Declarações na NATO sobre o ime na guerra na Ucrânia levam os analistas a sugerir que pode ter chegado a altura de pensar em negociações para a paz. A euronews falou com Oleksandra Matviichuk, advogada ucraniana especialista em direitos humanos e co-recipiente do Prémio Nobel da Paz.
Uma linha da frente estática e sem ganhos significativos foi como o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, descreveu a situação da guerra na Ucrânia, na semana em que a aliança transatlântica se reuniu ao nível dos ministros dos Negócios Estrasngeiros, em Bruxelas.
Stoltenberg acrescentou que a Ucrânia reconquistou cerca de 50% do seu território que os russos tinham ocupado no início da guerra, em fevereiro de 2022, e que infligiu pesadas perdas no efetivo russo.
Mas os analistas consideram que este tipo de declarações pode sugerir que, face a um ime, chegou a altura de pensar no que fazer para acabar com a guerra pela via negocial.
Poderá estar instalada a chamada fadiga da guerra entre os membros da NATO? Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia recusou esse cenário: "A sala está cheia de "elefantes", de grandes questões e de grandes perguntas e, certamente, as perspetivas da guerra na Ucrânia são uma das questões mais importantes que estamos a tratar".
"Mas, para ser franco, não vejo qualquer sinal de que os membros estejam a sentir aquilo a que se chama fadiga", rematou Borrell.
À questão não é alheio o facto de a comunidade internacional estar agora, também, focada na guerra Israel-Hamas, que tem grande potencial disruptivo nas relações geopolíticas, já que os EUA são um importante aliado de Israel.
Mas como é que os ucranianos vêem este cenário? A euronews entrevistou Oleksandra Matviichuk, advogada especialista em direitos humanos e co-recipiente do Prémio Nobel da Paz 2022, enquanto presidente do Centro de Liberdades Civis da Ucrânia.
"O problema é que o (presidente russo) Putin não precisa de paz. Ele quer restaurar o império russo. Não há nenhum preço que Putin possa pagar para atingir esse objetivo. Isto significa que temos de ajudar a Ucrânia a vencer. A democracia tem de ganhar as guerras porque só a propagação da liberdade torna o mundo mais seguro", disse a advogada.
(Veja a entrevista na íntegra em vídeo)