{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2015/01/13/sabe-o-que-nos-faz-mais-felizes-e-o-que-mais-nos-preocupa" }, "headline": "Sabe o que nos faz mais felizes e o que mais nos preocupa?", "description": "A entrada no novo ano j\u00e1 l\u00e1 vai e, quem sabe, tamb\u00e9m as resolu\u00e7\u00f5es para tornarem a sua vida um pouco melhor este ano. Mas aqui no Real Economy", "articleBody": "A entrada no novo ano j\u00e1 l\u00e1 vai e, quem sabe, tamb\u00e9m as resolu\u00e7\u00f5es para tornarem a sua vida um pouco melhor este ano. Mas aqui no Real Economy estamos determinados a come\u00e7ar 2015 a explicar-lhe a f\u00f3rmula que determina a economia da felicidade. Neste programa, vamos \u00e0 Holanda conhecer o equil\u00edbrio entre dinheiro, trabalho e fam\u00edlia, que permite sorrisos a pequenos a gra\u00fados. 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A felicidade dos Janssen \u00e9, curiosamente, maior \u00e0 quarta-feira, \u00c9 neste dia que o pai, George, trabalha desde casa, desfrutando da companhia do filho de sete anos e partilhando as tarefas domesticas com a mulher. \u201cQuando me lembro do meu pai, ele quase n\u00e3o nos viu crescer durante os dias da semana. Por isso, eu sou, diria, mais dedicado e estou mais envolvido [do que o meu pai]\u201d, considera George Janssen. Igualdade de g\u00e9neros, flexibilidade no trabalho, equil\u00edbrio entre a vida social, familiar e o trabalho. A receita holandesa para a felicidade parece centrar-se em juntar todos estes crit\u00e9rios nas medidas certas. \u201cNa Holanda, 75 por cento das jovens m\u00e3es trabalham a tempo parcial. Alguns pais, tamb\u00e9m. O que notamos hoje em dia \u00e9 que o Governo promove esta flexibilidade no trabalho para que os pais, tanto o homem como a mulher, as m\u00e3es e os pais, possam organizar-se melhor em casa\u201d, explica-nos o dem\u00f3grafo Jan Latten. Esta coordena\u00e7\u00e3o funciona para Marjolijn Janssen. Apesar de trabalhar apenas 28 horas por semana, a m\u00e3e do pequeno Berend ganha um sal\u00e1rio confort\u00e1vel e, com o de George, os Janssen conseguem 140 mil euros por ano, sendo que metade \u00e9 descontada para o Estado. Mas s\u00e3o esses impostos que asseguram, depois, os servi\u00e7os p\u00fablicos holandeses. Para al\u00e9m do carro que possui, Marjolijn tamb\u00e9m utiliza os transportes p\u00fablicos de Amesterd\u00e3o. \u201cAndam quase sempre a horas e podemos chegar a qualquer lado. N\u00e3o s\u00e3o baratos. De facto, at\u00e9 s\u00e3o bastante caros e, nisso, podiam ser muito melhores\u201d, defende. Emilie Refait acrescenta que o \u201co dinheiro n\u00e3o traz felicidade, mas, pelo menos, parece ajudar muito\u201d, isto porque, sublinha a enviada especial a Amesterd\u00e3o da equipa do Real Economy, \u201ca Holanda possui o PIB per capita mais alto da Europa, logo atr\u00e1s do Luxemburgo.\u201d Apesar da crise na Europa, a situa\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica da Holanda ajudou a Marjolijn e George a manterem os empregos e a \u201calimentar\u201d o bem-estar da fam\u00edlia, permitindo, por exemplo, que o filho, Berend, n\u00e3o faltasse aos treinos de h\u00f3quei por nada deste Mundo. A fam\u00edlia Janssen, tal como a maioria dos holandeses, encontrou, assim, a sua pr\u00f3pria f\u00f3rmula para a felicidade. Entrevista com fundador do relat\u00f3rio da ONU Um dos autores do relat\u00f3rio sobre felicidade no mundo, o professor Lord Richard Layard, falou ao Real Economy, da euronews, sobre o que \u00e9 a felicidade e o que nos faz falta para sermos mais felizes e satisfeitos com a vida que levamos. Maithreyi Seetharaman, euronews: Como define a felicidade? Uma sensa\u00e7\u00e3o? A realidade?...Lord Richard Layard: Sem d\u00favida, um sentimento e que podemos medir. N\u00f3s podemos perguntar \u00e0s pessoas como se sentem ou o quanto satisfeitas est\u00e3o com a vida que levam. Percebemos que as respostas das pessoas t\u00eam validade objetiva. Podemos descobrir que em muitos pa\u00edses como os Estados Unidos ou a Alemanha a felicidade n\u00e3o cresceu durante este longo per\u00edodo embora tenha havido uma enorme melhoria nas condi\u00e7\u00f5es de vida. Ser\u00e1 suficientemente s\u00e9rio fazer agora parte da politica p\u00fablica?Penso que est\u00e1 a aumentar a exig\u00eancia dessa atitude junto dos legisladores. O Reino Unido foi o primeiro a medir a felicidade da popula\u00e7\u00e3o. Agora, parece-me que quase todos os pa\u00edses membros da OCDE [Organiza\u00e7\u00e3o para a Coopera\u00e7\u00e3o e Desenvolvimento Econ\u00f3mico] est\u00e3o a faze-lo. A chanceler Angela Merkel \u00e9 muito favor\u00e1vel a focar a pol\u00edtica p\u00fablica, como ela diz, \u201cnaquilo que mais nos interessa\u201d. Mas, claro, n\u00e3o s\u00e3o necessariamente as coisas em que os pol\u00edticos se t\u00eam focado. No seu ponto de vista, parece-lhe que na Europa estamos a seguir esses par\u00e2metros?A sa\u00fade mental tem de ser mais um dos pilares da pol\u00edtica social. Dentro da esfera da sa\u00fade, precisamos de igualdade entre a sa\u00fade mental e a f\u00edsica, o que n\u00e3o se verifica em nenhuma parte do Mundo nesta altura. Se regressarmos ao que satisfaz um adulto, vai descobrir que uma crian\u00e7a que est\u00e1 a ir bem na escola \u00e9 capaz de estar menos satisfeita do que uma crian\u00e7a saud\u00e1vel em termos emocionais. O melhor indicador de uma boa vida \u00e9 a sa\u00fade emocional na inf\u00e2ncia e n\u00e3o tanto o sucesso escolar. Por isso, precisamos de uma completa reforma das prioridades na nossa sociedade rumo ao bem-estar. \u00c9 possivel essa reforma no atual contexto econ\u00f3mico da Europa?Completamente. Quer dizer, ainda estamos a gastar demasiado dinheiro e, acima de tudo, \u00e9 preciso redirecionar esse investimento para o que realmente importa para as pessoas. O que \u00e9 que preocupa mais as pessoas? Quando, na Europa, se pensa no bem-estar, a principal preocupa\u00e7\u00e3o que surge \u00e9 o desemprego \u2013 menos do que h\u00e1 alguns meses, saliente-se. As condi\u00e7\u00f5es econ\u00f3micas tamb\u00e9m surgem no topo assim como a imigra\u00e7\u00e3o, que, embora sem liga\u00e7\u00e3o direta com o estado da economia de cada pa\u00eds, surge, curiosamente, como uma das tr\u00eas principais preocupa\u00e7\u00f5es das pessoas. A seguran\u00e7a social, a sa\u00fade, a d\u00edvida publica e at\u00e9 a infla\u00e7\u00e3o est\u00e3o entre os principais receios. Mas ser\u00e1 que a economia da felicidade tem tudo isto em conta? Gianni Magi deslocou-se a Roterd\u00e3o e colocou esta pergunta na Universidade Erasmus, pioneira no estudo da felicidade. Na cidade a que podemos chamar a \u201ccapital da economia da felicidade\u201d, Roterd\u00e3o, os estudantes especializam-se no escrut\u00ednio dos n\u00edveis de satisfa\u00e7\u00e3o em pa\u00edses de todo o Mundo. Perguntamos-lhes, contudo, como \u00e9 que eles pr\u00f3prios concebem a felicidade e como acham que ela deve ser seguida? \u201ara mim, os rendimentos s\u00e3o apenas o meio para um fim. Esse fim \u00e9 a felicidade e ser saud\u00e1vel. Todos n\u00f3s queremos viver felizes para sempre\u201d, defende o estudante Martijn Hendriks, da Universidade Erasmus. Um outro, Willem Van Der Deijl, lembra que \u201cas pessoas vivem sob uma grande press\u00e3o de terem uma boa vida em termos econ\u00f3micos\u201d. \u201cTalvez fosse melhor que houvesse mais press\u00e3o em fatores t\u00e3o importantes para todos n\u00f3s como a vida social de cada um, a forma\u00e7\u00e3o de uma fam\u00edlia ou o desenvolvimento de comunidades\u201d, especifica este estudante. Uma jovem, Effie Arampatzi, tamb\u00e9m ela estudante, conclui: \u201cN\u00e3o tenho qualquer d\u00favida de que devemos pelo menos tentar avaliar as nossas pol\u00edticas de forma diferente e termos a certeza de como avaliamos se algo \u00e9 negativo ou positivo para a nossa sociedade em geral. Talvez os efeitos na sociedade sejam muito diferentes daquilo que mostram os indicadores econ\u00f3micos.\u201d Os estudantes revelam sensibilidade aos valores pessoais e sociais. Um estudo recente da Universidade Erasmus revela a rela\u00e7\u00e3o positiva entre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e o aumento da felicidade. N\u00e3o s\u00f3 o PIB e a felicidade cresceram juntos na maioria dos pa\u00edses como tamb\u00e9m a m\u00e9dia de felicidade aumentou mais onde a economia mais cresceu. \u201cSe compararmos os pa\u00edses, notamos que s\u00e3o os rendimentos brutos o que mais interessa. Se olharmos para dentro de cada pa\u00eds, j\u00e1 n\u00e3o ser\u00e1 apenas o rendimento bruto, mas tamb\u00e9m a diferen\u00e7a entre este e o l\u00edquido. Mesmo num pa\u00eds mais pobre, se se \u00e9 menos pobre que os outros, essa \u00e9 ainda uma pequena fonte de felicidade\u201d, explica-nos o professor em\u00e9rito de Condi\u00e7\u00f5es Sociais para a Felicidade Humana, na Universidade Erasmus. O professor de Economia, Robert Dur, recorda que, \u201cno ado, havia um grande foco sobre o crescimento econ\u00f3mico e sobre o PIB\u201d. \u201cHoje em dia, em mais e mais pa\u00edses, este foco est\u00e1 a mudar-se para a felicidade e para o bem-estar. Mas n\u00e3o nos podemos esquecer do PIB e do crescimento econ\u00f3mico. Eu diria que a felicidade deve ser mais um dos fatores para o qual devemos olhar e que devemos ter a mente mais aberta\u201d, sugere este outro docente da Universidade Erasmus. Ruut Veenhoven especifica que \u201cas condi\u00e7\u00f5es para os pa\u00edses serem felizes s\u00e3o o desenvolvimento econ\u00f3mico, a liberdade \u2013 que \u00e9, ali\u00e1s, muito importante -, a igualdade, a confian\u00e7a\u2026\u201d. \u201cNas sociedades onde as pessoas confiem umas nas outras, o n\u00edvel de felicidade \u00e9 maior\u201d, garante, destacando esta \u201equena lista\u201d como sendo a dos \u201ccrit\u00e9rios para uma sociedade feliz.\u201d Crescimento econ\u00f3mico mas para todos Antes de se tornar moda falar-se de felicidade, houve a primeira instala\u00e7\u00e3o da Comiss\u00e3o para Medi\u00e7\u00e3o da Performance Econ\u00f3mica e Progresso Social, 2009. Este organismo foi lan\u00e7ado por Joseph Stiglitz, cujo nome pelo qual \u00e9 conhecida a Comiss\u00e3o. Amartya Sen e Jean Paul Fitoussi, s\u00e3o outros dos fundadores. Fal\u00e1mos com este \u00faltimo. Maithreyi Seetharaman, euronews: Se olharmos para os crit\u00e9rios, estar\u00e3o todos os aspetos cobertos?Jean-Paul Fitoussi, coordenador da Comiss\u00e3o: A felicidade \u00e9 um conceito subjetivo, mas o bem-estar ou a qualidade de vida s\u00e3o conceitos objetivos. \u00c9 claro que teremos aqui o dinheiro, mas tamb\u00e9m h\u00e1 a sa\u00fade, um trabalho decente\u2026 O que temos observado \u00e9 que o custo do desemprego \u00e9 muito maior do que a perda de rendimento por causa de desemprego. Pensa que neste momento j\u00e1 \u00e9 mais do que ret\u00f3rica?Bem, h\u00e1 uma parte que nunca ou da ret\u00f3rica. Outra \u00e9 realidade. O governo n\u00e3o entende porque n\u00e3o s\u00e3o reeleitos nem o que sentem as pessoas. Se se estiver sempre a falar de retoma econ\u00f3mica, mas se muitas pessoas n\u00e3o veem esse crescimento de uma forma concreta, as pessoas v\u00e3o pensar que os pol\u00edticos s\u00e3o mentirosos ou que est\u00e3o a fazer pol\u00edtica apenas para os ricos. Se houver uma retoma forte, mas que beneficie apenas um por cento da popula\u00e7\u00e3o, nem o Governo estar\u00e1 interessado nisso porque esse \u00e9 meio caminho andado para n\u00e3o ser reeleito. Como podemos, ent\u00e3o, reduzir essas diferen\u00e7as?\u00c9 preciso crescimento. As pessoas precisam de retoma e de mais rendimentos. Se se investir na chamada economia verde, se se investir em novas tecnologias ambientais e na energia, por defini\u00e7\u00e3o ir\u00e1 gerar-se rendimento que ser\u00e1 depois redistribu\u00eddo. 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Sabe o que nos faz mais felizes e o que mais nos preocupa?

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A entrada no novo ano já lá vai e, quem sabe, também as resoluções para tornarem a sua vida um pouco melhor este ano. Mas aqui no Real Economy

A entrada no novo ano já lá vai e, quem sabe, também as resoluções para tornarem a sua vida um pouco melhor este ano. Mas aqui no Real Economy estamos determinados a começar 2015 a explicar-lhe a fórmula que determina a economia da felicidade. Neste programa, vamos à Holanda conhecer o equilíbrio entre dinheiro, trabalho e família, que permite sorrisos a pequenos a graúdos. Vamos conversar ainda com os fundadores deste estudo sobre o valor da economia na felicidade. Em Paris, temos Jean Paul Fitoussi. Em Londres, Lord Richard Layard. O objetivo é sabermos se é possível olharmos para lá do PIB para medirmos o quanto felizes somos de verdade.

Os indicadores, contudo, não medem, por exemplo, a felicidade nas brincadeiras dos nossos filhos. Focam-se mais em subidas e descidas de curto prazo. Na Europa, medimos o bem-estar para lá do PIB. Olhando mais para padrões de vida, de família e de vida social, podemos ter uma imagem clara de como um país está, de facto, a progredir. Será objetivo, se nos focarmos no rendimento disponível. Mas também subjetivo, se olharmos mais à satisfação pessoal.

Como medir a felicidade

No nosso curso intensivo, esta semana aprendemos a medir a nossa felicidade. Primeiro, calculamos o PIB do nosso país per capita, o que representa a média de riqueza produzida no país por cada pessoa. Depois, escalamos a tabela das nossas expectativas de vida, se a saúde nos ajudar, para sabermos quanto tempo poderemos viver e de boa saúde.

O critério seguinte é o do apoio social: Teremos ou não uma boa estrutura de apoio entre amigos e família, nos bons e maus momentos?

Depois, avaliamos o nível de corrupção do nosso país: Estará este critério a estagnar-nos?

Também importante é a generosidade: Quão generosos ou egoístas somos nós e os nossos compatriotas?

Por último, mas não menos importante: Sente-se livre para fazer as escolhas fundamentais na sua vida?

No final, somamos tudo e juntam-se as avaliações subjetivas de bem-estar recolhidas através de entrevistas baseadas na chamada Escada de Cantril, a qual avalia o seu bem-estar numa escala de zero a 10, em que 10 representa o melhor nível de vida possível. A derradeira questão a responder nesta avaliação centra-se na previsão que fazemos para o nível em que estaremos no prazo de cinco anos. Aí, poderemos saber o quão felizes somos!

A receita holandesa

Na Europa, estamos muito contentes, indica o relatório de felicidade das Nações Unidas (ONU). Este documento revela uma clara tendência positiva, a qual se espera vir a manter-se na atualização deste ano do relatório, a ser publicada na primavera.

Se nos focarmos na Europa e olharmos a um estudo mais particular efetuada sobre 79 cidades, percebemos como o o ao desporto, à cultura e até às ruas das nossas cidades separa os nossos europeus felizes dos não tão felizes. A Holanda, por sua vez, é colocada muitas vezes como um dos cinco países do Mundo em que os respetivos cidadãos revelam melhor satisfação pessoal.

Emile Refait deslocou-se a Amesterdão e aprofundou um pouco esta receita holandesa para uma vida feliz.

Para os Janssen, a felicidade começa na mesa do pequeno-almoço. É o primeiro momento do dia em que estão todos juntos. “Por vezes, conversamos sobre o que nos faz felizes no dia-a-dia e, de facto, deixa-nos felizes quando ouvimos o nosso filho dizer-nos ‘olá’. Ele está sempre feliz”, diz-nos Marjolijn Reens, a mãe.

A felicidade dos Janssen é, curiosamente, maior à quarta-feira, É neste dia que o pai, George, trabalha desde casa, desfrutando da companhia do filho de sete anos e partilhando as tarefas domesticas com a mulher. “Quando me lembro do meu pai, ele quase não nos viu crescer durante os dias da semana. Por isso, eu sou, diria, mais dedicado e estou mais envolvido [do que o meu pai]”, considera George Janssen.

Igualdade de géneros, flexibilidade no trabalho, equilíbrio entre a vida social, familiar e o trabalho. A receita holandesa para a felicidade parece centrar-se em juntar todos estes critérios nas medidas certas. “Na Holanda, 75 por cento das jovens mães trabalham a tempo parcial. Alguns pais, também. O que notamos hoje em dia é que o Governo promove esta flexibilidade no trabalho para que os pais, tanto o homem como a mulher, as mães e os pais, possam organizar-se melhor em casa”, explica-nos o demógrafo Jan Latten.

Esta coordenação funciona para Marjolijn Janssen. Apesar de trabalhar apenas 28 horas por semana, a mãe do pequeno Berend ganha um salário confortável e, com o de George, os Janssen conseguem 140 mil euros por ano, sendo que metade é descontada para o Estado. Mas são esses impostos que asseguram, depois, os serviços públicos holandeses.

Para além do carro que possui, Marjolijn também utiliza os transportes públicos de Amesterdão. “Andam quase sempre a horas e podemos chegar a qualquer lado. Não são baratos. De facto, até são bastante caros e, nisso, podiam ser muito melhores”, defende.

Emilie Refait acrescenta que o “o dinheiro não traz felicidade, mas, pelo menos, parece ajudar muito”, isto porque, sublinha a enviada especial a Amesterdão da equipa do Real Economy, “a Holanda possui o PIB per capita mais alto da Europa, logo atrás do Luxemburgo.”

Apesar da crise na Europa, a situação económica da Holanda ajudou a Marjolijn e George a manterem os empregos e a “alimentar” o bem-estar da família, permitindo, por exemplo, que o filho, Berend, não faltasse aos treinos de hóquei por nada deste Mundo. A família Janssen, tal como a maioria dos holandeses, encontrou, assim, a sua própria fórmula para a felicidade.

Entrevista com fundador do relatório da ONU

Um dos autores do relatório sobre felicidade no mundo, o professor Lord Richard Layard, falou ao Real Economy, da euronews, sobre o que é a felicidade e o que nos faz falta para sermos mais felizes e satisfeitos com a vida que levamos.

Maithreyi Seetharaman, euronews: Como define a felicidade? Uma sensação? A realidade"> Notícias relacionadas

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