{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2023/03/08/comissao-europeia-adia-multas-por-defice-excessivo-dos-paises-ate-2024" }, "headline": "Comiss\u00e3o Europeia adia multas por d\u00e9fice excessivo dos pa\u00edses at\u00e9 2024", "description": "A decis\u00e3o da Comiss\u00e3o Europeia integra um documento de orienta\u00e7\u00f5es adicionais para os Estados-membros sobre como elaborar os seus or\u00e7amentos na nova realidade econ\u00f3mica.", "articleBody": "A Comiss\u00e3o Europeia decidiu adiar as multas contra os Estados-membros com n\u00edveis de d\u00e9fice excessivo pelo menos at\u00e9 \u00e0 primavera de 2024, devido aos atuais ajustamentos por causa da guerra na Ucr\u00e2nia, da alta infla\u00e7\u00e3o e da fragilidade no mercado energ\u00e9tico. \u0022Come\u00e7\u00e1mos 2023 numa base mais otimista do que se esperava inicialmente. Embora a economia esteja um pouco melhor, ainda n\u00e3o estamos fora de perigo. Com base nas expetativas para 2023, proporemos a abertura de procedimentos de d\u00e9fice excessivo a partir da primavera de 2024\u0022, disse o vice-Presidente Executivo da Comiss\u00e3o Europeia, Valdis Dombrovskis, em confer\u00eancia de imprensa, quarta-feira, em Bruxelas. Por seu lado Paolo Gentiloni, comiss\u00e1rio europeu para a Economia, exortou os Estados-membros a fazerem \u0022despesas prudentes\u0022, concentrando-se na acelera\u00e7\u00e3o das pol\u00edticas para as transi\u00e7\u00f5es ecol\u00f3gica e digital.\u00a0 \u0022N\u00e3o faria sentido voltar, simplesmente, a aplicar as regras existentes como se nada tivesse acontecido. Devemos reconhecer a realidade p\u00f3s-pand\u00e9mica e o facto de estar uma guerra em curso na Ucr\u00e2nia\u0022, disse Gentiloni. Flexibilizar as regras? De acordo com o Pacto de Estabilidade e Crescimento da Uni\u00e3o Europeia, o d\u00e9fice p\u00fablico deve ficar abaixo dos 3% do PIB e o r\u00e1cio da d\u00edvida em rela\u00e7\u00e3o ao PIB abaixo dos 60%, limiares que muitos pa\u00edses ultraam, atualmente, por uma margem significativa.\u00a0 A aplica\u00e7\u00e3o destas regras\u00a0 foi suspensa\u00a0 (cl\u00e1usula de escape) no in\u00edcio da pandemia de Covid-19, tendo a decis\u00e3o sido prorrogada at\u00e9 agora. O executivo europeu pensa reativar as regras a partir de janeiro de 2024, mas tal depender\u00e1 da rapidez com que os Estados-membros cheguem a acordo sobre uma proposta de reforma que concederia aos governos uma maior flexibilidade na elabora\u00e7\u00e3o dos or\u00e7amentos. 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Novas orienta\u00e7\u00f5es para mujdar o rumo A decis\u00e3o da Comiss\u00e3o Europeia integra um documento de orienta\u00e7\u00f5es adicionais para os Estados-membros sobre como elaborar os seus or\u00e7amentos na nova realidade econ\u00f3mica. Apesar do ambiente sombrio, a orienta\u00e7\u00e3o tem um tom algo otimista ap\u00f3s a queda consider\u00e1vel nos pre\u00e7os do g\u00e1s na venda grossista e a publica\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias previs\u00f5es que sugerem que a Uni\u00e3o Europeia dever\u00e1 evitar a recess\u00e3o em 2023. O executivo europeu prev\u00ea que o bloco cres\u00e7a 0,8% este ano, acima da taxa de 0,3% estimada anteriormente.\u00a0 Mas a incerteza continua a pesar sobre todo o continente, sem qualquer indica\u00e7\u00e3o de que o governo russo desistir\u00e1, em breve, da guerra na Ucr\u00e2nia. 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Comissão Europeia adia multas por défice excessivo dos países até 2024

O Vice-Presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis (esq) e o Comissário Europeu Paolo Gentiloni
O Vice-Presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis (esq) e o Comissário Europeu Paolo Gentiloni Direitos de autor European Union, 2023.
Direitos de autor European Union, 2023.
De Jorge LiboreiroIsabel Marques da Silva
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A decisão da Comissão Europeia integra um documento de orientações adicionais para os Estados-membros sobre como elaborar os seus orçamentos na nova realidade económica.

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A Comissão Europeia decidiu adiar as multas contra os Estados-membros com níveis de défice excessivo pelo menos até à primavera de 2024, devido aos atuais ajustamentos por causa da guerra na Ucrânia, da alta inflação e da fragilidade no mercado energético.

"Começámos 2023 numa base mais otimista do que se esperava inicialmente. Embora a economia esteja um pouco melhor, ainda não estamos fora de perigo. Com base nas expetativas para 2023, proporemos a abertura de procedimentos de défice excessivo a partir da primavera de 2024", disse o vice-Presidente Executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, em conferência de imprensa, quarta-feira, em Bruxelas.

Por seu lado Paolo Gentiloni, comissário europeu para a Economia, exortou os Estados-membros a fazerem "despesas prudentes", concentrando-se na aceleração das políticas para as transições ecológica e digital. 

"Não faria sentido voltar, simplesmente, a aplicar as regras existentes como se nada tivesse acontecido. Devemos reconhecer a realidade pós-pandémica e o facto de estar uma guerra em curso na Ucrânia", disse Gentiloni.

Flexibilizar as regras?

De acordo com o Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia, o défice público deve ficar abaixo dos 3% do PIB e o rácio da dívida em relação ao PIB abaixo dos 60%, limiares que muitos países ultraam, atualmente, por uma margem significativa. 

A aplicação destas regras foi suspensa (cláusula de escape) no início da pandemia de Covid-19, tendo a decisão sido prorrogada até agora.

O executivo europeu pensa reativar as regras a partir de janeiro de 2024, mas tal dependerá da rapidez com que os Estados-membros cheguem a acordo sobre uma proposta de reforma que concederia aos governos uma maior flexibilidade na elaboração dos orçamentos.

Uma vez estabelecido o novo quadro, a Comissão Europeia poderá lançar de novo os chamados procedimentos de défice excessivo (PDE). 

A Comissão Europeia tem poderes para retirar os fundos de coesão e aplicar sanções financeiras aos governos não cumpridores de até 0,2% do PIB nacional, embora este o seja visto como um último recurso radical que funciona, sobretudo, como uma ameaça.

Os últimos dados do Eurostat (agência de estatísticas da UE) mostram que 15 Estados-membros têm défices acima dos 3%, incluindo França, Itália e Espanha. Por outro lado, 13 países tinham ultraado o rácio de 60% da dívida em relação ao PIB até ao terceiro trimestre de 2022.

Portugal tem um excedente orçamental de 1,3% , mas tem a terceira maior dívida pública da UE, ao atingir 120%.

Novas orientações para mujdar o rumo

A decisão da Comissão Europeia integra um documento de orientações adicionais para os Estados-membros sobre como elaborar os seus orçamentos na nova realidade económica.

Apesar do ambiente sombrio, a orientação tem um tom algo otimista após a queda considerável nos preços do gás na venda grossista e a publicação de várias previsões que sugerem que a União Europeia deverá evitar a recessão em 2023.

O executivo europeu prevê que o bloco cresça 0,8% este ano, acima da taxa de 0,3% estimada anteriormente. Mas a incerteza continua a pesar sobre todo o continente, sem qualquer indicação de que o governo russo desistirá, em breve, da guerra na Ucrânia.

A Comissão Europeia estima que as medidas implementadas, em 2022, pelos Estados-membros para proteger as famílias e empresas representaram 1,2% do PIB do bloco: cerca de 200 mil milhões de euros. Este ano deverão ser da ordem dos 0,9%  do PIB.

Embora o executivo reconheça que esta injeção maciça de ajuda foi útil para proteger os consumidores, considera que deve ser gradualmente eliminada para evitar mais inflação.

"O apoio não pode continuar indefinidamente. O tempo para um estímulo orçamenal de base ampla já ou. É tempo de mudar de velocidade e olhar para o futuro", disse Valdis Dombrovskis.

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