Filha do falecido artista colombiano Fernando Botero ajudou a transformar as ruas e praças de Roma num museu ao ar livre para exibir oito das famosas esculturas volumosas do pai.
Se for a Roma e se deparar com volumosas figuras de bronze, não se assuste. É a exposição ao ar livre organizada como uma homenagem a Botero, artista colombiano que morreu a 15 de setembro de 2023, aos 91 anos.
O artista morreu no Mónaco, onde mantinha o seu atelier, mas também viveu durante muitos anos na cidade italiana de Pietrasanta, na região da Toscana, onde foi enterrado ao lado da sua terceira mulher, a artista Sophia Vari.
As estátuas apresentadas na exposição foram concebidas enquanto esteve em Itália. O seu afeto por Itália deve-se, em parte, à sua relação artística com os mestres do Renascimento.
Por isso o país de escolha para esta homenagem não é despropositado. "Tenho a certeza de que o meu pai ficaria muito comovido, porque Itália foi sempre como uma segunda pátria para ele”, disse a filha, Lina Botero, à televisão italiana TV2000.
Percurso da exposição
Se é daquelas pessoas que gosta de deambular pelas ruas e apreciar arquitetura, escultura ou natureza das ruas, avenidas, praças e parques, tem mais uma sugestão.
O percurso da exposição começa no Terraço do Pincio, um dos pontos de vista panorâmicos de onde se pode irar uma das mais belas vistas de Roma com as estátuas "Mulher Reclinada" (2003) e Vénus Dormida (1994).
Continuando até à Piazza del Popolo vai encontrar o "Homem de Pé" (Adão) e a "Mulher de Pé" (Eva) que surgem como colunas junto ao Obelisco Flamínico.
Na Via del Corso encontrará o famoso "Cavalo com freio" (2009) e logo a seguir na Piazza San Lorenzo in Lucina o "Gatto" (1999).
Na Piazza San Silvestro pode apreciar a "Mulher sentada" (2000) e na Piazza Mignanelli outra escultura de uma "Mulher sentada", mas esta de 1991.
“Conseguimos ver de longe que são Boteros”, disse Sara Belloni, uma residente que parou para fotografar Adão e Eva a partir de baixo. “A estética é completamente oposta à que se vê habitualmente por aí. Onde o magro é bonito, ele faz exatamente o oposto”.
Lorenzo Zichichi, um dos co-organizadores da exposição, disse que seria um erro chamar as esculturas de gordas. “Botero sempre disse que nunca pintou uma mulher gorda e nunca esculpiu uma mulher gorda, o que o fascinou foi o volume”.
Embora a exposição ao ar livre não seja novidade, uma vez que as suas imponentes esculturas de bronze já tinham sido expostas em muitas capitais europeias e latino-americanas, esta é a primeira vez que são vistas a esta escala em Roma.
A exposição termina a 1 de outubro de 2024.