Esta sexta-feira não se comemora só o Dia dos Namorados, é também Dia Nacional do Doente Coronário. No ano ado, foram recolhidos em Portugal 60 corações, dos quais 58 foram transplantados no país.
Portugal realizou um número recorde de transplantes de coração em 2024. Os números foram fornecidos à agência Lusa por Nuno Gaibino, coordenador nacional de transplantação do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).
Ao todo, foram recolhidos 60 corações em Portugal ao longo do ano, dos quais 58 foram transplantados com sucesso no país e dois foram utilizados em transplantes em Espanha, por não haver em Portugal recetores compatíveis.
Há quatro hospitais em Portugal com unidades de transplante cardíaco - o Hospital de Santa Cruz (Carnaxide), o Hospital de Santa Marta (Lisboa), o Hospital de São João (Porto) e a Unidade Local de Saúde de Coimbra.
A divulgação oficial destes dados está marcada para o dia 9 de abril, mas o IPST decidiu dá-los já a conhecer: "Este número reflete essencialmente um trabalho de equipa e da rede nacional de doação e transplantação e, nomeadamente, das quatro unidades de transplantação cardíaca que têm vindo a ter uma proficiência muito semelhante a nível nacional", diz Gaibino.
Dia Nacional do Doente Coronário
Esta sexta-feira, comemora-se o Dia Nacional do Doente Coronário, que a Fundação Portuguesa de Cardiologiaassinala no seu site com uma nota do médico Carlos Catarino, que diz que, “apesar de algum decréscimo nas últimas décadas, as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal” - uma data que curiosamente coincide com outra que também associamos ao coração, o Dia de São Valentim (Dia dos Namorados).
Catarino adianta que a população portuguesa é particularmente vulnerável à doença coronária, já que “70% da população adulta tem colesterol elevado, 20% é fumadora, mais de 30% é obesa, mais de 27% é hipertensa, a maioria é sedentária (Portugal é o país da União Europeia com menos praticantes de actividade física) e o número de diabéticos tem vindo a aumentar consideravelmente”.
Nuno Gaibino também concorda que Portugal tem "uma forte carga" de doença cardiovascular e a insuficiência cardíaca é um problema, além das doenças congénitas, e, muitas vezes, o transplante do coração é "segunda vida" que se pode dar a estes doentes.
Diz ainda que "o grande problema" é a escassez de órgãos, porque as equipas "têm uma capacidade de resposta muito acima daquela que foi feita", mas estão limitadas por esta razão.
Quanto aos doentes que aguardam por um transplante cardíaco em Portugal, disse serem, atualmente, cerca de 60.