Pedro Sánchez aproveitou a primeira entrevista após os resultados das eleições europeias, para apelar aos aliados internacionais para que continuem a responsabilizar o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pelos "bombardeamentos" e pela "intervenção militar em Gaza.
O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez afirmou que é crucial que a comunidade internacional exerça "mais pressão" sobre o governo israelita para que a guerra em Gaza "acabe de uma vez por todas". Sánchez fez os comentários no programa noticioso espanhol Entrevista e acrescentou que a Espanha quer juntar-se a África do Sul para levar Israel ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
Em janeiro, o tribunal ordenou a Israel que tomasse medidas para evitar quaisquer atos de genocídio em Gaza. "É óbvio que não me cabe a mim dizer se se trata ou não de um genocídio, mas em todo o caso posso garantir que tenho sérias dúvidas de que o governo de Netanyahu esteja a respeitar o direito internacional humanitário", afirmou Sánchez.
O político de esquerda disse acreditar que Israel não está a cumprir determinadas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e as medidas cautelares decretadas pelo Tribunal Internacional de Justiça "para parar os bombardeamentos e a intervenção militar em Rafah".
"Infelizmente, não estamos a ver isso por parte do governo de Netanyahu", disse Sánchez.
"É por isso que penso que é muito importante aumentar a pressão da comunidade internacional para que esta guerra termine de uma vez por todas. Esta é a posição do governo espanhol".
Em maio, Sánchez anunciou que o seu governo iria reconhecer o Estado Palestiniano, numa "decisão histórica". A este anúncio seguiram-se a Irlanda e a Noruega que reconheceram a soberania palestiniana.
Entrevista após o sucesso no Parlamento Europeu
As declarações fazem parte da primeira grande entrevista do líde após os resultados das eleições para o Parlamento Europeu. O grupo de esquerda de Sánchez conseguiu 20 lugares dos 61 atribuídos ao país. Enquanto que a maioria dos outros partidos parece obteve resultados menos expressivos.
O partido de extrema-direita Vox ficou em terceiro lugar, com seis deputados, contra os quatro que tinha na anterior legislatura, e o novo partido de extrema-direita "Se Acabo la Fiesta" (SALF) vai entrar no Parlamento Europeu com três lugares.
"Infelizmente, em Espanha, não temos apenas uma extrema-direita, temos duas", disse Sánchez.