Centenas de funcionários públicos do Kosovo que pertencem à minoria sérvia estão em greve desde o início deste mês e teme-se que possam haver episódios de violência nos proximos dias.
Não houve acordo entre a Sérvia e Kosovo sobre a controvérsia das matrículas dos automóveis, apesar da mediação da União Europeia (UE), segunda-feira, em Bruxelas.
Após oito horas de negociação, mantém-se o ime sobre o facto do Kosovo exigir à minoria sérvia que vive no norte do país que deixe de usar matrículas da vizinha sérvia. O prazo para a troca de 10 mil matrículas expira esta terça-feira.
"Por uma questão de transparência devo dizer que apresentámos uma proposta que poderia ter evitado esta situação de risco. O presidente sérvio Aleksander Vucic aceitou mas, infelizmente, o primeiro-ministro kosovar Albin Kurti não aceitou. Espero, agora, que o Kosovo suspenda de imediato medidas sobre o novo registo de veículos no norte do Kosovo", disse Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, em conferência de imprensa no final da reunião.
Kosovo pede acordo global
O governo kosovar ameaça começar a emitir multas e a minoria sérvia diz que irá retaliar com ações de protesto para impedir a livre circulação.
Os 120 mil sérvios do Kosovo, um terço dos quais vivem no norte do território, não reconhecem a autoridade de Pristina. A antiga província da Sérvia tornou-se independente em 2008.
O líder kosovar não escondeu a frustração por a UE ter desistido, na sua opinião, de firmar um acordo mais global.
"É claro que não podemos aceitar a proposta se não for acompanhada pelo acordo que viemos aqui tentar concluir. Josep Borrell desistiu de trabalhar na proposta da UE para a normalização das relações entre o Kosovo e a Sérvia", disse Albin Kurti aos jornalistas.
Centenas de funcionários públicos do Kosovo que pertencem à minoria sérvia estão em greve desde o início deste mês e teme-se que possam haver episódios de violência nos proximos dias