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As disposi\u00e7\u00f5es da lei, nomeadamente o seu mandato amplo e vago e a falta de controlo judicial, suscitaram preocupa\u00e7\u00f5es nas organiza\u00e7\u00f5es da sociedade civil e nos jornalistas independentes, que receiam ser injustamente visados por se recusarem a seguir o dogma pol\u00edtico de Orb\u00e1n e n\u00e3o terem poder para contestar as decis\u00f5es tomadas pelo \u0022gabinete de soberania\u0022. A Comiss\u00e3o Europeia fez eco destas considera\u00e7\u00f5es e afirmou, na quarta-feira, que a lei viola um vasto leque de valores fundamentais consagrados nos Tratados da UE, tais como o princ\u00edpio da democracia, o direito \u00e0 vida privada, a prote\u00e7\u00e3o dos dados pessoais, a liberdade de express\u00e3o, de informa\u00e7\u00e3o e de associa\u00e7\u00e3o e o direito a um julgamento justo, entre outros. Dois meses para responder O governo da Hungria disp\u00f5e de dois meses para responder \u00e0 Comiss\u00e3o Europeia. A carta de notifica\u00e7\u00e3o \u00e9 o primeiro o no \u00e2mbito do processo por infra\u00e7\u00e3o, que pode levar a uma a\u00e7\u00e3o judicial e a multas di\u00e1rias, no Tribunal de Justi\u00e7a Europeu. O governo dos EUA tamb\u00e9m j\u00e1 tinha\u00a0 criticado a lei, condenando os seus \u0022instrumentos draconianos que podem ser utilizados para intimidar e punir aqueles que t\u00eam opini\u00f5es que n\u00e3o s\u00e3o partilhadas pelo partido no poder\u0022. O novo confronto entre Bruxelas e o governo de Budapeste surge poucos dias depois de uma cimeira da UE \u00a0na qual Orb\u00e1n levantou o seu veto a um fundo especial de 50 mil milh\u00f5es de euros para a Ucr\u00e2nia, ao qual se opunha h\u00e1 meses. 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Comissão Europeia abre novo procedimento de infração contra Hungria

A chamada "lei da soberania" da Hungria tem sido objeto de críticas desde a sua aprovação em meados de dezembro.
A chamada "lei da soberania" da Hungria tem sido objeto de críticas desde a sua aprovação em meados de dezembro. Direitos de autor Denes Erdos/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Denes Erdos/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
De Jorge LiboreiroIsabel Marques da Silva (Trad.)
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A Comissão Europeia anunciou, quarta-feira, que abriu novo procedimento de infração contra Hungria por causa da denominada "lei de defesa da soberania", recentemente aprovada pelo parlamento, que pode ser uma violação dos Tratados da União Europeia.

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A legislação do governo autocrático e eurocético liderado pelo primeiro-ministro, Viktor Orbán, e aprovada pelo parlamento em meados de dezembro, dá poderes ao Estado para investigar pessoas e organizações suspeitas de atentarem contra a soberania do país, com possíveis condenações até três anos de prisão.

Orbán, que frequentemente acusa os seus críticos de serem agentes pagos por entidades ocidentais, afirma que a lei é necessária para proteger a Hungria de interferências políticas indevidas.

A aplicação da lei caberá ao recém-criado "Gabinete de Defesa da Soberania", que pode recolher informações sobre grupos de indivíduos que recebem financiamento estrangeiro e que são vistos como influentes no debate político e nos processos eleitorais do país. Os serviços secretos húngaros são obrigados a prestar assistência a esta autoridade.

As disposições da lei, nomeadamente o seu mandato amplo e vago e a falta de controlo judicial, suscitaram preocupações nas organizações da sociedade civil e nos jornalistas independentes, que receiam ser injustamente visados por se recusarem a seguir o dogma político de Orbán e não terem poder para contestar as decisões tomadas pelo "gabinete de soberania".

A Comissão Europeia fez eco destas considerações e afirmou, na quarta-feira, que a lei viola um vasto leque de valores fundamentais consagrados nos Tratados da UE, tais como o princípio da democracia, o direito à vida privada, a proteção dos dados pessoais, a liberdade de expressão, de informação e de associação e o direito a um julgamento justo, entre outros.

Dois meses para responder

O governo da Hungria dispõe de dois meses para responder à Comissão Europeia. A carta de notificação é o primeiro o no âmbito do processo por infração, que pode levar a uma ação judicial e a multas diárias, no Tribunal de Justiça Europeu.

O governo dos EUA também já tinha criticado a lei, condenando os seus "instrumentos draconianos que podem ser utilizados para intimidar e punir aqueles que têm opiniões que não são partilhadas pelo partido no poder".

O novo confronto entre Bruxelas e o governo de Budapeste surge poucos dias depois de uma cimeira da UE na qual Orbán levantou o seu veto a um fundo especial de 50 mil milhões de euros para a Ucrânia, ao qual se opunha há meses.

No âmbito das negociações que precederam a cimeira, Orbán exigiu o desscongleamento dos cerca de 21 mil milhões de euros de fundos que a Comissão Europeia reteve devido às persistentes violações ddo Estado de direito na Hungria. 

O executivo, no entanto, insiste que nenhum dinheiro será desbloqueado até que o país cumpra uma série de "marcos" e condições para resolver a situação.

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