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Ilhas Canárias: beco sem saída para os migrantes

Ilhas Canárias: beco sem saída para os migrantes
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De Valérie Gauriateuronews
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Ao largo da costa da África, as Ilhas Canárias tornaram-se um beco sem saída para os migrantes.

Ao largo da costa da África, as Ilhas Canárias tornaram-se num beco sem saída para os migrantes.

O porto de Tenerife, nas Ilhas Canárias, é um importante ponto turístico mas não recebe apenas turistas. Todas as noites, a polícia e as forças de segurança espanholas tenham capturar migrantes que pretendem entrar clandestinamente no país no interior de camiões que embarcam em navios de carga em direção ao continente.

“Procuramos garantir a segurança de todos os operadores, sobretudo dos migrantes. O destino final dessas pessoas é a Europa. Elas fazem tudo para deixar as ilhas, mesmo se isso lhes custar a própria vida", contou à euronews Juan Ignacio Liaño, diretor da transportadora Fred Olsen Express.

Dezenas de homens são encontrados todas as noites nos contentores. Alguns conseguem partir e os outros voltam a tentar deixar a ilha no dia seguinte. A maioria das pessoas é detida e transferida para o maior centro de detenção de migrantes do arquipélago espanhol. 

Migrantes esperam meses por uma resposta

Os meios de comunicação social não são autorizados a visitar o centro. Em frente aos portões, há um acampamento improvisado. A euronews falou com Roberto Mesa membro de um grupo de apoio aos migrantes.

“Essas pessoas queriam protestar contra as condições do centro que são muito más. Eles estão nas Ilhas Canárias há meses e ninguém os informa sobre o que vai acontecer. Alguns têm aporte, pediram asilo e têm uma carta de familiares que afirmam poder hospedá-los. Mas mesmo assim não os deixam viajar. Transformaram as Ilhas Canárias numa prisão da Europa”, afirmou Roberto Mesa, da Assembleia de apoio a migrantes de Tenerife.

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O requerente de asilo Ousmane Ndiaye sonha com um futuro melhor para a família que está no Senegaleuronews

Mais de 20 mil migrantes chegaram às ilhas em 2020

No ano ado, mais de 20 mil pessoas atravessaram o oceano Atlântico a partir do norte da África e desembarcaram nas Ilhas Canárias Muitas pessoas foram transferidas para hotéis em Gran Canaria já que os centros de recepção estão sobrelotados. Devido à pandemia os centros turísticos ficaram vazios. Milhares de migrantes foram repatriados, outros ficaram presos na ilha devido ao confinamento.

A euronews falou com um requerente de asilo do Senegal que gere vários hóteis e restaurantes na ilha espanhola e que dá ajuda a muitos migrantes. Ousmane Ndiaye chegou do Senegal há 7 meses e sonha em dar um futuro melhor à família.

"Aqui está a fotografia da minha mulher e da minha filha. No dia em que ela nasceu, eu estava aqui na Gran Canaria. Até agora nunca a vi. É por isso que faço tudo para ser bem-sucedido", confessou o requerente de asilo senegalês.

Ousmane Ndiaye nunca falta às aulas de espanhol. Aguarda a resposta das autoridades ao pedido de asilo. Como a maioria dos migrantes que vivem na ilha, sonha em mudar-se para o continente.

“A minha mensagem aos europeus é : ajudem-nos para que possamos ir trabalhar para a grande Espanha. Tenho certeza de que mais cedo ou mais tarde vou alcançar o meu futuro. Nunca me deixo ir abaixo na vida”, frisou Ousmane Ndiaye.

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Fundadores da Fundação Canaria Mama Africaeuronews

Fundação local ajuda migrantes

Para ajudar os jovens migrantes a terem uma vida melhor, um casal de residentes nas Canárias criou a fundação Canaria Mama Africa. A responsável da fundação, Unntove Saetran, é vista pelos migrantes como uma segunda mãe.

“Eles têm muita esperança na vinda para a Europa. E eu espero que os possamos ajudar para que essa esperança se realize, para que não se perca", disse Unntove Saetran, cofundadora da fundação Canaria Mama Africa.

“Vejo apenas duas soluções para este desafio. Entendo que a expulsão é uma das soluções. Mas a integração é uma parte muito importante da solução. Eu recomendaria que trabalhássemos nessas duas soluções com mais rapidez. Mas não fazer nada não é uma solução, porque acabamos com as pessoas a viver na rua, e isso torna-se num desafio diferente.”, sublnhou Calvin Lucock, gerente de um hotel nas Canárias e cofundador da Fundação Canaria Mama Africa.

População queixa-se da presença dos migrantes

A euronews falou com um responsável do partido espanhol de extrema-direita Vox que afirma receber queixas regulares dos residentes.

“Era uma área residencial tranquila até à abertura dos centros para imigrantes. Os vizinhos têm medo de andar na rua. Aqui à minha direita está o convento de Lilies que foi transformado num centro para 93 imigrantes ilegais”, afirmou Alexis Julius Bosse.

Alguns residentes falaram à euronews mas não quiserem identificar-se.

"Daqui temos vista sobre o convento. A primeira janela permite ver os monitores, há uma sala grande onde há sempre conflitos porque eles brigam, há sempre problemas”, disse uma residente. 

“Aquela casa, é para o vício da droga. eles vendem e usam droga. Não me sinto segura, cada vez que saio de casa, porque eles podem agarrar-nos, roubar-nos ou violar-nos. E nós não estamos habituados a viver assim. É um desespero”, acrescentou a moradora que não quis revelar a sua identidade.

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Alexis Julius Bosse, responsável do partido de extrema-direita Voxeuronews

Extrema direita espanhola pede medidas firmes

As tensões atingiram um pico há alguns meses, após relatos de ataques de residentes contra migrantes, perto de uma antiga escola que se transformou num centro de detenção de migrantes. Desde então a situação está mais calma. 

Para o responsável do partido de extrema-direita, o Estado espanhol e a União Europeia devem tomar medidas. “Em primeiro lugar devemos exigir o fim do tráfico de pessoas. Por outro lado, utilizar-nos para impedir a ida dos migrantes para a Europa e fazer com que eles fiquem nas Ilhas Canárias não é solução. O único resultado dessa política é o grande desperdício de dinheiro público pago pelos contribuintes, enquanto aqui nas Canárias não há trabalho ”, considerou o responsável.

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Anselmo Pestana Padrón, delegado do governo de Espanha nas Ilhas Canáriaseuronews

Espanha critica inação da UE

O delegado do governo espanhol nas Canárias critica a inação da União Europeia em matéria de migração e asilo. 

“A Europa não pode olhar para os territórios que são fronteira e dizer que o problema é deles. É um problema da Europa. Quando um território está sobrecarregado, isso gera um problema social, porque há uma crise migratória e uma crise económica nas Canárias. A Europa tem que mostrar solidariedade", afirmou Anselmo Pestana Padrón, delegado do governo de Espanha nas Ilhas Canárias.

Ao pôr do sol, em Las Palmas, dezenas de homens saem da sombra e fazem fila para receber a comida distribuída por voluntários.

“Os cidadãos não têm recursos para distribuir alimentos e roupas, estamos saturados. Não podemos manter as pessoas nas ruas, a dormir nas ruas, a viver nas ruas, a comer nas ruas. Porque é uma bomba-relógio que vai explodir”, garantiu Roberto Gil, da Plataforma Somos Red Las Palmas.

Como muitos outros migrantes, Doua Gueye dorme na praia. Já tentou deixar a ilha quatro vezes, com todos os documentos legais necessários, mas foi sempre recusado.

“Se houvesse trabalho no Senegal, ficaríamos lá! Sim, ficaríamos lá! Mas no Senegal não há emprego! Pedimos ao governo espanhol, para ir para a Grande Espanha, ajude-nos a sair desta ilha, por favor!”, considerou o requerente de asilo.

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