Universidade Comenius.
"Desde o primeiro dia, lutaram onde Putin pensaria que, em três ou quatro dias, teriam de ceder e não o fizeram. Lutaram e conseguiram recuperar grande parte do país que Putin conseguiu conquistar em fevereiro de 2022".
Rutte afirmou ainda que está a colaborar "ativa e intensamente" com os membros da aliança da NATO para aumentar as suas despesas com a defesa e garantir que todas as nações da organização atingem o objetivo de 2%.
Os membros da NATO comprometeram-se, em 2014, a gastar pelo menos 2% do PIB na defesa.
Rutte afirmou que 23 dos 32 membros atingiram o objetivo e avisou que os que ainda não contribuem com 2% terão de o fazer até ao "próximo verão".
Entretanto, a conferência de imprensa com o enviado de Donald Trump para a Ucrânia e Zelenskyy foi cancelada a pedido da delegação norte-americana, de acordo com as autoridades de Kiev.
Zelenskyy e o general norte-americano reformado Keith Kellogg deveriam ter falado à imprensa após o encontro na capital ucraniana.
No entanto, o porta-voz do presidente ucraniano, Serhii Nikiforov, afirmou que a conferência tinha sido cancelada. A delegação dos EUA não fez qualquer comentário sobre o motivo.