Ilir Meta diz acreditar plenamente na sua total inocência, na sequência da sua detenção pela Procuradoria Especial para a Corrupção (SPAK).
O antigo presidente albanês, Ilir Meta, foi detido em Tirana pela Procuradoria Especial para a Corrupção (SPAK), por alegadas acusações de corrupção.
Meta está a ser investigado pelos crimes de corrupção, branqueamento de capitais e ocultação de rendimentos e bens pessoais, segundo o seu advogado Genc Gjokutaj.
Os meios de comunicação social locais divulgaram imagens da detenção de Meta, que regressava a Tirana, vindo do vizinho Kosovo, antes de dar uma conferência de imprensa. O vídeo mostra agentes da polícia a arrastarem à força o ex-presidente do interior do seu veículo.
Ilir Meta é o líder do Partido da Liberdade, de esquerda, da Albânia, e foi presidente do país de 2017 a 2022. Tem sido um opositor declarado do governo do primeiro-ministro Edi Rama, acusando-o de gerir um “regime cleptocrático” e de concentrar todos os poderes legislativos, istrativos e judiciais nas suas mãos.
Na rede social X, Ilir Meta disse que o seu “rapto de hoje, da forma mais bandida, revela o pânico do regime ditatorial quando confrontado com a verdade”, e acrescentou ter "plena fé na minha total inocência”.
O secretário-geral do partido, Tedi Blushi, qualificou o ato como “um rapto criminoso”. O advogado de Meta também condenou a forma como o político foi detido.
“Foi raptado na estrada, como fazem os bandos”, declarou Genc Gjokutaj, que explicou que “o comportamento demonstrado para com ele foi extremamente contrário à lei”.
Não é a primeira vez que o ex-presidente é investigado pela SPAK. Anteriormente, foi investigado por alegada atividade ilegal de lóbi nos Estados Unidos, sendo que o político albanês e a sua ex-mulher foram também investigados por alegada ocultação de património pessoal.
O advogado do político afirmou que a detenção tinha motivações políticas e acredita que o primeiro-ministro, Edi Rama, e o diretor da SPAK, Altin Dumani, estão envolvidos na formulação na decisão de prender o antigo presidente.
Também o presidente do Partido Democrático, Salji Beriša, reflete este sentimento, afirmando que a detenção de Meta foi orquestrada pelo primeiro-ministro Edi Rama, que “procura atingir os seus adversários políticos”.
A corrupção tem ensombrado a política albanesa desde a queda do comunismo nos anos 90, impedindo o desenvolvimento democrático, económico e social do país.