O decréscimo da população foi o principal assunto discutido no Congresso das Pequenas Ilhas da Grécia.
As ilhas mais pequenas do Egeu, na Grécia, enfrentam graves problemas de desertificação e baixas taxas de natalidade. O alerta foi dado pelos autarcas destas ilhas, que se reuniram no 15º Congresso das Pequenas Ilhas, em Milos.
Em algumas destas ilhas há menos nascimentos do que mortes, com as consequências já a fazerem-se sentir. Um dos exemplos desta situação é a ilha de Agios Efstratios, com menos de 250 habitantes.
‘’Não há raparigas na ilha, ou pelo menos não há mais de duas mulheres com menos de 30 anos, e o mesmo acontece com os rapazes”, diz o presidente da Câmara da ilha, Kostas Sinanis.
“Precisamos de procurar incentivos que tragam os jovens rapazes e raparigas de volta à ilha, o lugar onde nasceram e foram criados, para criarem a sua família”, afirmou ainda, referindo que só houve dois nascimentos nos últimos três anos.
Apesar de as pequenas ilhas serem particularmente afetadas, a baixa natalidade afeta todo o país. Está muito abaixo dos 2,5 necessários para o crescimento populacional. As previsões económicas indicam que a força de trabalho deverá diminuir em metade até 2100.
''Se não fizermos alguma coisa, daqui a cerca de 25 anos, daqui a duas décadas, um terço da população vai ter mais de 65 anos e em 2050 seremos menos 2,5 milhões”, diz Michalis Vlastakaris, que é diretor de marketing e comunicação do Grupo Eurobank.
“Não é preciso ter estudado finanças para compreender as consequências destas projeções nos indicadores económicos: no PIB, na força de trabalho, no sistema de seguros, nas pensões, na saúde e na educação, até porque vai haver menos escolas”, acrescentou
A Grécia planeia gastar 20 mil milhões de euros até 2035 em incentivos para travar este declínio da população. Segundo o Ministério da Coesão Social e da Família, as medidas vão incluir benefícios pecuniários e fiscais.