Almirante apresentou a candidatura a Belém esta quinta-feira, para uma plateia de cerca 400 convidados.
O almirante Henrique Gouveia e Melo lançou esta quinta-feira a candidatura à Presidência da República, com o slogan "Unir Portugal".
Sob o olhar atento de uma plateia onde se sentaram várias figuras da direita - de Isaltino Morais a Ângelo Correia - na Gare Marítima de Alcântara, numa sala com mais de 400 convidados, Gouveia e Melo apresentou-se como o candidato que quer ser um "Presidente diferente" capaz de responder aos ataques à democracia e de "unir os portugueses".
"Estou aqui porque não posso ficar de braços cruzados", disse, no início do discurso.
Assinalando que o mundo mudou muito nos últimos anos, o almirante afirmou que há "nuvens carregadas de incerteza e perigo no horizonte", recordando que a guerra voltou ao continente europeu e que os EUA já não garantem segurança e lançam a incerteza.
Para Gouveia e Melo, há "claros sinais de desencanto na nossa jovem democracia".
"É por tudo isto que estou aqui", declarou, referindo que quer ser um "Presidente diferente, capaz de unir os portugueses" e trazer estabilidade acima de disputas partidárias.
"Vamos fazer do futuro de Portugal a nossa causa comum", disse, a terminar o discurso. A rematar, vários jovens subiram ao palco para cantar com o almirante o hino nacional.
Favorito nas sondagens
Henrique Gouveia e Melo, de 64 anos, teve uma longa carreira militar e destacou-se publicamente no combate à pandemia covid-19 antes de chefiar a Marinha.
Durante um longo período recusou assumir a candidatura à Presidência da República, que confirmou no ado dia 14 de maio, em entrevista à Rádio Renascença. A guerra na Ucrânia, a vitória de Donald Trump e a instabilidade política portuguesa com "governos curtos" foram algumas das razões que avançou para justificar a candidatura a Belém.
"Não temos conseguido ter uma governação estável e, num mundo em mudança, mudando a própria ordem internacional, com uma guerra na Europa e uma instabilidade que põe em causa a própria NATO, que põe em causa o futuro da ordem mundial, todas estas coisas fizeram-me refletir e contribuíram para a minha motivação para avançar", justificou na entrevista à RR.
Mesmo quando ainda não tinha confirmado a sua candidatura, Gouveia e Melo já era o favorito nas sondagens realizadas para as presidenciais de 2026.