O equilíbrio de poder no Parlamento Europeu está a mudar novamente, com o partido de extrema-direita espanhol a ar do grupo dos Conservadores e Reformistas, liderado pelo partido de Meloni, para uma nova aliança potencial liderada pelo partido de Orbán.
O partido de extrema-direita espanhol Vox, que conta atualmente com seis eurodeputados, anunciou oficialmente que vai abandonar o grupo Conservadores e Reformistas Europeus (CRE) para se juntar a uma potencial nova formação liderada pelo partido de Orbán, o Fidesz.
A aliança de Orbán já inclui a ANO checa, o Partido da Liberdade austríaco (FPÖ) e o Chega português - mas há regras para se tornar um grupo político no Parlamento Europeu e os Patriotas pela Europa ainda não cumpriram outro critério.
Embora cumpram o limiar de pelo menos 23 eurodeputados, não são oriundos de pelo menos sete Estados-membros - Orban ainda precisa de mais duas nacionalidades para cumprir esta condição e constituir o seu grupo Patriotas.
A mudança de última hora reduz a diferença entre o grupo CRE de Meloni, com 78 eurodeputados - atualmente a terceira força política do Parlamento Europeu - e os Liberais, com 76 eurodeputados.
O líder do Vox, Santiago Abascal, disse que a decisão foi uma resposta à "oportunidade histórica" de lutar contra uma coligação de forças de centro-direita, socialistas e de extrema-esquerda.
O partido de extrema-direita espanhol expressou a sua gratidão ao grupo CRE e, em particular, a sua amizade com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o seu partido, Fratelli d'Italia.
"Giorgia Meloni será sempre uma parceira, amiga e aliada do Vox", declarou o partido num comunicado de imprensa.
Mas abandonaram-na depois de o grupo CRE ter realizado a sua reunião constitutiva na quarta-feira, quando o eurodeputado do Vox Hermann Tertsch foi eleito vice-presidente do partido.
O húngaro Viktor Orbán também tentou convencer o polaco Lei e Justiça (PiS) a juntar-se à sua aliança "Patriotas pela Europa", mas sem sucesso, noticiou a Euronews na quarta-feira.