A República Autónoma do Daguestão está de luto, após os ataques de domingo que fizeram pelo menos 20 mortos e 46 feridos. Todos os cinco atacantes foram mortos.
A região russa do Daguestão, no extremo sudoeste do país, declarou três dias de luto, com início esta segunda-feira, depois dos ataques de domingo que mataram 20 pessoas, incluindo 15 polícias e um padre, e que feriram outras 46.
De acordo com as autoridades locais, citadas pela AP, os ataques de domingo foram efetuados por extremistas islâmicos, e visaram locais de culto cristãos e judeus nas cidades de Makhachkala e de Derbent.
Os recentes ataques são já considerados os mais mortíferos na Rússia desde março, quando homens armados abriram fogo num concerto nos subúrbios de Moscovo, matando mais de 140 pessoas. Um afiliado do autoproclamado Estado Islâmico no Afeganistão, que tinha reivindicado a responsabilidade pelo ataque de março, apressou-se a elogiar o ataque no Daguestão, e referiu que este foi levado a cabo por "irmãos no Cáucaso que mostraram que ainda são fortes".
O Instituto para o Estudo da Guerra, sediado em Washington, argumentou que a unidade do Estado Islâmico no Cáucaso do Norte, conhecida por Vilayat Kavkaz, estaria provavelmente por detrás deste ataque, descrevendo-o como "complexo e coordenado".
Já o governador do Daguestão, Sergei Melikov, culpou membros de "células adormecidas" islâmicas dirigidas a partir do estrangeiro, mas não deu mais pormenores. Numa declaração em vídeo, Melikov afirmou que os atacantes pretendiam "semear o pânico e o medo" e tentou associar o ataque à invasão russa da Ucrânia, mas também não apresentou quaisquer provas.
O Comité de Investigação, a principal agência estatal de investigação criminal da Rússia, informou, entretanto, que todos os cinco atacantes de domingo foram mortos. Segundo os serviços de emergência do Daguestão, pelo menos 46 pessoas ficaram feridas. Destas, pelo menos 13 eram agentes da polícia e quatro foram hospitalizados em estado grave.