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Sem medidas adequadas para um arrefecimento sustent\u00e1vel, haver\u00e1 um aumento acentuado da utiliza\u00e7\u00e3o de sistemas de ar condicionado que consomem muita energia.\u00a0 Se forem utilizados combust\u00edveis f\u00f3sseis para combater o calor, as emiss\u00f5es de gases com efeito de estufa aumentam e aceleram o ritmo do aquecimento global. Pa\u00edses com maior aumento de dias desconfortavelmente quentes O estudo de Oxford utiliza um conceito chamado \u0022dias de arrefecimento\u0022, que \u00e9 quando a temperatura est\u00e1 acima da m\u00e9dia da regi\u00e3o e \u00e9 necess\u00e1rio algum tipo de sistema de arrefecimento para manter a popula\u00e7\u00e3o confort\u00e1vel. Se o aquecimento global ultraar os 1,5\u00baC, a Irlanda vai estar no topo da lista com um aumento de 38% nos dias desconfortavelmente quentes. A Su\u00ed\u00e7a e o Reino Unido registar\u00e3o uma subida de 30%. A Noruega, a Finl\u00e2ndia e a Su\u00e9cia ter\u00e3o um aumento de 28%. 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Que países europeus não estão preparados para o calor?

No ano ado, ondas de calor bateram recordes no Reino Unido.
No ano ado, ondas de calor bateram recordes no Reino Unido. Direitos de autor REUTERS/Toby Melville
Direitos de autor REUTERS/Toby Melville
De Rosie Frost
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Investigadores alertam que edifícios em locais como o Norte da Europa "atuam como estufas" e não foram concebidos para lidar com dias quentes

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A Universidade de Oxford investigou quais os países que vão registar o maior aumento de dias que requerem intervenções de arrefecimento nos edifícios, como persianas, ventoinhas ou ar condicionado.

Oito dos dez países com a subida mais alta no número de dias desconfortavelmente quentes a nível mundial serão do Norte da Europa.

É também um ciclo vicioso, dizem os investigadores. Sem medidas adequadas para um arrefecimento sustentável, haverá um aumento acentuado da utilização de sistemas de ar condicionado que consomem muita energia. 

Se forem utilizados combustíveis fósseis para combater o calor, as emissões de gases com efeito de estufa aumentam e aceleram o ritmo do aquecimento global.

Países com maior aumento de dias desconfortavelmente quentes

O estudo de Oxford utiliza um conceito chamado "dias de arrefecimento", que é quando a temperatura está acima da média da região e é necessário algum tipo de sistema de arrefecimento para manter a população confortável.

Se o aquecimento global ultraar os 1,5ºC, a Irlanda vai estar no topo da lista com um aumento de 38% nos dias desconfortavelmente quentes.

A Suíça e o Reino Unido registarão uma subida de 30%.

REUTERS/Toby Melville
O Reino Unido terá mais 30% de dias de calor desconfortável.REUTERS/Toby Melville

A Noruega, a Finlândia e a Suécia terão um aumento de 28%. Segue-se a Áustria (25%) e o Canadá, a Dinamarca e a Nova Zelândia (24%).

Os investigadores sublinham que estas estimativas são "conservadoras", uma vez que não incluem fenómenos extremos como as ondas de calor, que viriam juntar-se aos aumentos médios. 

Acrescentam ainda que estes países estão "perigosamente impreparados" para esta mudança.

Edifícios no Norte da Europa não foram concebidos para o calor

"Os países do Norte da Europa necessitarão de uma adaptação em grande escala à resiliência ao calor, mais rapidamente do que os outros países", destaca uma das autoras do estudo, Nicole Miranda.

Miranda recorda as enormes perturbações que o Reino Unido sofreu durante as excecionais ondas de calor no ano ado. 

O calor extremo acarreta também o risco de desidratação, exaustão e até morte, especialmente em populações vulneráveis, como os idosos ou as pessoas com deficiência.

É um imperativo económico e de saúde que nos preparemos para mais dias quentes.
Nicole Miranda
Coautora da investigação da Universidade de Oxford

Parte do problema reside no facto de as casas e os prédios em locais como o Norte da Europa terem sido concebidos para manter o calor durante o inverno, e não para arrefecer durante os meses de verão.

Adaptar os edifícios significaria que não precisaríamos de aumentar a utilização de ar condicionado, explica o principal autor do estudo, Jesus Lizana.

"Neste momento, em países como o Reino Unido, as construções funcionam como estufas - não há proteção externa contra o sol, as janelas estão fechadas, não há ventilação natural nem ventoinhas de teto", refere. "Os edifícios estão preparados exclusivamente para as estações frias".

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