Um novo relatório afirma que os 93 glaciares austríacos estão a sofrer um grave e visível degelo nos últimos dois anos.
Os glaciares austríacos desaparecerão nos próximos 45 anos, advertiu na sexta-feira o Clube Alpino Austríaco (OeAV) no seu último relatório de medição de gelo, que detalha o rápido retrocesso dos 93 glaciares da Áustria nos últimos dois anos.
O glaciar de Pasterze foi o que mais recuou, acima dos 203 metros. O Rettenbachferner, em Tirol, ocupa o segundo lugar, com 127 metros de gelo a menos. Dos 93 glaciares analisados, apenas um se tem mantido como antes.
"De facto, dentro de 40 ou 45 anos toda a Áustria ficará praticamente sem gelo", declarou o chefe do serviço de medição de gelo, Andreas Kellerer-Pirklbauer, numa conferência de imprensa em Salzburgo.
"Acabou o tempo" para os glaciares austríacos, anunciou Gerhard Lieb, do Clube Alpino Austríaco. Agora, só se a neve e o gelo começar formar-se de novo, os glaciares poderão pelo menos manter seu tamanho atual, explicou Lieb, mas "já não se podem salvar os glaciares austríacos, porque os sistemas de recuperação estão muito lentos".
Degelo e o fim dos glaciares é uma tendência global
Segundo os peritos, a sobrevivência dos glaciares austríacos deve-se inteiramente às reservas de gelo do ado. Na verdade, não é uma tendência isolada, pois vimos como também nos Alpes italianos ou na Suíça os glaciares tiveram o mesmo destino.
Os glaciares são massas de gelo que se formam quando a neve e o gelo se compactam durante séculos e depois fluem lentamente sobre a terra.
O seu degelo é um dos sinais mais notáveis da mudança climática e do aquecimento global provocado pelo homem, já que os glaciares de todo o mundo retrocedem rapidamente.