{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/cultura/2019/11/28/opera-a-cidade-morta-entre-hitchcock-e-freud" }, "headline": "\u00d3pera \u0022A cidade morta\u0022, entre Hitchcock e Freud", "description": "A \u00f3pera do compositor austr\u00edaco Erich Wolfgang Korngold (1897-1957) subiu ao palco na \u00d3pera Estatal da Baviera, em Munique.", "articleBody": "A \u00f3pera austr\u00edaca \u0022A cidade morta\u0022 estreada em Munique combina os universos de Hitchcock e de Freud. A \u00f3pera do compositor austr\u00edaco Erich Wolfgang Korngold (1897-1957) subiu ao palco recentemente na \u00d3pera Estatal da Baviera, em Munique . O libreto conta a hist\u00f3ria de um homem que perdeu a mulher e que n\u00e3o consegue recuperar o gosto pela vida. Quando se apaixona por Marietta, que \u00e9 parecida com a antiga esposa, sente-se dividido entre o desejo de amar e o sentimento de culpa. O espet\u00e1culo mistura os universos de Freud e de Hitchcock. \u0022Os quartos que se dividem e se voltam a juntar s\u00e3o um reflexo do conflito interior. O cen\u00f3grafo traduziu bem a ideia. Podemos imaginar a cidade como um espa\u00e7o psicol\u00f3gico, um espa\u00e7o Sigmund Freud\u0022, disse \u00e0 euronews Nikolaus Bachler, diretor da \u00d3pera Estatal da Baviera. A cenografia exprime as ang\u00fastias do protagonista. \u0022A casa de banho aparece de repente no telhado. O Paul est\u00e1 c\u00e1 em baixo. O que nos d\u00e1 a sensa\u00e7\u00e3o de estarmos num sonho e n\u00e3o de conseguir chegar ao objeto apesar de ele parecer estar pr\u00f3ximo\u0022, explicou o bar\u00edtono Andrzej Filonchyk . Uma proeza t\u00e9cnica para o tenor A obra de Erich Wolfgang Korngold \u00e9 considerada como um desafio t\u00e9cnico sobretudo para o papel principal. \u0022Tecnicamente, o que o tenor tem de fazer no primeiro ato, \u00e9 quase imposs\u00edvel\u0022, sublinhou Nikolaus Bachler. \u0022Penso que a dificuldade t\u00e9cnica se deve \u00e0 juventude de Korngold, ele n\u00e3o sabia at\u00e9 onde a voz podia ir. Ele tinha em mente mudan\u00e7as de harmonia e de ritmo incr\u00edveis. \u00c9 um labirinto louco que mistura v\u00e1rios estilos\u0022, sublinhou o tenor Jonas Kaufmann. O compositor austr\u00edaco tinha 23 anos quando escreveu a partitura da obra. Os desafios do maestro Kirill Petrenko A obra \u00e9 dirigida pelo maestro Kirill Petrenko . \u0022O som da orquestra, no fosso, \u00e9 algo muito dif\u00edcil de ouvir noutros lados, especialmente, quando se trata de uma obra t\u00e3o dif\u00edcil. Kirill Petrenko consegue dissec\u00e1-la em parte, sem perder a poesia. Ao mesmo tempo, h\u00e1 contradi\u00e7\u00f5es, pausas e flashes surpreendentes que nos fazem pensar em Hitchcock\u0022, resumiu o diretor da \u00d3pera Estatal da Baviera. Depois de uma viagem pelas profundezas da mente, o protagonista mata a segunda mulher, mas s\u00f3 em sonhos. Ser\u00e1 que vai voltar a ser feliz? \u0022Penso que \u00e9 uma bela ideia terminar o espet\u00e1culo sem que saibamos claramente o que vai acontecer. O pr\u00f3prio Korngold escreveu-o na partitura, o palco deve permanecer v\u00edsivel at\u00e9 \u00e0 \u00faltima nota. A cortina sobe e mostra o vazio do palco\u0022, concluiu o bar\u00edtono Andrzej Filonczyk. ", "dateCreated": "2019-11-14T11:27:52+01:00", "dateModified": "2019-11-29T15:01:21+01:00", "datePublished": "2019-11-28T18:00:46+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F29%2F98%2F20%2F1440x810_cmsv2_b4e8b9ba-427d-55e2-a0d6-3b27a0f27726-4299820.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "A \u00f3pera do compositor austr\u00edaco Erich Wolfgang Korngold (1897-1957) subiu ao palco na \u00d3pera Estatal da Baviera, em Munique.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F29%2F98%2F20%2F432x243_cmsv2_b4e8b9ba-427d-55e2-a0d6-3b27a0f27726-4299820.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Buring", "givenName": "Andrea", "name": "Andrea Buring", "url": "/perfis/268", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@AndreaBuring", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue allemande " } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9ries" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Ópera "A cidade morta", entre Hitchcock e Freud

Em parceria com
Ópera "A cidade morta", entre Hitchcock e Freud
Direitos de autor 
De Andrea Buringeuronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A ópera do compositor austríaco Erich Wolfgang Korngold (1897-1957) subiu ao palco na Ópera Estatal da Baviera, em Munique.

PUBLICIDADE

A ópera austríaca "A cidade morta" estreada em Munique combina os universos de Hitchcock e de Freud.

A ópera do compositor austríaco Erich Wolfgang Korngold (1897-1957) subiu ao palco recentemente na Ópera Estatal da Baviera, em Munique. O libreto conta a história de um homem que perdeu a mulher e que não consegue recuperar o gosto pela vida. Quando se apaixona por Marietta, que é parecida com a antiga esposa, sente-se dividido entre o desejo de amar e o sentimento de culpa. O espetáculo mistura os universos de Freud e de Hitchcock. "Os quartos que se dividem e se voltam a juntar são um reflexo do conflito interior. O cenógrafo traduziu bem a ideia. Podemos imaginar a cidade como um espaço psicológico, um espaço Sigmund Freud", disse à euronews Nikolaus Bachler, diretor da Ópera Estatal da Baviera.

A cenografia exprime as angústias do protagonista. "A casa de banho aparece de repente no telhado. O Paul está cá em baixo. O que nos dá a sensação de estarmos num sonho e não de conseguir chegar ao objeto apesar de ele parecer estar próximo", explicou o barítono Andrzej Filonchyk.

Uma proeza técnica para o tenor

A obra de Erich Wolfgang Korngold é considerada como um desafio técnico sobretudo para o papel principal. "Tecnicamente, o que o tenor tem de fazer no primeiro ato, é quase impossível", sublinhou Nikolaus Bachler. "Penso que a dificuldade técnica se deve à juventude de Korngold, ele não sabia até onde a voz podia ir. Ele tinha em mente mudanças de harmonia e de ritmo incríveis. É um labirinto louco que mistura vários estilos", sublinhou o tenor Jonas Kaufmann. O compositor austríaco tinha 23 anos quando escreveu a partitura da obra.

Os desafios do maestro Kirill Petrenko

A obra é dirigida pelo maestro Kirill Petrenko. "O som da orquestra, no fosso, é algo muito difícil de ouvir noutros lados, especialmente, quando se trata de uma obra tão difícil. Kirill Petrenko consegue dissecá-la em parte, sem perder a poesia. Ao mesmo tempo, há contradições, pausas e flashes surpreendentes que nos fazem pensar em Hitchcock", resumiu o diretor da Ópera Estatal da Baviera.

Depois de uma viagem pelas profundezas da mente, o protagonista mata a segunda mulher, mas só em sonhos. Será que vai voltar a ser feliz? "Penso que é uma bela ideia terminar o espetáculo sem que saibamos claramente o que vai acontecer. O próprio Korngold escreveu-o na partitura, o palco deve permanecer vísivel até à última nota. A cortina sobe e mostra o vazio do palco", concluiu o barítono Andrzej Filonczyk.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

A estonteante cítara de Anoushka Shankar

Talentoso jovem maestro ganha Prémio Herbert von Karajan

Prémio Herbert von Karajan para Jovens Maestros: uma experiência emocionante