{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2018/01/26/a-europa-e-uma-parte-da-solucao-ja-nao-e-uma-parte-do-problema" }, "headline": "\u0022A Europa \u00e9 uma parte da solu\u00e7\u00e3o, j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 uma parte do problema\u0022", "description": "Numa entrevista \u00e0 euronews, o Comiss\u00e1rio Europeu para os Assuntos Econ\u00f3micos, Pierre Moscovici, fala da recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica na Europa, mas tamb\u00e9m das negocia\u00e7\u00f5es do 'brexit.", "articleBody": "O Comiss\u00e1rio Europeu para os Assuntos Econ\u00f3micos tamb\u00e9m esteve em Davos. Numa entrevista \u00e0 euronews, Pierre Moscovici fala da recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica na Europa, mas tamb\u00e9m das negocia\u00e7\u00f5es do \u2018brexit\u2019, reafirmando a posi\u00e7\u00e3o de Bruxelas, o Reino Unido n\u00e3o poder\u00e1 ter um p\u00e9 fora e o outro dentro da Uni\u00e3o Europeia. euronews: O FMI apresentou as suas previs\u00f5es na segunda-feira. S\u00e3o muito positivas em termos de crescimento e perspetivas para o futuro a n\u00edvel global. Mas concentremo-nos na Europa. Qual \u00e9 a situa\u00e7\u00e3o e qual \u00e9 a previs\u00e3o para o crescimento? Pierre Moscovici, Comiss\u00e1rio Europeu para os Assuntos Econ\u00f3micos e Financeiros: \u201cS\u00f3 irei apresentar as nossas previs\u00f5es dentro de duas semanas, mas n\u00e3o tenho nenhuma raz\u00e3o para pensar que ser\u00e3o muito diferentes das do FMI. Isso significa que a economia europeia est\u00e1 a melhorar muito, que temos um crescimento forte depois de j\u00e1 termos tido um forte crescimento em 2017, o melhor dos \u00faltimos 10 anos. E, cada trimestre foi melhor do que o anterior. J\u00e1 previmos que 2018 e 2019 v\u00e3o ser bons anos. A isso acrescentamos as finan\u00e7as p\u00fablicas, que est\u00e3o agora saud\u00e1veis, n\u00e3o completamente em ordem, mas saud\u00e1veis. E vamos provavelmente ver os derradeiros dois pa\u00edses \u2013 Fran\u00e7a e Espanha \u2013 sa\u00edrem do procedimento por d\u00e9fice excessivo A m\u00e9dia do d\u00e9fice na zona euro est\u00e1 nos 0,9%, estamos longe dos famosos 3%. Estamos a criar muitos empregos e o desemprego na Uni\u00e3o Europeia est\u00e1 em queda, ainda \u00e9 muito alto, mas est\u00e1 em queda, apesar de lenta. A confian\u00e7a dos atores econ\u00f3micos est\u00e1 muito melhor do que nos \u00faltimos 10, 15 ou mesmo 20 anos. N\u00e3o vou dizer que a Europa est\u00e1 de volta porque a Europa sempre foi um ator importante na economia mundial. A Europa \u00e9 uma solu\u00e7\u00e3o, uma parte da solu\u00e7\u00e3o. J\u00e1 n\u00e3o \u00e9 uma parte do problema. Sa\u00edmos da crise econ\u00f3mica, mas ainda temos de consolidar a economia.\u201d Qual \u00e9 a principal raz\u00e3o, o grande fator a contribuir para este crescimento? Ou \u00e9 apenas uma recupera\u00e7\u00e3o natural da crise? \u201cEm primeiro lugar, estamos num mundo que est\u00e1 a crescer. E somos parte desse mundo, portanto colhemos benef\u00edcios do crescimento mundial, que ser\u00e1, segundo o FMI, \u00e0 volta de 3,9% e todas as economias desenvolvidas avan\u00e7am agora na mesma dire\u00e7\u00e3o. Em segundo lugar, temos corrigido os estragos provocados pela crise. Ainda h\u00e1 um legado, nomeadamente na d\u00edvida p\u00fablica, mas fizemos um grande esfor\u00e7o para consolidar as finan\u00e7as p\u00fablicas. Cri\u00e1mos instrumentos para enfrentarmos uma eventual crise. Cri\u00e1mos a uni\u00e3o banc\u00e1ria. Desenvolvemos muitos esfor\u00e7os para adaptar as nossas estruturas. Reform\u00e1mos as nossas economias e ainda n\u00e3o conclu\u00edmos tudo o que queremos fazer.\u201d Como \u00e9 que este forte crescimento e estas previs\u00f5es positivas se traduzem na competitividade da Europa? \u201cAinda temos fragilidades e temos de ter consci\u00eancia disso. Essas fragilidades j\u00e1 n\u00e3o t\u00eam tanto que ver com o mercado de trabalho. Muitas reformas foram realizadas, tamb\u00e9m no custo do trabalho. E tamb\u00e9m temos agora economias que s\u00e3o bastante inovadoras. Diria que a nossa maior fraqueza, a nossa fraqueza estrutural \u00e9 a falta de investimento. Precisamos de investir mais. \u00c9 por isso que todos os nossos esfor\u00e7os devem ser dirigidos para refor\u00e7ar o investimento. Se quisermos continuar a ser uma economia l\u00edder no mundo no futuro \u2013 daqui a 10 anos \u2013 temos de investir mais, temos de investir tanto como a China, tanto como os Estados Unidos e isso \u00e9 claramente o que a Comiss\u00e3o est\u00e1 a tentar impulsionar. Porque investimento \u00e9 futuro. Se n\u00e3o investirmos, n\u00e3o temos futuro.\u201d Em que medida o \u2018brexit\u2019 \u00e9 uma preocupa\u00e7\u00e3o para a Uni\u00e3o Europeia neste processo de crescimento, de retoma? Pode fazer descarrilar a retoma? \u201cN\u00e3o. Mas, claro que n\u00e3o \u00e9 uma boa not\u00edcia. N\u00e3o \u00e9 uma boa not\u00edcia do ponto de vista pol\u00edtico porque a Europa foi sempre constru\u00edda somando e esta ser\u00e1 a primeira subtra\u00e7\u00e3o de um Estado-membro muito importante. Economicamente, \u00e9 mau para o Reino Unido. Basta olharmos para as previs\u00f5es do FMI. Antes do \u2018brexit\u2019, o Reino Unido crescia a 2,5% e a Uni\u00e3o Europeia a 1,2-1,3%. Agora \u00e9 quase o inverso. Temos de construir um relacionamento entre a UE e um Reino Unido fora da Uni\u00e3o, um relacionamento que seja t\u00e3o s\u00f3lido, t\u00e3o aberto e t\u00e3o amig\u00e1vel quanto for poss\u00edvel. Esse \u00e9 um dos desafios das negocia\u00e7\u00f5es.\u201d O que \u00e9 que a Comiss\u00e3o Europeia estaria disposta a dar mais ao Reino Unido? \u201cN\u00e3o vou fazer coment\u00e1rios sobre isso. As conversas v\u00e3o arrancar e estamos a entrar na parte mais decisiva e obviamente a parte mais dif\u00edcil. O meu amigo Michel Barnier est\u00e1 a preparar o dossier. Uma coisa \u00e9 certa, a Comiss\u00e3o Europeia vai negociar em nome dos 27 Estados-membros, defendendo o interesse da Uni\u00e3o Europeia e com propostas que assentam em princ\u00edpios. Um desses princ\u00edpios \u00e9 muito simples: se sair, est\u00e1 fora. Se est\u00e1 dentro, est\u00e1 dentro. E estar fora tem de ser diferente de estar dentro. Qu\u00e3o diferente, veremos.\u201d", "dateCreated": "2018-01-26T15:04:38+01:00", "dateModified": "2018-01-26T15:04:38+01:00", "datePublished": "2018-01-26T15:04:38+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F427813%2F1440x810_427813.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Numa entrevista \u00e0 euronews, o Comiss\u00e1rio Europeu para os Assuntos Econ\u00f3micos, Pierre Moscovici, fala da recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica na Europa, mas tamb\u00e9m das negocia\u00e7\u00f5es do 'brexit.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F427813%2F432x243_427813.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Negocios Series" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

"A Europa é uma parte da solução, já não é uma parte do problema"

"A Europa é uma parte da solução, já não é uma parte do problema"
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Numa entrevista à euronews, o Comissário Europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, fala da recuperação económica na Europa, mas também das negociações do 'brexit.

PUBLICIDADE

O Comissário Europeu para os Assuntos Económicos também esteve em Davos. Numa entrevista à euronews, Pierre Moscovici fala da recuperação económica na Europa, mas também das negociações do ‘brexit’, reafirmando a posição de Bruxelas, o Reino Unido não poderá ter um pé fora e o outro dentro da União Europeia.

euronews: O FMI apresentou as suas previsões na segunda-feira. São muito positivas em termos de crescimento e perspetivas para o futuro a nível global. Mas concentremo-nos na Europa. Qual é a situação e qual é a previsão para o crescimento?Pierre Moscovici, Comissário Europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros:“Só irei apresentar as nossas previsões dentro de duas semanas, mas não tenho nenhuma razão para pensar que serão muito diferentes das do FMI. Isso significa que a economia europeia está a melhorar muito, que temos um crescimento forte depois de já termos tido um forte crescimento em 2017, o melhor dos últimos 10 anos. E, cada trimestre foi melhor do que o anterior.

Já previmos que 2018 e 2019 vão ser bons anos. A isso acrescentamos as finanças públicas, que estão agora saudáveis, não completamente em ordem, mas saudáveis. E vamos provavelmente ver os derradeiros dois países – França e Espanha – saírem do procedimento por défice excessivo

A média do défice na zona euro está nos 0,9%, estamos longe dos famosos 3%. Estamos a criar muitos empregos e o desemprego na União Europeia está em queda, ainda é muito alto, mas está em queda, apesar de lenta.

A confiança dos atores económicos está muito melhor do que nos últimos 10, 15 ou mesmo 20 anos.

Não vou dizer que a Europa está de volta porque a Europa sempre foi um ator importante na economia mundial. A Europa é uma solução, uma parte da solução. Já não é uma parte do problema. Saímos da crise económica, mas ainda temos de consolidar a economia.”

Qual é a principal razão, o grande fator a contribuir para este crescimento? Ou é apenas uma recuperação natural da crise?“Em primeiro lugar, estamos num mundo que está a crescer. E somos parte desse mundo, portanto colhemos benefícios do crescimento mundial, que será, segundo o FMI, à volta de 3,9% e todas as economias desenvolvidas avançam agora na mesma direção.

Em segundo lugar, temos corrigido os estragos provocados pela crise. Ainda há um legado, nomeadamente na dívida pública, mas fizemos um grande esforço para consolidar as finanças públicas. Criámos instrumentos para enfrentarmos uma eventual crise. Criámos a união bancária. Desenvolvemos muitos esforços para adaptar as nossas estruturas. Reformámos as nossas economias e ainda não concluímos tudo o que queremos fazer.”

Como é que este forte crescimento e estas previsões positivas se traduzem na competitividade da Europa?“Ainda temos fragilidades e temos de ter consciência disso. Essas fragilidades já não têm tanto que ver com o mercado de trabalho. Muitas reformas foram realizadas, também no custo do trabalho. E também temos agora economias que são bastante inovadoras. Diria que a nossa maior fraqueza, a nossa fraqueza estrutural é a falta de investimento. Precisamos de investir mais. É por isso que todos os nossos esforços devem ser dirigidos para reforçar o investimento. Se quisermos continuar a ser uma economia líder no mundo no futuro – daqui a 10 anos – temos de investir mais, temos de investir tanto como a China, tanto como os Estados Unidos e isso é claramente o que a Comissão está a tentar impulsionar. Porque investimento é futuro. Se não investirmos, não temos futuro.”

Em que medida o ‘brexit’ é uma preocupação para a União Europeia neste processo de crescimento, de retoma? Pode fazer descarrilar a retoma?“Não. Mas, claro que não é uma boa notícia. Não é uma boa notícia do ponto de vista político porque a Europa foi sempre construída somando e esta será a primeira subtração de um Estado-membro muito importante.

Economicamente, é mau para o Reino Unido. Basta olharmos para as previsões do FMI. Antes do ‘brexit’, o Reino Unido crescia a 2,5% e a União Europeia a 1,2-1,3%. Agora é quase o inverso. Temos de construir um relacionamento entre a UE e um Reino Unido fora da União, um relacionamento que seja tão sólido, tão aberto e tão amigável quanto for possível. Esse é um dos desafios das negociações.”

O que é que a Comissão Europeia estaria disposta a dar mais ao Reino Unido?“Não vou fazer comentários sobre isso. As conversas vão arrancar e estamos a entrar na parte mais decisiva e obviamente a parte mais difícil. O meu amigo Michel Barnier está a preparar o dossier. Uma coisa é certa, a Comissão Europeia vai negociar em nome dos 27 Estados-membros, defendendo o interesse da União Europeia e com propostas que assentam em princípios. Um desses princípios é muito simples: se sair, está fora. Se está dentro, está dentro. E estar fora tem de ser diferente de estar dentro. Quão diferente, veremos.”

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Zelenskyy em Davos: Putin é um "predador" e não se contenta com conflitos "congelados"

Macron condena violência e reitera que não vai ceder

Gabriela Bucher: "Não podemos ter pessoas a morrer de fome no século XXI"