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Plano de Donald Trump para Gaza desestabilizaria o Médio Oriente e a Europa, dizem analistas

Palestinianos caminham na destruição causada pela ofensiva aérea e terrestre israelita em Jabaliya, Faixa de Gaza, quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025.
Palestinianos caminham na destruição causada pela ofensiva aérea e terrestre israelita em Jabaliya, Faixa de Gaza, quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025. Direitos de autor Abdel Kareem Hana/Copyright 2025, The AP. All rights reserved
Direitos de autor Abdel Kareem Hana/Copyright 2025, The AP. All rights reserved
De Amandine Hess
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O ministro israelita da Defesa ordenou ao exército que se preparasse para a "partida voluntária" dos habitantes do enclave palestiniano.

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As declarações de Donald Trump sobre a Faixa de Gaza não caíram em saco roto: o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, já ordenou ao exército que se prepare para a "partida voluntária" dos habitantes de Gaza.

Controlo norte-americano da Faixa de Gaza, expulsão dos habitantes para os países vizinhos e transformação do enclave palestiniano na "Riviera do Médio Oriente": é este o plano do presidente dos EUA.

Deslocação forçada

Apesar de a Casa Branca ter, entretanto, relativizado estas declarações, a preocupação mantém-se.

"O que Trump está a propor é claramente catastrófico para Gaza, mas também seria desestabilizador para os países da região", afirma Hugh Lovatt, investigador do Conselho Europeu de Relações Externas (ECFR), à Euronews.

O presidente dos EUA sugeriu em várias ocasiões que 1,8 milhões de habitantes de Gaza poderiam ser deslocados para os países vizinhos. Esta proposta faz lembrar as deslocações forçadas que tiveram lugar após a criação do Estado de Israel, em 1948 e 1967.

"Imaginem um milhão de habitantes de Gaza a serem deslocados para o Egito, um país com possibilidades económicas limitadas, um país com o qual os próprios habitantes de Gaza têm poucos laços, para além do facto de serem vizinhos. Será que as pessoas pensam mesmo que um milhão de refugiados de Gaza vai ficar no Egito? Não. Milhares deles, dezenas de milhares de pessoas, vão procurar melhorar as suas perspetivas económicas noutros locais, incluindo na Europa", diz Lovatt.

Para muitos especialistas, este plano é contrário ao direito internacional: "A deslocação forçada e a limpeza étnica não são permitidas pelo direito internacional", afirma Michael Wahid Hanna, diretor do programa dos EUA no International Crisis Group. "Isto constitui um crime de guerra. Um crime internacional".

Críticas

O Egito e a Jordânia têm rejeitado repetidamente a deslocação dos habitantes de Gaza do enclave: "Seria extremamente controverso entre os povos árabes, que o veriam como uma ajuda e um incentivo à limpeza étnica dos palestinianos da sua terra", disse Michael Wahid Hanna à Euronews.

"No caso do Egito, por exemplo, seria extremamente controverso no seio das forças militares e de segurança, que há muito consideram a questão de Gaza e a deslocação dos habitantes de Gaza como uma espécie de linha vermelha", acrescenta. Além disso, este plano é "irrealista" e "ilusório", segundo Hugh Lovatt.

"Temos de falar sobre os planos do presidente Trump porque ele é o presidente americano e pode dedicar-lhes uma energia política e económica significativa. Mas, no fim de contas, é uma distração do importante trabalho de assegurar e manter um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, estabilizar Gaza, acabar com a governação do Hamas de forma real e duradoura, e desbloquear a paz israelo-palestiniana e regional", garante o investigador.

A União Europeia tem-se mantido em silêncio, limitando-se a reiterar o seu apoio à solução de dois Estados e a afirmar que a Faixa de Gaza é parte integrante de um futuro Estado palestiniano.

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