Apenas 69% dos romenos com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos têm emprego, o que significa que quase um terço da população não trabalha.
O sindicato nacional da Roménia convocou um protesto em frente ao edifício do parlamento, em Bucareste, para exigir uma redução dos impostos sobre os salários.
Participaram cerca de 3.000 membros do sindicato, descontentes com o que consideram ser um mercado de trabalho hostil e acusando a elite política de dar prioridade ao capital. A situação já levou cerca de cinco milhões de romenos a emigrar em busca de melhores salários no estrangeiro.
"Estamos sobrecarregados com impostos e taxas, que devem ser reduzidos", disse um manifestante, "especialmente os impostos sobre o trabalho, dessa forma poderíamos aumentar o nosso nível de vida e não teríamos de ir para o estrangeiro".
Os manifestantes afirmam que mais de 42% do seu rendimento bruto vai para o Estado, em comparação com a média da UE de 38%.
Os baixos salários e a elevada tributação levaram a Roménia a registar a terceira taxa de emprego mais baixa da UE em 2023, depois da Itália e da Grécia, de acordo com dados do Eurostat.
Apenas 69% dos romenos com idades entre os 20 e os 64 anos têm emprego, o que significa que quase um terço da população não trabalha.
"Além disso, temos problemas com quase dois milhões de cidadãos que não pagaram sequer um cêntimo de imposto sobre os seus rendimentos ou contribuições para pensões ou saúde no ano ado", afirmou o presidente do Bloco Nacional de Sindicatos, Dumitru Costin.
Em 2023, a Roménia tinha uma população empregada de 7,7 milhões de pessoas, mas apenas 5,6 milhões pagaram contribuições para a segurança social. E 2,1 milhões de trabalhadores por conta de outrem não pagavam contribuições, embora, em alguns casos, recebessem prestações.
A Kontas Management, uma empresa de serviços de contabilidade sediada em Bucareste, afirma que a taxa de base do imposto sobre o rendimento está fixada em 10%, mas as contribuições obrigatórias dos trabalhadores para o fundo social, o seguro de saúde, o subsídio de desemprego e o orçamento de Estado fazem com que a percentagem do salário bruto que fica para o Estado seja muito mais elevada.