Presidente ucraniano marca presença na conferência para a reconstrução da Ucrânia em Berlim e irá discursar no parlamento alemão.
Arranca esta terça-feira na Alemanha a conferência para a reconstrução da Ucrânia, que decorre durante dois dias e tem lugar pouco antes da cimeira pela paz na Suíça, marcada para o próximo fim de semana, e da reunião do G7 sobre a Ucrânia em Itália.
A conferência em Berlim, que se realiza esta terça e quarta-feira, segue o exemplo de um evento semelhante que se realizou em Londres há cerca de um ano. O governo alemão anunciou que deverão reunir-se para a ocasião cerca de 2.000 pessoas de vários sectores, da política aos negócios.
O Chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente ucraniano, deram as boas-vindas aos líderes europeus na Conferência de Recuperação da Ucrânia, em Berlim.
No discurso de abertura Olaf Scholz referiu que "a Ucrânia está a percorrer o caminho que os seus cidadãos escolheram para si próprios: democrático, em liberdade, na Europa. Estamos a seguir este caminho contigo, caro Volodymyr. E é por isso que hoje, aqui em Berlim, estamos a trabalhar em conjunto para a recuperação de uma Ucrânia forte, livre e europeia", afirmou o chanceler alemão."
Esta é a terceira visita de Zelenskyy a Berlim desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022.
Zelenskyy visitou a Alemanha pela última vez em meados de fevereiro, altura em que assinou um acordo bilateral com o chanceler alemão OIaf Scholz, um dos vários acordos que os aliados celebraram com Kiev para assinalar o apoio a longo prazo.
"Mesmo durante os atuais tempos de guerra, a Ucrânia precisa de reconstruir continuamente casas, condutas de água, hospitais e redes elétricas”, afirmou a ministra alemã do Desenvolvimento, Svenja Schulze, em comunicado. "As pessoas querem continuar a viver no seu país e, para isso, precisam de eletricidade, água e um teto".
A tarefa de apoiar a recuperação da Ucrânia a curto e a longo prazo "é demasiado grande para ser enfrentada apenas pelos governos - e é por isso que estamos a convidar expressamente as empresas, a sociedade civil e os municípios para a conferência", acrescentou Schulze.
No ano ado, em Londres, os aliados da Ucrânia prometeram vários milhares de milhões de dólares em ajuda não militar para reconstruir as infraestruturas do país, combater a corrupção e ajudar a preparar o caminho de Kiev para a adesão à União Europeia.
Este ano, o tema das reformas permanece central. "Estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para que a Ucrânia possa, em breve, sentar-se à mesa da União Europeia. Porque, para além do nosso apoio militar, essa é a melhor proteção que existe", declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock.
Presidente da Agência para a Reconstrução da Ucrânia demite-se
Na segunda-feira, o diretor da Agência Estatal para a Reconstrução da Ucrânia, Mustafa Nayyem, anunciou a sua demissão do cargo no Facebook, citando "obstáculos sistémicos" que o impedem de exercer as competências "de forma eficaz".
E acusou mesmo o governo de Kiev de atolar a sua agência em burocracia. Nayyem queixou-se ainda de que o primeiro-ministro ucraniano o impediu de participar na conferência que começa esta terça-feira em Berlim.
A Ucrânia não tem um ministro dedicado à reconstrução desde que Oleksandr Kubrakov foi demitido, no ado mês de maio.