{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/09/20/nagorno-karabakh-eurodeputados-pedem-sancoes-da-ue-contra-azerbaijao" }, "headline": "Nagorno-Karabakh: Eurodeputados pedem san\u00e7\u00f5es da UE contra Azerbaij\u00e3o", "description": "O Parlamento Europeu criticou a ina\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Europeia (UE) face \u00e0 crise do Nagorno-Karabakh, apelando \u00e0 imposi\u00e7\u00e3o de san\u00e7\u00f5es econ\u00f3micas ao Azerbaij\u00e3o. Este pa\u00eds entrou em confronto violento com a Arm\u00e9nia, esta semana, tendo sido declarado um cessar-fogo esta quarta-feira", "articleBody": "\u0022A UE deve atuar, impor san\u00e7\u00f5es, incluindo a suspens\u00e3o das importa\u00e7\u00f5es de g\u00e1s\u0022, disse Reinhard B\u00fctikofer, eurodeputado alem\u00e3o do grupo dos Verdes, \u00e0 Euronews. 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Nagorno-Karabakh: Eurodeputados pedem sanções da UE contra Azerbaijão

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, senta-se ao lado do Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, em Sófia, a 1 de outubro de 2022\.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, senta-se ao lado do Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, em Sófia, a 1 de outubro de 2022\. Direitos de autor AP Photo/Valentina Petrova
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De Mared Gwyn JonesIsabel Marques da Silva (Trad.)
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O Parlamento Europeu criticou a inação da União Europeia (UE) face à crise do Nagorno-Karabakh, apelando à imposição de sanções económicas ao Azerbaijão. Este país entrou em confronto violento com a Arménia, esta semana, tendo sido declarado um cessar-fogo esta quarta-feira

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"A UE deve atuar, impor sanções, incluindo a suspensão das importações de gás", disse Reinhard Bütikofer, eurodeputado alemão do grupo dos Verdes, à Euronews.

O ministério dos Negócios Estrangeiros  do Azerbaijão ordenou, na terça-feiras, uma operação "antiterrorista" em Nagorno-Karabakh, o enclave disputado que é maioritariamente governado pela população de etnia arménia, mas reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão.

O ataque segue-se a meses de tensões crescentes sobre a região separatista, despertando o receio de um regresso às hostilidades da guerra de 2020, em que milhares de pessoas perderam a vida.

A UE condenou a agressão, mas não adoptou quaisquer medidas de retaliação. O bloco assinou, recentemente, um novo acordo para duplicar as importações de gás azeri para a UE, até 2027. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classifica o governo do Azerbaijão de parceiro "fiável".

As tentativas da UE para desanuviar o conflito de décadas entre a Arménia e o Azerbaijão também não tiveram êxito.

Num debate realizado no Parlamento Europeu, esta quarta-feira, os eurodeputados de todas as bancadas políticas afirmaram que a UE tem sido lenta a reagir aos pedidos de ajuda da Arménia desde que as forças azeris bloquearam o corredor de Lachin, há nove meses, impedindo que fornecimentos essenciais como alimentos, medicamentos e combustível chegassem à população de etnia arménia.

Os eurodeputados apelaram, ainda, à aplicação de sanções económicas e comerciais e à suspensão de todas as relações bilaterais com Baku.

O debate teve lugar horas antes de a região separatista ter aceite um cessar-fogo proposto pelas forças de manutenção da paz russas, que estão presentes no Nagorno-Karabakh desde o cessar-fogo mediado por Moscovo em 2020. 

O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan, tem pedido ao Ocidente mais apoio, expressando frustração com a posição da Rússia.

"Não fomos capazes de impedir um ataque que previmos que estava para vir", afirmou a eurodeputada sa liberal Nathalie Loiseau.

"A mediação foi um fracasso total. Nunca nomeámos o agressor. Ignorámos o primeiro-ministro arménio quando este pediu a nossa ajuda", acrescentou.

"A nossa fraqueza e a nossa ividade tornaram-nos cúmplices desta situação", afirmou Loiseau, que também fez eco das afirmações de Nikol Pashinyan, segundo as quais as autoridades de Baku estão a prosseguir uma política de limpeza étnica.

Baku não é um parceiro "fiável

Os eurodeputados criticaram também os acordos da UE com o primeiro-ministro azeri, Ilham Aliyev. O seu comissário para o Alargamento, Olivier Várhelyi, também se encontrou com o ministro dos Negócios Estrangeiros azeri, em Budapeste, no início deste mês, para discutir projetos estratégicos de transporte e energia.

O porta-voz da Comissão Europeia disse, quarta-feira, que as sanções só podem ser impostas pelos Estados-membros da UE, mas que os líderes da UE vão discutir possíveis medidas durante a Assembleia Geral da ONU, a decorrer em Nova Iorque.

Os eurodeputados afirmam que a fatura de gás da UE proveniente de Baku está a financiar diretamente a agressão e a campanha de limpeza étnica do Azerbaijão.

Os países da UE importaram 15,6 mil milhões de euros em gás natural do Azerbaijão no ano ado, quatro vezes mais do que em 2021. A Bulgária, a Roménia, a Hungria e a Eslováquia também se comprometer am a aumentar as importações de gás do país rico em petróleo.

Os eurodeputados manifestaram preocupação com a possibilidade de o gás que chega à Europa proveniente do Azerbaijão ser "gás russo, de facto" e pediram investigações urgentes sobre a origem do gás importado através do corredor sul.

O porta-voz da Comissão Europeia rejeitou essa afirmação, dizendo aos jornalistas que "o gás que estamos a receber do Azerbaijão é gás do Cáspio". Questionado sobre como podem ter a certeza de que o gás não tem origem na Rússia, o porta-voz disse: "É apenas uma questão de volumes".

"De acordo com as informações de que dispomos, o volume de gás que é exportado da Rússia para o Azerbaijão é significativamente inferior ao gás que estamos a importar do Azerbaijão.

Interesses geopolíticos

A Rússia e o Azerbaijão têm interesse em instalar um regime fantoche na Arménia, uma vez que o Kremlin pretende reforçar a sua influência no Cáucaso do Sul.

"O objetivo da Rússia é claramente destituir o primeiro-ministro arménio Pashinyan", disse Raphaël Glucksmann, eurodeputado francês do centro-esquerda. "Querem livrar-se de um governo democrático na Arménia, que foi escolhido em liberdade e emancipação", acrescentou.

"Como é que se pode esperar que a União Europeia se afirme como uma potência geopolítica se estamos dispostos a sacrificar aliados tão importantes como os arménios desta forma?", questionou.

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