{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/green/2023/10/17/espanha-remove-barragens-para-evitar-cheias-e-proteger-biodiversidade-com-o-apoio-da-ue" }, "headline": " Espanha remove barragens para evitar cheias e proteger biodiversidade (com o apoio da UE)", "description": "No ano ado, na Europa, foram removidas mais de 330 barragens abandonadas.", "articleBody": "Em v\u00e1rios pontos da Europa, h\u00e1 iniciativas para remover barragens abandonadas de modo a melhorar a qualidade da \u00e1gua e travar o colapso da biodiversidade. Castela e Le\u00e3o, em Espanha, \u00e9 uma das regi\u00f5es mais avan\u00e7adas da Europa em termos de recupera\u00e7\u00e3o de rios.\u00a0 UE quer libertar 25 mil quil\u00f3metros de rios at\u00e9 2030 A sa\u00fade dos rios europeus vai mal. Os cursos de \u00e1gua est\u00e3o muito fragmentados. 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Espanha remove barragens para evitar cheias e proteger biodiversidade (com o apoio da UE)

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 Espanha remove barragens para evitar cheias e proteger biodiversidade (com o apoio da UE)
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No ano ado, na Europa, foram removidas mais de 330 barragens abandonadas.

Em vários pontos da Europa, há iniciativas para remover barragens abandonadas de modo a melhorar a qualidade da água e travar o colapso da biodiversidade.

Castela e Leão, em Espanha, é uma das regiões mais avançadas da Europa em termos de recuperação de rios. 

UE quer libertar 25 mil quilómetros de rios até 2030

A saúde dos rios europeus vai mal. Os cursos de água estão muito fragmentados. O objetivo da estratégia de biodiversidade da União Europeia é libertar 25 mil quilómetros de rios antes de 2030, o que implica a remoção de barreiras desnecessárias.

A euronews visitou uma obra de demolição de uma central hidroelétrica abandonada há décadas.

"Esta é uma estrutura obsoleta que apresenta riscos estruturais. Está a ter um impacto negativo na qualidade da água, o que nos obriga a tomar outras medidas que são mais dispendiosas do que a remoção da própria estrutura", explicou Arturo Prieto Blanco, diretor técnico da Confederação Hidrográfica do Duero.

"O rio voltará ao estado em que se encontrava há algumas décadas. Estas são as ações mais baratas, porque duram para sempre", acrescentou o responsável.

População nem sempre entende necessidade de remover barragens

No ano ado, na Europa, foram removidas mais de 330 barragens abandonadas. Um terço desse numero em Espanha. Mas os projetos enfrentam frequentemente a relutância da população local.

"Custa muito dinheiro remover uma barragem que não estava a incomodar ninguém", foi um dos comentários ouvidos pelo repórter da Euronews

"O que é que eles querem fazer com a água, com todos os problemas que temos? Não sei, será que querem privatizá-la?", perguntou uma cidadã espanhola de Castilha e Leão.

De acordo com Pao Fernandez Garrido, especialista em demolição de barragens, há muitas ideias falsas que circulam na Internet.

"Fazem as pessoas ter medo de que não haja mais água para apagar incêndios ou para rega. Essas infra-estruturas estão abandonadas e não são usadas, cheias de sedimentos. A melhoria da saúde dos rios, ajuda a evitar inundações, a evitar a erosão do leito do rio, evitar a má qualidade da água, a proliferação de algas tóxicas e bactérias. São benefícios diretos para as populações", explicou a chefe de projeto da Dam Removal Europe.

Espanha muda de estratégia em relação a barragens e rios

Madrid mudou de estratégia em relação às barragens e à gestão dos rios. O vale de Orbigo, em Espanha, é uma área afetada por inundações por onde am os peregrinos a caminho de Santiago de Compostela. O rio que a pela localidade é muito estreito, devido às diferentes ações humanas realizadas ao longo do tempo.

Em fotografias antigas, podemos ver que toda a extensão da ponte é, de facto, a zona do rio. Estas casas, em baixo, são um problema porque, por um lado, pioram o estado do rio e, por outro, estão em risco, se houver cheias", explicou o engenheiro José Ignácio Santillán Ibãnez.

Remoção de barragens visa evitar inundações e proteger biodiversidade

A recuperação das planícies aluviais é um dos objetivos da diretiva-quadro europeia relativa à água. Um objetivo ilustrado pela remoção de diques, para dar ao rio a possibilidade de transbordar.

"No troço que concluímos há 11 anos, o rio tomou outras posições. Em geral, tornou-se mais largo. Durante a primavera, após a conclusão das obras, choveu muito, o que provocou um aumento considerável do caudal de água, mas afinal não houve consequências. Evitamos a necessidade de pagar muitas indemnizações e, em certos casos, as obras. É muito rentável", explicou o engenheiro.

A obra suscitou incompreensão entre os habitantes, incluindo da parte do presidente da câmara da aldeia. Mas entretanto, o autarca mudou de opinião.

"Antes, o que fazíamos era canalizar o mais possível. E, de facto, limitámos o rio e, em caso de inundação, o caudal era muito mais forte, rasgava muito material, escavava o rio, danificava a natureza fluvial. Agora os danos são muito menores. Demorámos algum tempo a perceber isto, mas é verdade que é uma boa solução", considerou Francisco Javier Álvarez, presidente da câmara de Santa Marina del Rey.

UE debate Lei da Restauração da Natureza

A Lei da Restauração da Natureza, que está a ser debatida a nível europeu, visa melhorar a saúde de vários rios que se encontram em mau estado, e onde número de espécies estão a diminuir a um ritmo alarmante.

A União Europeia tem vindo a financiar investimentos da Estónia na melhoria da saúde dos rios. O país gastou milhões de euros para restabelecer a ligação entre os rios. No rio Parnü, foram removidos vários obstáculos considerados obsoletos.

O sítio da antiga barragem de Sindi é um emblema da política estónia em matéria fluvial. A barreira criada por uma antiga fábrica de lã foi removida e a paisagem ficou transformada.

"Todo o rio estava bloqueado, também para as pessoas. Mas agora, há muitas competições de desportos aquáticos e toda a gente pode aceder ao rio. Agora, vemos um rio muito mais feliz", explicou Kulli Tammur, gestora do projeto de remoção da barragem de Sindi.

"O número de habitantes está a aumentar, após anos de decréscimo, e vemos também que as empresas estão a procurar investir nesta zona. São mudanças muito boas para esta localidade", afirmou , Kaire Ilus, responsável do desenvolvimento do munícipio de Tori.

A abertura de 3000 quilómetros de rios a montante teve um impacto em cerca de trinta espécies de peixes, incluindo o sargo e a lampreia. Os cientistas acompanham o regresso dos peixes através de sensores.

"Só tínhamos peixes migratórios a jusante da barragem mas agora eles estão em todo o lado a montante. É bom para os pescadores, é bom para o turismo e é bom para a alma das pessoas!" frisou Meelis Tambets, cientista de conservação da natureza da Wildlife Estónia.

Bruxelas quer criar uma meta vinculativa par restaurar pelo menos, 20 % das zonas terrestres e marítimas da União Europa até 2030.

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