Os líderes da Espanha, Irlanda e Eslovénia anunciaram que estão prontos a reconhecer o Estado da Palestina como a "única forma de alcançar a paz e a segurança" na região. O anúncio foi feito no final da cimeira da UE, sexta-feira, em Bruxelas.
Os líderes dos três países - bem como o primeiro-ministro de Malta, país que anunciou, no ado, que poderia reconhece a Palestina - reuniram-se à margem da cimeira da UE para discutir a sua "disponibilidade para reconhecer a Palestina", acrescentando que estão prontos para o fazer "quando esta puder dar um contributo positivo e as circunstâncias forem adequadas".
"Estamos de acordo que a única forma de alcançar uma paz duradoura e a estabilidade na região é através da implementação de uma solução de dois Estados, com os Estados israelita e palestiniano a viverem lado a lado, em paz e segurança", lê-se numa declaração conjunta dos quatro chefes de governo.
Oito dos 27 Estados-membros da UE reconhecem, atualmente, o Estado da Palestina de acordo com as chamadas fronteiras de 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental.
Trata-se da Suécia, Chipre, Hungria, Chéquia, Bulgária, Polónia, Roménia e Eslováquia. No caso dos países de leste, o reconhecimento deu-se na década de 80, ainda sob o domínio soviético. Malta anunciou, em 1988, que estaria disposta a reconhecer o Estado da Palestina, mas ainda não o formalizou.
Embora a União Europeia apoie a chamada solução de dois Estados - que permitiria aos palestinianos obter um Estado ao lado do de Israel- e seja o maior doador de ajuda aos palestinianos, ainda não apoiou unanimemente o reconhecimento de um Estado palestiniano.
Desde o início da guerra em Gaza, tanto a Irlanda como a Espanha manifestaram repetidamente a sua disponibilidade para reconhecer a Palestina e lideraram os esforços para endurecer a posição da UE em relação a Israel, em resposta à perda excessiva de vidas em Gaza.
Em novembro ado, o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, prometeu que o seu governo recém-formado faria do reconhecimento do Estado palestiniano a sua principal prioridade em termos de política externa.
Por seu lado, o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, também confirmou, em fevereiro, que um grupo de Estados-membros estava em conversações para reconhecer formalmente a Palestina, de forma a permitir "uma negociação mais equitativa" quando a guerra em Gaza chegar ao fim.