{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2019/04/12/o-exemplo-energetico-de-samso-para-o-mundo" }, "headline": "O exemplo energ\u00e9tico de Samso para o Mundo", "description": "A pequena ilha dinamarquesa \u00e9 um modelo de sustentabilidade energ\u00e9tica e autonomia que espera contagiar o pa\u00eds e a Europa com a sua 'revolu\u00e7\u00e3o verde'.", "articleBody": "Os jovens dinamarqueses pedem medidas contra as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas no \u00e2mbito do movimento global \u0022Fridays for Future\u0022 . Em contagem decrescente para as elei\u00e7\u00f5es europeias, Aarhus, a segunda maior cidade da Dinamarca, foi uma das cidades de todo o mundo que se juntou aos recentes protestos . A aprendiz de chef Nina foi uma das organizadoras da marcha de Aarhus e n\u00e3o escondeu a sua frustra\u00e7\u00e3o pela aus\u00eancia de resposta ao problema. \u0022\u00c9 errado que os pol\u00edticos, a sociedade mundial, tenham assinado o acordo de Paris h\u00e1 tr\u00eas anos, mas n\u00e3o estejam a trabalhar para cumpri-lo. N\u00e3o t\u00eam planos para atingir os objetivos e \u00e9, por isso, que estamos nas ruas hoje\u0022, disse. O aquecimento global \u00e9 umas das principais preocupa\u00e7\u00f5es dos europeus e est\u00e1 a aquecer a campanha para as elei\u00e7\u00f5es europeias. Um combate coordenado \u00e0s emiss\u00f5es de CO2 podiam fazer a diferen\u00e7a, se fosse decidido a tempo. O recurso a combust\u00edveis f\u00f3sseis continua a emitir demasiado di\u00f3xido de carbono para a atmosfera, provocando o aumento das temperaturas e a ocorr\u00eancia de fen\u00f3menos clim\u00e1ticos extremos, como inunda\u00e7\u00f5es, secas e vagas de calor. 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O Princess Isabella \u00e9 o primeiro ferry da Dinamarca a ser alimentado por g\u00e1s natural liquefeito (GNL). Carsten Kruse \u00e9 o respons\u00e1vel da empresa de ferries, detida pelo munic\u00edpio de Samso. Ao substituir o diesel pelo GNL, as emiss\u00f5es de CO2 ca\u00edram 15%. Samso comprou o \u0022Princess Isabella\u0022 por 30 milh\u00f5es de euros, dos quais 4,5 milh\u00f5es destinaram-se ao sistema de propuls\u00e3o de GNL. H\u00e1 um debate sobre se o ferry deveria funcionar com biog\u00e1s produzido localmente em Samso em vez de g\u00e1s importado, proveniente de Roterd\u00e3o (Holanda). Este seria mais um o para dispensar as energias f\u00f3sseis. E ainda existem outras op\u00e7\u00f5es menos comuns, como c\u00e9lulas a hidrog\u00e9nio e um ferry totalmente el\u00e9trico que pudesse ser carregado pela energia recolhida pelas turbinas e\u00f3licas da ilha. A bordo do ferry amigo do ambiente H\u00e1 dez anos que a ilha \u00e9 neutra em carbono. O desafio para o futuro consiste em libertar-se dos restantes combustiveis f\u00f3sseis ainda usados. Os 114 kms quadrados da ilha est\u00e3o expostos a condi\u00e7\u00f5es climat\u00e9ricas muitas vezes adversas. Gra\u00e7as ao seu plano energ\u00e9tico, Samso n\u00e3o s\u00f3 reduziu a sua fatura energ\u00e9tica, como agora produz muito mais energia do que aquela que consome. De importador de energia f\u00f3ssil, Samso ou a exportador de energia renov\u00e1vel. A educa\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica come\u00e7a desde cedo e a escola de Samso \u00e9 um bom exemplo. Hoje realiza-se uma das primeiras reuni\u00f5es do rec\u00e9m-estabelecido Conselho Escolar para o Meio Ambiente. Os adolescentes Jonathan, Maria, Mikaela e Vilja fazem parte do grupo. A escola planeia construir um edif\u00edcio mais amigo do ambiente, mas, antes disso, o grupo est\u00e1 encarregado de pensar em meios de reduzir a pegada ecol\u00f3gica. \u0022Penso que devemos come\u00e7ar a fechar as refinarias de petr\u00f3leo e as f\u00e1bricas de carv\u00e3o, parar de fazer furos petrol\u00edferos no oceano e que devemos come\u00e7ar a instalar mais energias renov\u00e1veis, como energia solar e e\u00f3lica\u0022, declara Jonathan, de 16 anos, secundado por Maria, de 15 anos: \u0022N\u00e3o \u00e9 preciso sempre que sejam grandes coisas. As pequenas coisas s\u00e3o igualmente importantes no dia a dia, como a separa\u00e7\u00e3o do lixo para a reciclagem\u0022. Entre os jovens discutem-se formas de ampliar a consci\u00eancia ambiental. Para isso, querem levar a mensagem at\u00e9 \u00e0 comunidade e estuda-se a poss\u00edvel cria\u00e7\u00e3o de plataformas online no Toutube, Facebook ou Instagram para alertar \u00e0 consci\u00eancia social. A mudan\u00e7a de paradigma em Samso Samso tornou-se a meca dos decisores interessados na transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica. Muitas centenas de VIPs 'ecol\u00f3gicos' visitam a Academia de Energia de Samso todos os anos. O protagonista da revolu\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica de Samso chama-se Soren Hermansen, um antigo produtor local de hortali\u00e7as. Soren chega at\u00e9 ao encontro da nossa reportagem num ve\u00edculo 100% el\u00e9trico. Atr\u00e1s de n\u00f3s h\u00e1 mais um exemplo de responsabilidade ambiental: a Academia de Energia de Samso \u00e9 um espa\u00e7o autossustent\u00e1vel gra\u00e7as aos 100 metros quadrados de pain\u00e9is solares no telhado. \u0022Torn\u00e1mo-nos um \u00edcone de desenvolvimento sustent\u00e1vel. Por isso, v\u00eam c\u00e1 pessoas de todo o mundo, como o secret\u00e1rio do primeiro-ministro da Indon\u00e9sia, que vem c\u00e1 falar sobre o desenvolvimento do pa\u00eds em prol de um estilo de vida mais sustent\u00e1vel e de como tornar a Indon\u00e9sia sustent\u00e1vel\u0022, explica Soren Hermansen, acrescentando: \u0022O edif\u00edcio serve para demonstrar um estilo de constru\u00e7\u00e3o sustent\u00e1vel, que isto \u00e9 uma casa muito natural\u0022. Questionado pela euronews sobre que li\u00e7\u00f5es poderiam a Europa e o mundo aprender com Samso, o ativista ambiental defende que a mudan\u00e7a n\u00e3o pode ar por uma mera imposi\u00e7ao pol\u00edtica. \u0022O que \u00e9 que vai levar as pessoas a aceitarem a mudan\u00e7a? Vai ter de ser algo como: 'Posso fazer dinheiro? Posso poupar dinheiro? Posso viver de maneira mais sustent\u00e1vel? Posso mudar a minha vida de uma maneira positiva? E se isto for \u00f3bvio para as pessoas, ent\u00e3o a mudan\u00e7a ocorre mais rapidamente do que se for apenas uma regra ou uma exig\u00eancia de cima para baixo\u0022. Renovar as estruturas de capta\u00e7\u00e3o de energia renov\u00e1vel Soren Hermansen apoiou todas as pessoas , ricas e pobres, a terem o \u00e0 copropriedade de infraestruturas renov\u00e1veis, pedindo aos bancos para concederem empr\u00e9stimos. Estes foram dados a todos os que os pediram, sem serem necess\u00e1rias garantias banc\u00e1rias. Depois de o vento ou sol terem ressarcido o banco, os documentos de propriedade foram entregues. \u0022A energia e\u00f3lica faz parte das solu\u00e7\u00f5es. V\u00ea-se cada vez mais energia e\u00f3lica em todo o mundo - mas com o tamanho e a escala das turbinas e\u00f3licas a crescerem, h\u00e1 tamb\u00e9m uma resist\u00eancia crescente com as pessoas a dizerem 'N\u00e3o'\u0022, referiu. Ato cont\u00ednuo, o especialista ambiental dinamarqu\u00eas deixou os os para uma maior aceita\u00e7\u00e3o social: \u0022A nossa vis\u00e3o sobre isso \u00e9 que partilhamos a propriedade com as pessoas que vivem no bairro das turbinas e\u00f3licas. Por isso, quando se olha para uma turbina, olha-se para a nossa pr\u00f3pria turbina e n\u00e3o para extraterrestres, investidores agressivos... Olhamos para a nossa pr\u00f3pria instala\u00e7\u00e3o e isso faz-nos v\u00ea-la e ouvi-la de uma maneira mais agrad\u00e1vel. E tem um prop\u00f3sito, porque fazemos parte disso\u0022. Esta turbina e\u00f3lica produz o equivalente ao consumo de energia de cerca de 700 casas por ano, gra\u00e7as a um gerador com uma pot\u00eancia de 3000 cavalos. \u0022A tarefa ser\u00e1 repotencializar as infraestruturas existentes. A pr\u00f3xima gera\u00e7\u00e3o de turbinas e\u00f3licas ser\u00e1 tr\u00eas ou quatro vezes maior do que esta. O desenvolvimento acontece muito, muito r\u00e1pido e precisamos de mais e mais energia. Portanto, n\u00e3o h\u00e1 volta a dar. Teremos de o fazer\u0022, sublinhou. A ilha tem tamb\u00e9m uma vis\u00e3o muito clara para onde caminha a n\u00edvel energ\u00e9tico, com um plano j\u00e1 elaborado e em implementa\u00e7\u00e3o at\u00e9 2030 . \u0022A minha previs\u00e3o \u00e9 tornar esta ilha 100% livre dos combust\u00edveis f\u00f3sseis. Transporte, recursos e bens... tudo ser\u00e1 inclu\u00eddo na equa\u00e7\u00e3o total sobre como criar uma comunidade livre de combust\u00edveis f\u00f3sseis. Sou um otimista e acredito que a natureza nos vai ajudar. E se a ingenuidade e a criatividade fizerem parte da equa\u00e7\u00e3o, acho que vamos encontrar solu\u00e7\u00f5es\u0022. A rentabilidade de proteger o ambiente O agricultor Jorgen Tranberg foi um dos primeiros a investir na energia e\u00f3lica na ilha. Com o reinvestimento do lucro em energias renov\u00e1veis, ficou rico. \u0022Sim, investi quatro milh\u00f5es de euros na turbina e\u00f3lica, ali, e nos pain\u00e9is solares, aqui. Tamb\u00e9m tive 50% de uma turbina no mar e tenho igualmente alguns pain\u00e9is solares na Alemanha, B\u00e9lgica e It\u00e1lia\u0022, contou, sem deixar de frisar que recuperou o investimento \u0022em sete anos\u0022. Foi Soren que convenceu os agricultores locais a juntarem-se \u00e0 'revolu\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica' da ilha atrav\u00e9s do sistema de copropriedade. E quando Samso decidiu reduzir os combust\u00edveis f\u00f3sseis, um dos primeiros os foi acabar com os geradores de calor que utilizavam gas\u00f3leo. Soren convenceu tamb\u00e9m os habitantes da ilha a arem para um sistema de aquecimento para todos que usasse palha. O CO2 emitido pela queima da palha produzida localmente \u00e9 capturado pelas culturas em crescimento, num c\u00edrculo neutro de CO2. \u0022H\u00e1 300 casas ligadas a esta infraestrutura, sobretudo casas privadas, mas tamb\u00e9m alguns hot\u00e9is e restaurantes. \u00c9 um sistema de aquecimento de \u00e1gua com canos subterr\u00e2neos, atrav\u00e9s dos quais enviamos \u00e1gua quente, a 80\u00b0, para as casas das pessoas, que a usam para banhos e para aquecimento. Quando volta para n\u00f3s, a \u00e1gua est\u00e1 a 40\u00b0 e reaquecemo-la\u0022, observou Arne Kremmer, um dos funcion\u00e1rios da central energ\u00e9tica de Samso. Baterias descentralizadas como solu\u00e7\u00e3o para armazenar energia Brian Kjaer \u00e9 eletricista e o mentor das redes el\u00e9tricas sustent\u00e1veis da ilha. Com as pr\u00f3prias m\u00e3os, ele construiu este pequeno mas poderoso aerogerador. Sendo um homem de factos e n\u00fameros, ele descobriu uma interessante equa\u00e7\u00e3o: 'tornar-se verde' \u00e9 igual a 'fazer dinheiro'. Nas m\u00e3os tem um projeto piloto europeu que vai ser testado no porto de Samso. Durante o ver\u00e3o muitas centenas de iates ancoram aqui, consumindo grandes quantidades de eletricidade. Pain\u00e9is fotovoltaicos combinados com baterias inovadoras v\u00e3o dar resposta a este pico de procura sazonal. Existe uma intensa coopera\u00e7\u00e3o com outras ilhas europeias para desenvolver um cat\u00e1logo com as \u0022melhores solu\u00e7\u00f5es de rede\u0022: Samso, Madeira e Orkneys s\u00e3o percursores da revolu\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica europeia no que respeita \u00e0 constru\u00e7\u00e3o. \u0022Cada contentor aqui tem 80 kW / h de energia de bateria de l\u00edtio e os pain\u00e9is fotovoltaicos aqui no porto v\u00e3o produzir durante o dia para recarregar as baterias, pois \u00e0 noite, o consumo de energia ter\u00e1 como fonte as baterias.\u0022 Poderosos pacotes de unidades de baterias descentralizadas poderiam resolver o problema atual de armazenamento de energia solar e e\u00f3lica. Por agora \u00e9 um projeto piloto, que arranca este m\u00eas. No futuro, o conceito pode espalhar-se por Samso, pela Dinamarca e ir ainda mais longe. A batalha de Brian pelas baterias pode revolucionar o sistema energ\u00e9tico da Europa. \u0022Quando h\u00e1 dias de vento, mandamos muita energia de volta para a rede principal. Esse \u00e9 o principal problema. \u00c9 por isso que podemos usar baterias grandes para armazenar a energia. E ent\u00e3o, quando o vento est\u00e1 a diminuir, podemos mandar novamente para a rede, para que haja uma esp\u00e9cie de pico na produ\u00e7\u00e3o. Quando chegar a casa no seu carro el\u00e9trico, o p a carregar, e, por exemplo, come\u00e7ar a cozinhar, toda a energia vir\u00e1 da bateria e n\u00e3o da rede. E se houver muitas fam\u00edlias a usar esta bateria, a produ\u00e7\u00e3o de energia na ilha ser\u00e1 muito mais constante, ou talvez, se se aumentar a escala, em todo o pa\u00eds.\u0022 Copiando o modelo de Samso, a Dinamarca anunciou um plano de a\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica muito ambicioso, mas enquanto a ilha j\u00e1 atingiu a neutralidade carb\u00f3nica, a Dinamarca tenta chegar a esse objetivo at\u00e9 2050 . A venda de carros a gasolina e gas\u00f3leo, por exemplo, pode desaparecer em 2030. Foi feito um apelo \u00e0s fam\u00edlias e \u00e0 ind\u00fastria para emitirem menos CO2. Planos semelhantes est\u00e3o a ser preparados noutros pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia. Mas ser\u00e3o implementados a tempo? A mobilidade el\u00e9trica vs o ado Sendo descendente de reis dinamarqueses da Idade M\u00e9dia, Stefan Wolffbrandt construiu o seu pr\u00f3prio pequeno reino: o museu antigo de Samso. A\u00ed, explica \u00e0s gera\u00e7\u00f5es mais novas os malef\u00edcios dos motores de combust\u00e3o antigos. Stefan fundou a associa\u00e7\u00e3o de condutores de carros el\u00e9tricos de Samso, com o intuito de fazer \u0022lobby\u0022 por uma revolu\u00e7\u00e3o de transportes na ilha. Mas os objetivos est\u00e3o longe de serem atingidos. \u0022Dev\u00edamos ter neste momento 50% de carros el\u00e9tricos em Samso, mas n\u00e3o aconteceu e isso \u00e9 uma cat\u00e1strofe. Queremos ser o motor de arranque dos carros aut\u00f3nomos aqui em Samso, como \u00e1rea de testes, de forma que possamos mostrar ao mundo que este \u00e9 o futuro. E at\u00e9 2030 queremos livrar-nos de todos os carros a diesel e a gasolina que temos aqui na ilha\u0022, garantiu. E a vis\u00e3o \u00e9 partilhada pela filha Flora, de apenas 12 anos: \u0022Quando for adulta, vou conduzir um carro el\u00e9trico, para n\u00e3o poluir a natureza e ser amiga do meio ambiente... e \u00e9 cool \u0022. Stefan, que at\u00e9 comp\u00f5s uma can\u00e7\u00e3o contra a emiss\u00e3o de CO2 na atmosfera, assegura que antes de mudar o mundo \u00e9 preciso alterar os h\u00e1bitos individuais. \u0022Estamos numa casa que consome pouca energia. A minha pegada carb\u00f3nica \u00e9 muito baixa agora. Temos de nos mudar a n\u00f3s mesmos para mudarmos o mundo\u0022. A resposta global \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas A Comiss\u00e3o Europeia tem apelado para uma Europa neutra em rela\u00e7\u00e3o ao clima at\u00e9 2050 e o Parlamento Europeu apoiou de forma esmagadora esta meta. Mas essa \u00e9 uma resolu\u00e7\u00e3o n\u00e3o vinculativa e os chefes dos governos, divididos entre o Ocidente e o Oriente, adiaram a apresenta\u00e7\u00e3o de um calend\u00e1rio juridicamente vinculativo para tornar a Europa mais 'verde'. Samso \u00e9 a montra dinamarquesa que ainda exibe alguma esperan\u00e7a de abrandamento das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e de redu\u00e7\u00e3o maci\u00e7a da pegada de CO2 em apenas alguns anos. Isso \u00e9 um facto. Mas uma quest\u00e3o continua em aberto: se os decisores europeus das outras regi\u00f5es tamb\u00e9m s\u00e3o capazes e se est\u00e3o dispostos a aprender com Samso? As pr\u00f3ximas elei\u00e7\u00f5es europeias v\u00e3o ser decisivas para levar a Europa para um porto seguro em termos de meio ambiente. 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O exemplo energético de Samso para o Mundo

O exemplo energético de Samso para o Mundo
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De Hans von der BrelieFilipa Soares
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A pequena ilha dinamarquesa é um modelo de sustentabilidade energética e autonomia que espera contagiar o país e a Europa com a sua 'revolução verde'.

Os jovens dinamarqueses pedem medidas contra as alterações climáticas no âmbito do movimento global "Fridays for Future". Em contagem decrescente para as eleições europeias, Aarhus, a segunda maior cidade da Dinamarca, foi uma das cidades de todo o mundo que se juntou aos recentes protestos.

A aprendiz de chef Nina foi uma das organizadoras da marcha de Aarhus e não escondeu a sua frustração pela ausência de resposta ao problema.

"É errado que os políticos, a sociedade mundial, tenham assinado o acordo de Paris há três anos, mas não estejam a trabalhar para cumpri-lo. Não têm planos para atingir os objetivos e é, por isso, que estamos nas ruas hoje", disse.

O aquecimento global é umas das principais preocupações dos europeus e está a aquecer a campanha para as eleições europeias. Um combate coordenado às emissões de CO2 podiam fazer a diferença, se fosse decidido a tempo. O recurso a combustíveis fósseis continua a emitir demasiado dióxido de carbono para a atmosfera, provocando o aumento das temperaturas e a ocorrência de fenómenos climáticos extremos, como inundações, secas e vagas de calor.

O movimento "Fridays for Future" surgiu no último verão na Suécia, quando a jovem Greta Thunberg, de 16 anos, iniciou protestos junto ao parlamento em dias de escola. Em apenas algumas semanas a contestação subiu de tom e tornou-se global.

O modelo de Samso

Neste Insiders viajamos até Samso, uma ilha dinamarquesa que está trabalhar arduamente em meios e formas de salvar o planeta Terra.

Samso é um líder mundial em termos de sustentabilidade, tendo atingido 100% de independência energética em menos de cinco anos, como resultado de um compromisso de toda a comunidade com a energia renovável e a eficiência energética.

A aventura começou quando Samso venceu um concurso para as comunidades insulares para criarem o melhor plano de redução das emissões de CO2. O ferry faz parte deste plano energético. O Princess Isabella é o primeiro ferry da Dinamarca a ser alimentado por gás natural liquefeito (GNL). Carsten Kruse é o responsável da empresa de ferries, detida pelo município de Samso.

Ao substituir o diesel pelo GNL, as emissões de CO2 caíram 15%. Samso comprou o "Princess Isabella" por 30 milhões de euros, dos quais 4,5 milhões destinaram-se ao sistema de propulsão de GNL.

Há um debate sobre se o ferry deveria funcionar com biogás produzido localmente em Samso em vez de gás importado, proveniente de Roterdão (Holanda). Este seria mais um o para dispensar as energias fósseis. E ainda existem outras opções menos comuns, como células a hidrogénio e um ferry totalmente elétrico que pudesse ser carregado pela energia recolhida pelas turbinas eólicas da ilha.

A bordo do ferry amigo do ambiente

Há dez anos que a ilha é neutra em carbono. O desafio para o futuro consiste em libertar-se dos restantes combustiveis fósseis ainda usados.

Os 114 kms quadrados da ilha estão expostos a condições climatéricas muitas vezes adversas. Graças ao seu plano energético, Samso não só reduziu a sua fatura energética, como agora produz muito mais energia do que aquela que consome. De importador de energia fóssil, Samso ou a exportador de energia renovável.

A educação energética começa desde cedo e a escola de Samso é um bom exemplo. Hoje realiza-se uma das primeiras reuniões do recém-estabelecido Conselho Escolar para o Meio Ambiente. Os adolescentes Jonathan, Maria, Mikaela e Vilja fazem parte do grupo.

A escola planeia construir um edifício mais amigo do ambiente, mas, antes disso, o grupo está encarregado de pensar em meios de reduzir a pegada ecológica.

"Penso que devemos começar a fechar as refinarias de petróleo e as fábricas de carvão, parar de fazer furos petrolíferos no oceano e que devemos começar a instalar mais energias renováveis, como energia solar e eólica", declara Jonathan, de 16 anos, secundado por Maria, de 15 anos: "Não é preciso sempre que sejam grandes coisas. As pequenas coisas são igualmente importantes no dia a dia, como a separação do lixo para a reciclagem".

Entre os jovens discutem-se formas de ampliar a consciência ambiental. Para isso, querem levar a mensagem até à comunidade e estuda-se a possível criação de plataformas online no Toutube, Facebook ou Instagram para alertar à consciência social.

A mudança de paradigma em Samso

Samso tornou-se a meca dos decisores interessados na transição energética. Muitas centenas de VIPs 'ecológicos' visitam a Academia de Energia de Samso todos os anos. O protagonista da revolução energética de Samso chama-se Soren Hermansen, um antigo produtor local de hortaliças.

Soren chega até ao encontro da nossa reportagem num veículo 100% elétrico. Atrás de nós há mais um exemplo de responsabilidade ambiental: a Academia de Energia de Samso é um espaço autossustentável graças aos 100 metros quadrados de painéis solares no telhado.

"Tornámo-nos um ícone de desenvolvimento sustentável. Por isso, vêm cá pessoas de todo o mundo, como o secretário do primeiro-ministro da Indonésia, que vem cá falar sobre o desenvolvimento do país em prol de um estilo de vida mais sustentável e de como tornar a Indonésia sustentável", explica Soren Hermansen, acrescentando: "O edifício serve para demonstrar um estilo de construção sustentável, que isto é uma casa muito natural".

Questionado pela euronews sobre que lições poderiam a Europa e o mundo aprender com Samso, o ativista ambiental defende que a mudança não pode ar por uma mera imposiçao política.

"O que é que vai levar as pessoas a aceitarem a mudança? Vai ter de ser algo como: 'Posso fazer dinheiro? Posso poupar dinheiro? Posso viver de maneira mais sustentável? Posso mudar a minha vida de uma maneira positiva? E se isto for óbvio para as pessoas, então a mudança ocorre mais rapidamente do que se for apenas uma regra ou uma exigência de cima para baixo".

Renovar as estruturas de captação de energia renovável

Soren Hermansen apoiou todas as pessoas, ricas e pobres, a terem o à copropriedade de infraestruturas renováveis, pedindo aos bancos para concederem empréstimos. Estes foram dados a todos os que os pediram, sem serem necessárias garantias bancárias. Depois de o vento ou sol terem ressarcido o banco, os documentos de propriedade foram entregues.

"A energia eólica faz parte das soluções. Vê-se cada vez mais energia eólica em todo o mundo - mas com o tamanho e a escala das turbinas eólicas a crescerem, há também uma resistência crescente com as pessoas a dizerem 'Não'", referiu.

Ato contínuo, o especialista ambiental dinamarquês deixou os os para uma maior aceitação social: "A nossa visão sobre isso é que partilhamos a propriedade com as pessoas que vivem no bairro das turbinas eólicas. Por isso, quando se olha para uma turbina, olha-se para a nossa própria turbina e não para extraterrestres, investidores agressivos... Olhamos para a nossa própria instalação e isso faz-nos vê-la e ouvi-la de uma maneira mais agradável. E tem um propósito, porque fazemos parte disso".

Esta turbina eólica produz o equivalente ao consumo de energia de cerca de 700 casas por ano, graças a um gerador com uma potência de 3000 cavalos.

"A tarefa será repotencializar as infraestruturas existentes. A próxima geração de turbinas eólicas será três ou quatro vezes maior do que esta. O desenvolvimento acontece muito, muito rápido e precisamos de mais e mais energia. Portanto, não há volta a dar. Teremos de o fazer", sublinhou.

A ilha tem também uma visão muito clara para onde caminha a nível energético, com um plano já elaborado e em implementação até 2030.

"A minha previsão é tornar esta ilha 100% livre dos combustíveis fósseis. Transporte, recursos e bens... tudo será incluído na equação total sobre como criar uma comunidade livre de combustíveis fósseis. Sou um otimista e acredito que a natureza nos vai ajudar. E se a ingenuidade e a criatividade fizerem parte da equação, acho que vamos encontrar soluções".

A rentabilidade de proteger o ambiente

O agricultor Jorgen Tranberg foi um dos primeiros a investir na energia eólica na ilha. Com o reinvestimento do lucro em energias renováveis, ficou rico.

"Sim, investi quatro milhões de euros na turbina eólica, ali, e nos painéis solares, aqui. Também tive 50% de uma turbina no mar e tenho igualmente alguns painéis solares na Alemanha, Bélgica e Itália", contou, sem deixar de frisar que recuperou o investimento "em sete anos".

Foi Soren que convenceu os agricultores locais a juntarem-se à 'revolução energética' da ilha através do sistema de copropriedade. E quando Samso decidiu reduzir os combustíveis fósseis, um dos primeiros os foi acabar com os geradores de calor que utilizavam gasóleo.

Soren convenceu também os habitantes da ilha a arem para um sistema de aquecimento para todos que usasse palha. O CO2 emitido pela queima da palha produzida localmente é capturado pelas culturas em crescimento, num círculo neutro de CO2.

"Há 300 casas ligadas a esta infraestrutura, sobretudo casas privadas, mas também alguns hotéis e restaurantes. É um sistema de aquecimento de água com canos subterrâneos, através dos quais enviamos água quente, a 80°, para as casas das pessoas, que a usam para banhos e para aquecimento. Quando volta para nós, a água está a 40° e reaquecemo-la", observou Arne Kremmer, um dos funcionários da central energética de Samso.

Baterias descentralizadas como solução para armazenar energia

Brian Kjaer é eletricista e o mentor das redes elétricas sustentáveis da ilha. Com as próprias mãos, ele construiu este pequeno mas poderoso aerogerador. Sendo um homem de factos e números, ele descobriu uma interessante equação: 'tornar-se verde' é igual a 'fazer dinheiro'. Nas mãos tem um projeto piloto europeu que vai ser testado no porto de Samso.

Durante o verão muitas centenas de iates ancoram aqui, consumindo grandes quantidades de eletricidade. Painéis fotovoltaicos combinados com baterias inovadoras vão dar resposta a este pico de procura sazonal. Existe uma intensa cooperação com outras ilhas europeias para desenvolver um catálogo com as "melhores soluções de rede": Samso, Madeira e Orkneys são percursores da revolução energética europeia no que respeita à construção.

"Cada contentor aqui tem 80 kW / h de energia de bateria de lítio e os painéis fotovoltaicos aqui no porto vão produzir durante o dia para recarregar as baterias, pois à noite, o consumo de energia terá como fonte as baterias."

Poderosos pacotes de unidades de baterias descentralizadas poderiam resolver o problema atual de armazenamento de energia solar e eólica. Por agora é um projeto piloto, que arranca este mês. No futuro, o conceito pode espalhar-se por Samso, pela Dinamarca e ir ainda mais longe. A batalha de Brian pelas baterias pode revolucionar o sistema energético da Europa.

"Quando há dias de vento, mandamos muita energia de volta para a rede principal. Esse é o principal problema. É por isso que podemos usar baterias grandes para armazenar a energia. E então, quando o vento está a diminuir, podemos mandar novamente para a rede, para que haja uma espécie de pico na produção. Quando chegar a casa no seu carro elétrico, o p a carregar, e, por exemplo, começar a cozinhar, toda a energia virá da bateria e não da rede. E se houver muitas famílias a usar esta bateria, a produção de energia na ilha será muito mais constante, ou talvez, se se aumentar a escala, em todo o país."

Copiando o modelo de Samso, a Dinamarca anunciou um plano de ação climática muito ambicioso, mas enquanto a ilha já atingiu a neutralidade carbónica, a Dinamarca tenta chegar a esse objetivo até 2050. A venda de carros a gasolina e gasóleo, por exemplo, pode desaparecer em 2030. Foi feito um apelo às famílias e à indústria para emitirem menos CO2. Planos semelhantes estão a ser preparados noutros países da União Europeia. Mas serão implementados a tempo?

A mobilidade elétrica vs o ado

Sendo descendente de reis dinamarqueses da Idade Média, Stefan Wolffbrandt construiu o seu próprio pequeno reino: o museu antigo de Samso. Aí, explica às gerações mais novas os malefícios dos motores de combustão antigos.

Stefan fundou a associação de condutores de carros elétricos de Samso, com o intuito de fazer "lobby" por uma revolução de transportes na ilha. Mas os objetivos estão longe de serem atingidos.

"Devíamos ter neste momento 50% de carros elétricos em Samso, mas não aconteceu e isso é uma catástrofe. Queremos ser o motor de arranque dos carros autónomos aqui em Samso, como área de testes, de forma que possamos mostrar ao mundo que este é o futuro. E até 2030 queremos livrar-nos de todos os carros a diesel e a gasolina que temos aqui na ilha", garantiu.

E a visão é partilhada pela filha Flora, de apenas 12 anos: "Quando for adulta, vou conduzir um carro elétrico, para não poluir a natureza e ser amiga do meio ambiente... e é cool".

Stefan, que até compõs uma canção contra a emissão de CO2 na atmosfera, assegura que antes de mudar o mundo é preciso alterar os hábitos individuais.

"Estamos numa casa que consome pouca energia. A minha pegada carbónica é muito baixa agora. Temos de nos mudar a nós mesmos para mudarmos o mundo".

A resposta global às alterações climáticas

A Comissão Europeia tem apelado para uma Europa neutra em relação ao clima até 2050 e o Parlamento Europeu apoiou de forma esmagadora esta meta. Mas essa é uma resolução não vinculativa e os chefes dos governos, divididos entre o Ocidente e o Oriente, adiaram a apresentação de um calendário juridicamente vinculativo para tornar a Europa mais 'verde'.

Samso é a montra dinamarquesa que ainda exibe alguma esperança de abrandamento das mudanças climáticas e de redução maciça da pegada de CO2 em apenas alguns anos. Isso é um facto. Mas uma questão continua em aberto: se os decisores europeus das outras regiões também são capazes e se estão dispostos a aprender com Samso?

As próximas eleições europeias vão ser decisivas para levar a Europa para um porto seguro em termos de meio ambiente.

Nome do jornalista • João Paulo Godinho

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