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O impacto do calor na sa\u00fade As ondas de calor do ver\u00e3o ado tiveram um impacto devastador no ambiente, mas o que se conhece menos \u00e9 o impacto na sa\u00fade humana.\u00a0 As estimativas apontam para vinte mil mortes suplementares no ver\u00e3o ado na Europa devido \u00e0s temperaturas invulgarmente elevadas. Foram registadas temperaturas acima da m\u00e9dia n \u00e3o s\u00f3 em Espanha e Fran\u00e7a, onde o fen\u00f3meno j\u00e1 tinha acontecido, mas tamb\u00e9m no Reino Unido. Um territ\u00f3rio que atingiu um novo m\u00e1ximo hist\u00f3rico no ver\u00e3o ado. Algumas partes da Gr\u00e3-Bretanha ultraaram os 40 graus, em Julho, um novo recorde que levou o servi\u00e7o meteorol\u00f3gico do pa\u00eds a emitir um alerta sem precedentes.\u00a0 Segundo as autoridades, doen\u00e7as e morte podem ocorrer mesmo entre pessoas saud\u00e1veis .\u00a0 A mortalidade \u00e9 maior entre os idosos e os muito jovens. \u0022Em particular no norte da Europa, no Reino Unido, Dinamarca e norte da Alemanha, as pessoas ainda pensam que o calor \u00e9 uma coisa boa, podem sair e divertir-se. \u00c9 preciso tomar consci\u00eancia de que se pode desfrutar do calor, mas que isso tem implica\u00e7\u00f5es a longo prazo\u0022, disse \u00e0 euronews Vikki Thompson, cientista do Clima, do Instituto Cabot da Universidade de Bristol. Mulheres s\u00e3o mais afetadas pelo calor do que homens Dados recolhidos na Europa e na Am\u00e9rica do Norte mostram que as mulheres s\u00e3o mais afetadas pelo calor que os homens.\u00a0 N\u00e3o se conhece a causa exata dessa diferen\u00e7a de 15%. \u0022Segundo as teorias mais aceites, as mulheres t\u00eam uma temperatura central mais elevada, pelo que precisam de arrefecer mais, e por outro lado, transpiram menos dos que os homens, o que impediria o corpo das mulheres de arrefecer\u0022, explicou a investigadora\u00a0Vikki Thompson. A quebra da extens\u00e3o do gelo marinho As \u00e1reas geladas do nosso planeta est\u00e3o na linha da frente das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Em 2022, tanto no \u00c1rtico como na Ant\u00e1rtida, a extens\u00e3o de gelo marinho foi inferior \u00e0 m\u00e9dia durante todo o ano.\u00a0 No cume da Gronel\u00e2ndia choveu, em vez de nevar, pelo segundo ano consecutivo.\u00a0 E os Alpes su\u00ed\u00e7os perderam 6% do volume total de gelo restante. \u00222022 foi bastante especial na Regi\u00e3o Alpina porque tivemos uma combina\u00e7\u00e3o de muito pouca neve durante o Inverno e depois temperaturas muito elevadas durante o Ver\u00e3o, ou seja, ondas de calor cont\u00ednuas. Esta combina\u00e7\u00e3o \u00e9 a pior coisa que pode acontecer aos glaciares, e deu origem a perdas recorde absolutas de gelo nunca vistas\u201d, sublinhou Matthias Huss, especialista do ETH de Zurique. Os dados do Servi\u00e7o de Altera\u00e7\u00f5es Clim\u00e1ticas Copernicus A temperatura na Europa, no m\u00eas ado, esteve 0,9 graus acima da m\u00e9dia de 1991-2020.\u00a0 Um valor m\u00e9dio que esconde a grande diferen\u00e7a entre o norte e o sul do continente.\u00a0 Nas Ilhas Brit\u00e2nicas e na Escandin\u00e1via esteve mais frio. A cidade de Reiquiavique, na Isl\u00e2ndia, atingiu a temperatura mais baixa desde 1918.\u00a0 Em torno do Mediterr\u00e2neo, as temperaturas estiveram bem acima da m\u00e9dia, no m\u00eas ado.\u00a0 Para muitos europeus, o m\u00eas de dezembro, bastante quente, foi o encerramento de um ano excecionalmente quente.\u00a0 Uma situa\u00e7\u00e3o que se estende das Ilhas Brit\u00e2nicas at\u00e9 \u00e0 Pen\u00ednsula Ib\u00e9rica e aos Balc\u00e3s. 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Temperaturas recorde de 2022 podem tornar-se norma

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As condições médias do Verão de 2022 vão tornar-se habituais por volta de 2050, 2060", disse à euronews a cientista Valérie Masson-Delmotte.

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O ano de 2022 foi excecional, em termos climáticos, mas, em breve, as temperaturas elevadas poderão ser a norma.

De acordo com os especialistas, as temperaturas elevadas do verão ado poderão ser consideradas temperaturas médias, daqui a poucas décadas. "As condições médias do Verão de 2022 vão tornar-se habituais por volta de 2050, 2060. É importante perceber que um ano como 2022 é excecional, mas que este tipo de evento será mais frequente, mais intenso. E deixo as pessoas imaginar quais serão os recordes em 2050, 2060, em comparação com um clima médio parecido com o do verão de 2022. "O Verão de 2022 é emblemático das consequências das alterações climáticas induzidas pelas atividades humanas e que se estão a agravar", disse à euronews Valérie Masson-Delmotte, climatologista do Laboratório das Ciências do Clima e do Ambiente.

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Anomalia de temperatura em dezembro de 2022. Período de referência 1991-2020 Fonte: Copernicus Climate Change Service implementado pelo ECMWFeuronews

O impacto do calor na saúde

As ondas de calor do verão ado tiveram um impacto devastador no ambiente, mas o que se conhece menos é o impacto na saúde humana. As estimativas apontam para vinte mil mortes suplementares no verão ado na Europa devido às temperaturas invulgarmente elevadas. Foram registadas temperaturas acima da média não só em Espanha e França, onde o fenómeno já tinha acontecido, mas também no Reino Unido. Um território que atingiu um novo máximo histórico no verão ado.

Algumas partes da Grã-Bretanha ultraaram os 40 graus, em Julho, um novo recorde que levou o serviço meteorológico do país a emitir um alerta sem precedentes. Segundo as autoridades, doenças e morte podem ocorrer mesmo entre pessoas saudáveis. A mortalidade é maior entre os idosos e os muito jovens.

"Em particular no norte da Europa, no Reino Unido, Dinamarca e norte da Alemanha, as pessoas ainda pensam que o calor é uma coisa boa, podem sair e divertir-se. É preciso tomar consciência de que se pode desfrutar do calor, mas que isso tem implicações a longo prazo", disse à euronews Vikki Thompson, cientista do Clima, do Instituto Cabot da Universidade de Bristol.

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Período de referência 1991-2020 - Copernicus Climate Change Service implementado pelo ECMWFeuronews

Mulheres são mais afetadas pelo calor do que homens

Dados recolhidos na Europa e na América do Norte mostram que as mulheres são mais afetadas pelo calor que os homens. Não se conhece a causa exata dessa diferença de 15%.

"Segundo as teorias mais aceites, as mulheres têm uma temperatura central mais elevada, pelo que precisam de arrefecer mais, e por outro lado, transpiram menos dos que os homens, o que impediria o corpo das mulheres de arrefecer", explicou a investigadora Vikki Thompson.

A quebra da extensão do gelo marinho

As áreas geladas do nosso planeta estão na linha da frente das alterações climáticas. Em 2022, tanto no Ártico como na Antártida, a extensão de gelo marinho foi inferior à média durante todo o ano. No cume da Gronelândia choveu, em vez de nevar, pelo segundo ano consecutivo. E os Alpes suíços perderam 6% do volume total de gelo restante.

"2022 foi bastante especial na Região Alpina porque tivemos uma combinação de muito pouca neve durante o Inverno e depois temperaturas muito elevadas durante o Verão, ou seja, ondas de calor contínuas. Esta combinação é a pior coisa que pode acontecer aos glaciares, e deu origem a perdas recorde absolutas de gelo nunca vistas”, sublinhou Matthias Huss, especialista do ETH de Zurique.

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Em vários países da Europa houve um aumento da mortalidade devido à onda de calor.euronews

Os dados do Serviço de Alterações Climáticas Copernicus

A temperatura na Europa, no mês ado, esteve 0,9 graus acima da média de 1991-2020. Um valor médio que esconde a grande diferença entre o norte e o sul do continente. 

Nas Ilhas Britânicas e na Escandinávia esteve mais frio. A cidade de Reiquiavique, na Islândia, atingiu a temperatura mais baixa desde 1918. 

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Temperatura média anual em 2022 - Período de referência 1991-2020 - Copernicus Climate Change Service implementado pelo ECMWFeuronews

Em torno do Mediterrâneo, as temperaturas estiveram bem acima da média, no mês ado. Para muitos europeus, o mês de dezembro, bastante quente, foi o encerramento de um ano excecionalmente quente. Uma situação que se estende das Ilhas Britânicas até à Península Ibérica e aos Balcãs.

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