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"Guerra das pescas": Reino Unido vs. França

"Guerra das pescas": Reino Unido vs. França
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Braço-de-ferro entre Londres e Paris tem como pano de fundo licenças e direitos de pesca pós-Brexit

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Em frente às câmaras, na Cimeira do Clima que decorre em Glasgow, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, mantiveram a cordialidade.

No entanto, isso não significa que a "guerra da pesca", que opõe França ao Reino Unido, tenha chegado ao fim.

O braço-de-ferro mantém-se nas águas da ilha de Jersey e o "Brexit" está na origem do problema.

Ao abrigo do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido, as partes concordaram com a atribuição de licenças de pesca.

As embarcações têm de apresentar evidências suficientes para provar que os barcos tinham um histórico de pescas nas águas da Grã-Bretanha ou de Jersey. Mas França acusa o Reino Unido de conceder licenças em número insuficiente.

Paris ameaçou não só proibir os navios de pesca britânicos de descarregar a carga nos portos ses como também apertar controlos alfandegários aos camiões.

Por outro lado, o Reino Unido contra-atacou com a ameaça de avançar com "controlos rigorosos" aos barcos europeus que pesquem em águas britânicas, prolongando a tensão.

Em entrevista à Euronews, Anand Menon, professor de política europeia no King's College de Londres, explicou o que está em causa.

"A pesca, em termos económicos, é uma parte trivial da economia de França e do Reino Unido, mas há uma relevância política na região costeira. O [presidente Emmanuel] Macron enfrenta eleições no próximo ano. Para [o primeiro-ministro britânico] Boris Johnson houve sempre a importância política de apelar às comunidades que se sentiram negligenciadas durante muitos anos na política britânica e, claro, com essa agenda em mente, as cidades costeiras são um dos alvos da agenda. Seria estranho se o governo britânico parecesse estar a virar as costas precisamente às comunidades que agora se compromete a ajudar", sublinhou Menon.

Por agora, a política da retaliação fica apenas pelo universo das palavras. Pelo menos enquanto houver diálogo entre as partes.

No entanto, o braço-de-ferro tem potencial para azedar as relações entre o Reino Unido e a União Europeia.

"Uma das coisas interessantes sobre a contenda, neste momento, é que está a ser tratada bilateralmente entre o Reino Unido e França e não através do mecanismo do Acordo de Comércio e Cooperação que foi assinado entre a União Europeia e o Reino Unido. Os ses dizem que o Reino Unido está a violar esse acordo. A UE não tem sido tão direta como França, mas se houver uma guerra comercial, ela terá de ser lançada através dos mecanismos de retaliação previstos nesse tratado e não pelos próprios ses", acrescentou Menon.

França quer uma resposta contundente da União Europeia e para este mês está previsto um encontro sobre comércio entre a UE e o Reino Unido.

Bruxelas encontra-se numa posição desconfortável entre as duas partes até porque a contenda pode ter repercussões em outras questões complicadas do "Brexit", como o Protocolo da Irlanda do Norte.

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