A defesa argumentou que o MP lhe ocultou provas sobre munições que poderiam estar relacionadas com o tiroteio no cenário do filme e que seriam determinantes para o caso. A juíza aceitou a moção da defesa e arquivou o processo a meio do julgamento.
Uma juíza do Novo México pôs um fim surpreendente ao processo de homicídio involuntário contra o ator Alec Baldwin, arquivando-o a meio do julgamento e afirmando que não pode ser reaberto.
A juíza Mary Marlowe Sommer arquivou o processo com prejuízo, com base na má conduta da polícia e do Ministério Público relativamente à retenção de provas perante a defesa no caso do tiroteio de 2021 contra a cineasta Halyna Hutchins. Nascida na Ucrânia em 1979, Hutchins era a diretora de fotografia do filme "Rust", quando foi baleada no cenário das gravações.
"A descoberta tardia destas provas durante o julgamento impediu a utilização efetiva das mesmas de tal forma que afetou a equidade fundamental do processo", afirmou Marlowe Sommer.
"Se esta conduta não atinge o nível de má-fé, aproxima-se certamente disso". Marlowe Sommer interrompeu o julgamento na sexta-feira, enquanto analisava a moção da defesa para arquivar o processo por causa das provas.
A defesa argumentou que o Ministério Público lhe ocultou provas sobre as munições que poderiam estar relacionadas com o tiroteio no cenário do filme. A defesa afirmou que deveria ter tido a possibilidade prévia de determinar a sua importância.
A acusação contra-argumentou que as munições não estavam relacionadas com o caso e não estavam escondidas.
A questão surgiu na quinta-feira, no segundo dia do julgamento do ator, durante o interrogatório da defesa à técnica do local do crime do xerife, Marissa Poppell.
O advogado de Baldwin, Alex Spiro, perguntou se um "bom samaritano" tinha entrado no gabinete do xerife com as munições no início deste ano, após o julgamento de Hannah Gutierrez-Reed, a responsável pelas armas do filme, pelo seu papel na morte de Hutchins.
Baldwin foi condenado a 18 meses de prisão por homicídio involuntário, de que está agora a recorrer.
Falando à porta do tribunal em Santa Fé, a procuradora especial Kari Morrissey disse que estava desiludida, mas que respeitava a decisão do tribunal.
"Fizemos tudo o que era humanamente possível para fazer justiça a Halyna e à sua família e estamos orgulhosos do trabalho que realizámos. Estamos desiludidos com a decisão do tribunal, mas temos de a respeitar", afirmou.
Baldwin entrou numa carrinha à porta do tribunal de Santa Fé sem falar com os meios de comunicação social.