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Em destaque no programa est\u00e1, tamb\u00e9m, a entrevista com Delia Grace, membro do Instituto Internacional de Investiga\u00e7\u00e3o Pecu\u00e1ria (IIIP) e co-autora de um relat\u00f3rio da ONU que liga a destrui\u00e7\u00e3o do meio ambiente a um fluxo constante de doen\u00e7as que podem ser transmitidas dos animais para os seres humanos. Joanna Gill/euronews: O relat\u00f3rio diz que devemos esperar um fluxo constante de doen\u00e7as similares \u00e0 Covid-19, com v\u00edrus que am dos animais para os humanos. O que est\u00e1 a provocar o aumento desse fen\u00f3meno? Delia Grace/investigadora IIIP: Identific\u00e1mos v\u00e1rios fatores, mas um dos mais importantes foi o aumento da procura de prote\u00ednas de origem animal, o que resultou num aumento muito grande das explora\u00e7\u00f5es de animais para consumo , tanto selvagens quanto dom\u00e9sticos. Outro fator importante, e todos os fatores est\u00e3o ligados, foi a degrada\u00e7\u00e3o e fragmenta\u00e7\u00e3o ambiental. 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Por exemplo, manter \u00e1reas onde h\u00e1 um o m\u00ednimo entre pessoas e animais selvagens, garantir uma biodiversidade adequada, porque quando h\u00e1 muitos animais diferentes em ambiente natural tende a haver uma dilui\u00e7\u00e3o dos elementos patog\u00e9nicos. Mas se foram extintas muitas esp\u00e9cies ser\u00e1 maior a probabilidade de surgirem elementos patog\u00e9nicos. Devemos gerir os sistemas agr\u00edcolas de maneira a ter explora\u00e7\u00f5es menores de animais e que esses animais n\u00e3o entrem em contato com as esp\u00e9cies selvagens. Estas s\u00e3o algumas formas de diminuir os riscos no sistema. Outra \u00e1rea importante \u00e9 a dos chamados mercados tradicionais, onde muitas vezes se vendem animais vivos e outros mortos, mantendo proximidade entre os que s\u00e3o dom\u00e9sticos e os que s\u00e3o selvagens, o que cria a oportunidade de transf\u00eancia de elementos patog\u00e9nicos entre eles e que depois am para as pessoas. 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"Estado da União": Conter pandemias agora e no futuro

"Estado da União": Conter pandemias agora e no futuro
Direitos de autor Matt Rourke/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
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De Isabel Marques da SilvaJoanna Gill
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Em destaque no programa está a entrevista com Delia Grace, membro do Instituto Internacional de Investigação Pecuária (IIIP) e co-autora de um relatório da ONU que liga a destruição do meio ambiente a um fluxo constante de doenças que podem ser transmitidas dos animais para os seres humanos.

A vida na Europa está, lentamente, a voltar à normalidade e muitas pessoas já podem viajar para visitar familiares e amigos, mas algumas continuam impedidas do fazer. É o caso de casais que ficaram separados devido aos controlos de fronteira para conter a pandemia e a euronews conta a história de uma norte-americana grávida de um cidadão irlandês, que ainda não tem permissão para viajar a fim de assistir ao nascimento do seu primeiro filho.

Em destaque no programa está, também, a entrevista com Delia Grace, membro do Instituto Internacional de Investigação Pecuária (IIIP) e co-autora de um relatório da ONU que liga a destruição do meio ambiente a um fluxo constante de doenças que podem ser transmitidas dos animais para os seres humanos.

Joanna Gill/euronews: O relatório diz que devemos esperar um fluxo constante de doenças similares à Covid-19, com vírus que am dos animais para os humanos. O que está a provocar o aumento desse fenómeno?

Delia Grace/investigadora IIIP: Identificámos vários fatores, mas um dos mais importantes foi o aumento da procura de proteínas de origem animal, o que resultou num aumento muito grande das explorações de animais para consumo , tanto selvagens quanto domésticos. Outro fator importante, e todos os fatores estão ligados, foi a degradação e fragmentação ambiental. Parte disso deve-se ao aumento do número de pessoas no planeta, obrigando a usar mais terra para a agricultura e a usar outros recursos naturais para as indústrias extrativas, sejam de madeira ou de mineração. Há uma interação muito maior entre as pessoas e a vida selvagem, causando pressão sobre o meio ambiente, a vida selvagem e as pessoas envolvidas nesses negócios.

Joanna Gill/euronews: Disse que os governos estão a tratar os sintomas da pandemia, mas não as causas subjacentes. O que deve ser feito?

Delia Grace/investigadora IIIP: As causas subjacentes prendem-se com a forma como os humanos interagem com os animais para consumo, com as epécies selvagens e com o meio ambiente. Estamos a fazer isso de forma disfuncional, o que tende a impulsionar o surgimento de doenças. Tal poderia ser feito em maior segurança, permitindo a utilização sustentável desses recursos valiosos. Por exemplo, manter áreas onde há um o mínimo entre pessoas e animais selvagens, garantir uma biodiversidade adequada, porque quando há muitos animais diferentes em ambiente natural tende a haver uma diluição dos elementos patogénicos. Mas se foram extintas muitas espécies será maior a probabilidade de surgirem elementos patogénicos. Devemos gerir os sistemas agrícolas de maneira a ter explorações menores de animais e que esses animais não entrem em contato com as espécies selvagens. Estas são algumas formas de diminuir os riscos no sistema. Outra área importante é a dos chamados mercados tradicionais, onde muitas vezes se vendem animais vivos e outros mortos, mantendo proximidade entre os que são domésticos e os que são selvagens, o que cria a oportunidade de transfência de elementos patogénicos entre eles e que depois am para as pessoas.

Joanna Gill/euronews: O que aconselha aos políticos para que possamos protegermo-nos contra futuros surtos?

Delia Grace/investigadora IIIP: A mensagem-chave do nosso relatório é a estratégia Saúde Una, que defende uma ligação da saúde das pessoas `à dos animais e à do meio ambiente. Devem trabalhar-se estes temas de forma conjunta para melhorar o sistema de produção alimentar e evitar futuras pandemias. Obviamente, temos que responder à crise atual, é muito sensato investir no controle de doenças, ao nível das vacinas e dos diagnósticos, mas estas pandemias vêm ocorrendo com cada vez maior frequência desde que começámos a fazer monitorização. Se não mudarmos a maneira como interagimos com a agricultura e o meio ambiente, as pandemias vão continuar a surgir.

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