{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/09/03/negocio-ou-esquema-o-que-diz-a-auditoria-da-inspecao-geral-de-financas-as-contas-da-tap" }, "headline": "Neg\u00f3cio ou esquema? O que diz a auditoria da Inspe\u00e7\u00e3o-Geral de Finan\u00e7as \u00e0s contas da TAP", "description": "Auditores dizem que TAP foi comprada com uma garantia da pr\u00f3pria empresa. Companhia fez ainda um contrato \u0022simulado\u0022 que, na pr\u00e1tica, serviu para pagar 4,3 milh\u00f5es a tr\u00eas es. 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Os socialistas querem tamb\u00e9m ouvir no Parlamento a ex-ministra das Finan\u00e7as Maria Lu\u00eds Albuquerque - agora indicada pelo Governo para comiss\u00e1ria europeia.O l\u00edder parlamentar do Chega tamb\u00e9m classificou como \u0022uma trapalhada\u0022 o neg\u00f3cio da privatiza\u00e7\u00e3o da TAP e acusou o primeiro-ministro de ser c\u00famplice porque quando chamou Miguel Pinto Luz para o Governo \u0022sabia quem estava a nomear\u0022.Pedro Pinto considerou que a posi\u00e7\u00e3o do ministro Miguel Pinto Luz \u0022fica muito d\u00e9bil\u0022 e defendeu que este deve ser afastado do processo de reprivatiza\u00e7\u00e3o da companhia a\u00e9rea, pois \u0022n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es pol\u00edticas\u0022 para continuar a acompanhar esse dossi\u00ea.Al\u00e9m de Miguel Pinto Luz, o Chega quer tamb\u00e9m chamar \u00e0 Assembleia da Rep\u00fablica a antiga ministra das Finan\u00e7as Maria Lu\u00eds Albuquerque, e os auditores da IGF que elaboraram o relat\u00f3rio.Pela Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva considerou que o relat\u00f3rio da IGF \u0022n\u00e3o traz grandes novidades\u0022, salientando que o documento resulta do trabalho da comiss\u00e3o de inqu\u00e9rito \u00e0 gest\u00e3o da TAP e que agora cabe ao Minist\u00e9rio P\u00fablico (MP) \u0022avaliar a licitude ou n\u00e3o\u0022 dos procedimentos em causa.O deputado liberal remeteu para o primeiro-ministro a necessidade de eventuais consequ\u00eancias pol\u00edticas ap\u00f3s a divulga\u00e7\u00e3o do relat\u00f3rio da Inspe\u00e7\u00e3o-Geral de Finan\u00e7as (IGF).J\u00e1 a coordenadora do Bloco de Esquerda considerou que Pinto Luz \u00e9 um \u0022ativo t\u00f3xico\u0022 no Governo que \u0022n\u00e3o tem idoneidade\u0022 para gerir o dossi\u00ea da TAP.Para Mariana Mort\u00e1gua \u0022cabe agora ao primeiro-ministro decidir\u0022 o futuro do governante, uma vez que este \u00e9 um \u0022ministro que esteve envolvido no ado com um neg\u00f3cio ruinoso para a TAP e n\u00e3o pode ter qualquer coisa a ver com a gest\u00e3o da TAP no presente\u0022.Tal como o PS e o Chega, os bloquistas tamb\u00e9m pediram a audi\u00e7\u00e3o parlamentar de Miguel Pinto Luz e Maria Lu\u00eds Albuquerque.Na mesma senda, a l\u00edder parlamentar do Livre considerou que a TAP ter sido comprada com o pr\u00f3prio dinheiro da empresa foi \u0022uma chico-espertice\u0022. Isabel Mendes Lopes considerou tamb\u00e9m que os respons\u00e1veis p\u00fablicos \u00e0 altura da privatiza\u00e7\u00e3o \u0022sabiam e foram c\u00famplices deste esquema\u0022.A deputada do Livre sublinhou ainda que \u0022\u00e9 muito importante que a investiga\u00e7\u00e3o do Minist\u00e9rio P\u00fablico seja feita o mais r\u00e1pido poss\u00edvel\u0022.Por seu lado, a porta-voz do PAN defendeu que Pinto Luz deve ser afastado da gest\u00e3o do dossi\u00ea da reprivatiza\u00e7\u00e3o da TAP, considerando que o ministro \u0022n\u00e3o tem idoneidade pol\u00edtica\u0022 para continuar a acompanh\u00e1-lo.In\u00eas de Sousa Real reiterou que \u0022\u00e9 fundamental que todos os esclarecimentos sejam prestados\u0022 e anunciou que o partido vai chamar tamb\u00e9m ao Parlamento o antigo presidente da Parp\u00fablica bem como o atual ministro das Finan\u00e7as, Joaquim Miranda Sarmento, para que esclare\u00e7a \u0022o que \u00e9 que o Minist\u00e9rio das Finan\u00e7as vai fazer para garantir o interesse p\u00fablico\u0022 e para evitar \u0022\u00e1reas cinzentas\u0022 na \u0022legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel a este tipo de contratos e de reprivatiza\u00e7\u00f5es\u0022.A l\u00edder parlamentar do P tamb\u00e9m defendeu que \u0022\u00e9 preciso tirar consequ\u00eancias, e desde logo consequ\u00eancias pol\u00edticas\u0022, desta auditoria.Paula Santos afirmou ainda que \u0022n\u00e3o deixa de ser significativo que uma das principais respons\u00e1veis e que deu cobertura a este crime seja agora indicada para comiss\u00e1ria europeia\u0022, referindo-se a Maria Lu\u00eds Albuquerque.TAP fez \u0022neg\u00f3cio simulado\u0022 para pagar aos pr\u00f3prios esPara al\u00e9m da suspeita de que a TAP ter\u00e1 sido comprada com garantias da pr\u00f3pria empresa, o relat\u00f3rio da IGF aponta ainda para que as remunera\u00e7\u00f5es dos gestores da TAP, no per\u00edodo em que foi parcialmente privatizada, foram pagas recorrendo a um contrato de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os \u0022simulado\u0022 com uma empresa de David Neelman.Segundo o relat\u00f3rio, este procedimento \u0022afigura-se irregular no pagamento/recebimento das remunera\u00e7\u00f5es aos membros do Conselho de istra\u00e7\u00e3o, que, assim, eximiram-se \u00e0s responsabilidades quanto \u00e0 tributa\u00e7\u00e3o em sede de IRS e contribui\u00e7\u00f5es para a Seguran\u00e7a Social\u0022.Ou seja, desta forma foi poss\u00edvel pagar 4,3 milh\u00f5es em pr\u00e9mios e remunera\u00e7\u00f5es a tr\u00eas es (Neelman, Humberto Pedrosa e David Pedrosa), que n\u00e3o ficaram registados como tal e n\u00e3o pagaram os impostos a que estavam obrigados.", "dateCreated": "2024-09-03T14:42:59+02:00", "dateModified": "2024-09-03T19:06:53+02:00", "datePublished": "2024-09-03T18:18:35+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F69%2F97%2F16%2F1440x810_cmsv2_4c1299a7-8168-5c6d-a780-1342f27b3c0b-8699716.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Governo de Pedro os Coelho foi respons\u00e1vel pelo processo de privatiza\u00e7\u00e3o da TAP em 2015", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F69%2F97%2F16%2F432x243_cmsv2_4c1299a7-8168-5c6d-a780-1342f27b3c0b-8699716.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "name": "Joana Mour\u00e3o Carvalho" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
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Negócio ou esquema? O que diz a auditoria da Inspeção-Geral de Finanças às contas da TAP

Governo de Pedro os Coelho foi responsável pelo processo de privatização da TAP em 2015
Governo de Pedro os Coelho foi responsável pelo processo de privatização da TAP em 2015 Direitos de autor AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Joana Mourão Carvalho
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Auditores dizem que TAP foi comprada com uma garantia da própria empresa. Companhia fez ainda um contrato "simulado" que, na prática, serviu para pagar 4,3 milhões a três es. Caso já seguiu para o Ministério Público.

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A Inspeção-Geral de Finanças (IGF), que concluiu a auditoria às contas da TAP, ite suspeitas de crime na privatização da companhia aérea, em 2015, e também durante a gestão de David Neelman e Humberto Pedrosa.

De acordo com o relatório, que foi avançado na noite desta segunda-feira pela SIC, o negócio de compra da TAP por David Neelman foi financiado com um empréstimo de 226 milhões de dólares da Airbus, em troca da compra de 53 aviões à fabricante de aeronaves europeia, sendo que a companhia aérea dava a garantia ao crédito.

A TAP ficava obrigada a pagar os 226 milhões de dólares emprestados a Neelman, se o empresário não comprasse os aviões.

O esquema permitiu contornar o Código das Sociedades Comerciais que impede a cedência de empréstimos ou fundos a um terceiro para que este adquira ações próprias.

No documento, a IGF refere que a Atlantic Gateway, consórcio de David Neeleman e Humberto Pedrosa, adquiriu 61% do capital da TAP, SGPS, "comprometendo-se a proceder à sua capitalização através de prestações suplementares de capital, das quais 226,75 milhões de dólares americanos foram efetuadas através da sócia DGN Corporation (DGN) com fundos obtidos da Airbus".

O montante de capitalização, denuncia a IGF, "coincide com o valor da penalização (226,75 MUSD) assumida pela TAP, SA, em caso de incumprimento dos acordos de aquisição das 53 aeronaves (A320 e A330), o que evidencia uma possível relação de causalidade entre a aquisição das ações e a capitalização da TAP, SGPS e os contratos celebrados entre a TAP, SA e a Airbus".

A auditoria também dá nota de que a operação era do conhecimento da Parpública, que junta as participações empresariais do Estado, e dos titulares das Finanças e das Infraestruturas do então Governo liderado por Pedro os Coelho. Na altura, a ministra das Finanças era Maria Luís Albuquerque - nome escolhido por Luís Montenegro na semana ada para comissária europeia - e Miguel Pinto Luz, atual ministro das Infraestruturas e Habitação, era Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações.

A IGF sugere o envio do relatório ao Ministério Público para investigação, sobretudo tendo em conta as conclusões relacionadas com o processo de privatização da TAP. O Governo confirmou o envio do relatório ao Ministério Público e à Assembleia da República após o ter recebido na semana ada, revelou esta terça-feira o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

Ministro e futura comissária debaixo de fogo

A oposição, que já reagiu às conclusões do relatório, exigiu explicações a Miguel Pinto Luz e a Maria Luís Albuquerque e defendeu que nenhum tem condições para exercer funções públicas.

A líder parlamentar do PS desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro Luís Montenegro a esclarecer se mantém a confiança política no ministro Miguel Pinto Luz para dirigir a privatização da TAP, alegando que já que participou num processo semelhante "envolto em suspeitas", em 2015, então como secretário de Estado.

"A pessoa que hoje está a conduzir novamente a privatização da TAP é a pessoa que em 2015 conduziu a privatização da TAP com esta falta de transparência, com este negócio que agora tudo aponta que tem graves suspeitas de falta de transparência de utilização de dinheiro da própria TAP para comprar a empresa", criticou.

Alexandra Leitão anunciou que o PS vai pedir a audição do agora ministro das Infraestruturas e Habitação. Os socialistas querem também ouvir no Parlamento a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque - agora indicada pelo Governo para comissária europeia.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que era secretário de Estado das Infraestruturas aquando da privatização da TAP
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que era secretário de Estado das Infraestruturas aquando da privatização da TAPFlickr/PSD

O líder parlamentar do Chega também classificou como "uma trapalhada" o negócio da privatização da TAP e acusou o primeiro-ministro de ser cúmplice porque quando chamou Miguel Pinto Luz para o Governo "sabia quem estava a nomear".

Pedro Pinto considerou que a posição do ministro Miguel Pinto Luz "fica muito débil" e defendeu que este deve ser afastado do processo de reprivatização da companhia aérea, pois "não tem condições políticas" para continuar a acompanhar esse dossiê.

Além de Miguel Pinto Luz, o Chega quer também chamar à Assembleia da República a antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, e os auditores da IGF que elaboraram o relatório.

Pela Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva considerou que o relatório da IGF "não traz grandes novidades", salientando que o documento resulta do trabalho da comissão de inquérito à gestão da TAP e que agora cabe ao Ministério Público (MP) "avaliar a licitude ou não" dos procedimentos em causa.

O deputado liberal remeteu para o primeiro-ministro a necessidade de eventuais consequências políticas após a divulgação do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF).

Já a coordenadora do Bloco de Esquerda considerou que Pinto Luz é um "ativo tóxico" no Governo que "não tem idoneidade" para gerir o dossiê da TAP.

Para Mariana Mortágua "cabe agora ao primeiro-ministro decidir" o futuro do governante, uma vez que este é um "ministro que esteve envolvido no ado com um negócio ruinoso para a TAP e não pode ter qualquer coisa a ver com a gestão da TAP no presente".

Tal como o PS e o Chega, os bloquistas também pediram a audição parlamentar de Miguel Pinto Luz e Maria Luís Albuquerque.

Na mesma senda, a líder parlamentar do Livre considerou que a TAP ter sido comprada com o próprio dinheiro da empresa foi "uma chico-espertice".

Isabel Mendes Lopes considerou também que os responsáveis públicos à altura da privatização "sabiam e foram cúmplices deste esquema".

A deputada do Livre sublinhou ainda que "é muito importante que a investigação do Ministério Público seja feita o mais rápido possível".

Por seu lado, a porta-voz do PAN defendeu que Pinto Luz deve ser afastado da gestão do dossiê da reprivatização da TAP, considerando que o ministro "não tem idoneidade política" para continuar a acompanhá-lo.

Inês de Sousa Real reiterou que "é fundamental que todos os esclarecimentos sejam prestados" e anunciou que o partido vai chamar também ao Parlamento o antigo presidente da Parpública bem como o atual ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, para que esclareça "o que é que o Ministério das Finanças vai fazer para garantir o interesse público" e para evitar "áreas cinzentas" na "legislação aplicável a este tipo de contratos e de reprivatizações".

A líder parlamentar do P também defendeu que "é preciso tirar consequências, e desde logo consequências políticas", desta auditoria.

Paula Santos afirmou ainda que "não deixa de ser significativo que uma das principais responsáveis e que deu cobertura a este crime seja agora indicada para comissária europeia", referindo-se a Maria Luís Albuquerque.

Maria Luís Albuquerque acompanhou o processo de privatização da TAP quando era ministra das Finanças
Maria Luís Albuquerque acompanhou o processo de privatização da TAP quando era ministra das FinançasFlickr/PSD

TAP fez "negócio simulado" para pagar aos próprios es

Para além da suspeita de que a TAP terá sido comprada com garantias da própria empresa, o relatório da IGF aponta ainda para que as remunerações dos gestores da TAP, no período em que foi parcialmente privatizada, foram pagas recorrendo a um contrato de prestação de serviços "simulado" com uma empresa de David Neelman.

Segundo o relatório, este procedimento "afigura-se irregular no pagamento/recebimento das remunerações aos membros do Conselho de istração, que, assim, eximiram-se às responsabilidades quanto à tributação em sede de IRS e contribuições para a Segurança Social".

Ou seja, desta forma foi possível pagar 4,3 milhões em prémios e remunerações a três es (Neelman, Humberto Pedrosa e David Pedrosa), que não ficaram registados como tal e não pagaram os impostos a que estavam obrigados.

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