{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2014/06/05/explorar-as-florestas-de-forma-mais-sustentada" }, "headline": "Explorar as florestas de forma mais sustentada", "description": "Explorar as florestas de forma mais sustentada", "articleBody": "O M\u00e9xico tem uma das maiores taxas de desfloresta\u00e7\u00e3o do mundo. O pa\u00eds perde cerca de 330 mil hectares de floresta, por ano, devido \u00e0 explora\u00e7\u00e3o madeireira, ilegal, e \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o das florestas em atividades mais lucrativas como a agricultura, turismo, ind\u00fastria mineira e expans\u00e3o urbana.Apesar disso, o M\u00e9xico apresenta algumas das melhores pr\u00e1ticas de gest\u00e3o florestal sustent\u00e1vel, como em Ixtl\u00e0n de Juar\u00e8z, no Estado de Oaxaca.Em Ixtl\u00e0n est\u00e3o convencidos que a chave para a gest\u00e3o sustent\u00e1vel da floresta \u00e9 uma gest\u00e3o comunit\u00e1ria e essa quest\u00e3o \u00e9 clara.H\u00e1 tr\u00eas d\u00e9cadas os \u00edndios zapotecas, de Ixtl\u00e0n, lutaram e ganharam o direito de gerir a floresta de forma comunit\u00e1ria. Foi o fim das concess\u00f5es do governo federal e o in\u00edcio uma gest\u00e3o mais protetora. Romualdo Pacheco Paz era presidente do Comissariado, o mais importante organismo comunit\u00e1rio, quando isso aconteceu:\u201cN\u00e3o h\u00e1 desfloresta\u00e7\u00e3o porque a comunidade tem uma cultura florestal, ou seja, procura a conserva\u00e7\u00e3o, a preserva\u00e7\u00e3o da sua floresta atrav\u00e9s de um aproveitamento t\u00e9cnico. Porque sabemos que a floresta \u00e9, para n\u00f3s, um tesouro, \u00e9 uma fonte de trabalho.\u201dA comunidade de Ixtl\u00e0n tem mais de 19.000 hectares de floresta, quase 7.000 est\u00e3o sob conserva\u00e7\u00e3o e cerca de 3.400 s\u00e3o explorados, seguindo um plano de gest\u00e3o rigoroso.As decis\u00f5es s\u00e3o tomadas pelos \u201ccomuneros\u201d, os propriet\u00e1rios das terras, atrav\u00e9s de uma Assembleia Geral e do Comissariado. Eles garantem que as \u00e1rvores s\u00e3o cortadas no momento certo para a floresta e para a comunidade.\u201cA floresta tem o seu tempo de crescimento, de amadurecimento. O que queremos \u00e9 aproveitar a madeira numa idade em que j\u00e1 tem boa qualidade, derrubar as \u00e1rvores mas garantir que plantamos novas \u00e1rvores ao mesmo tempo\u201d, adianta Julio Ru\u00ecz Aquino do departamento t\u00e9cnico da Comunidade de Ixtl\u00e0n de Juar\u00e8z.\u00c9 assim que deve ser uma floresta bem gerida. Todos os anos a comunidade de Ixtl\u00e0n explora cerca de 20.000 metros c\u00fabicos de esp\u00e9cies arb\u00f3reas florestais e replanta-as seguindo um ciclo preciso.Estes pinheiros foram plantados h\u00e1 cinco anos e daqui a 35 podem chegar aos 40 metros de altura, antes de serem cortados:\u201cEsta \u00e9 a nossa unidade de gest\u00e3o. Aquilo que fazemos \u00e9 cortar agora 50 metros, deixar outros 150 metros para os pr\u00f3ximos ciclos de corte, ou seja, em dez anos cortamos outros 50 metros, em vinte anos outros 50, em trinta anos cortar\u00edamos estes 50 metros e, o local onde estamos agora a cortar, teria 40 anos e estaria pronto a ser cortado de novo\u201d, explica Julio Ru\u00ecz Aquino.No viveiro de pinheiros de Ixtl\u00e0n, 400 mil \u00e1rvores crescem, desde janeiro. Apar\u00eccio e outros tr\u00eas trabalhadores, escolheram a dedo cerca de 40 quilos de sementes para garantir a sa\u00fade e qualidade das futuras florestas:\u201cLevamos estas plantas para a floresta quando come\u00e7am as chuvas, ou seja, a partir de julho. O per\u00edodo de refloresta\u00e7\u00e3o dura tr\u00eas meses\u201d, diz Apar\u00eccio Mart\u00ecnez P\u00e8rez, o respons\u00e1vel pelo viveiro.Viaj\u00e1mos at\u00e9 \u00e0 Cidade do M\u00e9xico para entender o que foi feito para tentar reproduzir o exemplo de Ixtl\u00e0n.Em 2012, o M\u00e9xico aprovou uma lei importante, relativa \u00e0s altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas, uma iniciativa dos legisladores do EL GLOBE*. O pa\u00eds foi um dos primeiros a legislar em mat\u00e9ria de prote\u00e7\u00e3o dos recursos florestais. Ysenia Nolasco trabalha para melhorar esta lei:\u201cEsta lei geral est\u00e1 ainda, basicamente, no papel, mas creio que \u00e9 um dos primeiros avan\u00e7os e foi um grande esfor\u00e7o, a n\u00edvel mundial, porque aprovar uma lei, principalmente quando foi aprovada pela maioria dos partidos, n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil.Creio que j\u00e1 obtivemos os primeiros resultados. Esta lei estabelece que temos de ter um fundo verde, o governo federal injeta, d\u00e1 recursos a este fundo verde que s\u00e3o aplicados a combater as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas\u201d, explica Ysenia Nolasco, membro do parlamento mexicano.Ainda n\u00e3o est\u00e1, claramente, definido quem e como se pode beneficiar deste fundo verde. \u201cComuneros\u201d, como \u00d2scar, o contabilista da comunidade, queixa-se do facto da lei n\u00e3o mencionar as comunidades mas apenas os munic\u00edpios. Um detalhe fundamental para se ter o aos futuros fundos:\u201cA lei, que foi aprovada em 2012, ainda n\u00e3o foi aplicada. N\u00e3o esperamos que existam recursos de outras institui\u00e7\u00f5es para a boa gest\u00e3o das florestas, ainda que elas sejam \u00fateis para as empresas. Por isso, \u00e9 a assembleia que determina como fazer a gest\u00e3o e uma percentagem importante dos benef\u00edcios destina-se a reinvestir na preserva\u00e7\u00e3o\u201d, adianta \u00d2scar M\u00e8ndez Pacheco, \u201ccomunero\u201d.As reformas de 2012 iniciaram o caminho para que as comunidades locais possam vir a beneficiar de projetos de compensa\u00e7\u00e3o relativos \u00e0s emiss\u00f5es de carbono. Uma meta que pode levar anos a ser alcan\u00e7ada.", "dateCreated": "2014-06-05T18:56:58+02:00", "dateModified": "2014-06-05T18:56:58+02:00", "datePublished": "2014-06-05T18:56:58+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F269142%2F1440x810_269142.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Explorar as florestas de forma mais sustentada", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F269142%2F432x243_269142.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Negocios Series", "Mundo" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Explorar as florestas de forma mais sustentada

Explorar as florestas de forma mais sustentada
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

O México tem uma das maiores taxas de desflorestação do mundo. O país perde cerca de 330 mil hectares de floresta, por ano, devido à exploração madeireira, ilegal, e à utilização das florestas em atividades mais lucrativas como a agricultura, turismo, indústria mineira e expansão urbana.

Apesar disso, o México apresenta algumas das melhores práticas de gestão florestal sustentável, como em Ixtlàn de Juarèz, no Estado de Oaxaca.

Em Ixtlàn estão convencidos que a chave para a gestão sustentável da floresta é uma gestão comunitária e essa questão é clara.

Há três décadas os índios zapotecas, de Ixtlàn, lutaram e ganharam o direito de gerir a floresta de forma comunitária. Foi o fim das concessões do governo federal e o início uma gestão mais protetora. Romualdo Pacheco Paz era presidente do Comissariado, o mais importante organismo comunitário, quando isso aconteceu:

“Não há desflorestação porque a comunidade tem uma cultura florestal, ou seja, procura a conservação, a preservação da sua floresta através de um aproveitamento técnico. Porque sabemos que a floresta é, para nós, um tesouro, é uma fonte de trabalho.”

A comunidade de Ixtlàn tem mais de 19.000 hectares de floresta, quase 7.000 estão sob conservação e cerca de 3.400 são explorados, seguindo um plano de gestão rigoroso.

As decisões são tomadas pelos “comuneros”, os proprietários das terras, através de uma Assembleia Geral e do Comissariado. Eles garantem que as árvores são cortadas no momento certo para a floresta e para a comunidade.

“A floresta tem o seu tempo de crescimento, de amadurecimento. O que queremos é aproveitar a madeira numa idade em que já tem boa qualidade, derrubar as árvores mas garantir que plantamos novas árvores ao mesmo tempo”, adianta Julio Ruìz Aquino do departamento técnico da Comunidade de Ixtlàn de Juarèz.

É assim que deve ser uma floresta bem gerida. Todos os anos a comunidade de Ixtlàn explora cerca de 20.000 metros cúbicos de espécies arbóreas florestais e replanta-as seguindo um ciclo preciso.

Estes pinheiros foram plantados há cinco anos e daqui a 35 podem chegar aos 40 metros de altura, antes de serem cortados:

“Esta é a nossa unidade de gestão. Aquilo que fazemos é cortar agora 50 metros, deixar outros 150 metros para os próximos ciclos de corte, ou seja, em dez anos cortamos outros 50 metros, em vinte anos outros 50, em trinta anos cortaríamos estes 50 metros e, o local onde estamos agora a cortar, teria 40 anos e estaria pronto a ser cortado de novo”, explica Julio Ruìz Aquino.

No viveiro de pinheiros de Ixtlàn, 400 mil árvores crescem, desde janeiro. Aparìcio e outros três trabalhadores, escolheram a dedo cerca de 40 quilos de sementes para garantir a saúde e qualidade das futuras florestas:

“Levamos estas plantas para a floresta quando começam as chuvas, ou seja, a partir de julho. O período de reflorestação dura três meses”, diz Aparìcio Martìnez Pèrez, o responsável pelo viveiro.

Viajámos até à Cidade do México para entender o que foi feito para tentar reproduzir o exemplo de Ixtlàn.

Em 2012, o México aprovou uma lei importante, relativa às alterações climáticas, uma iniciativa dos legisladores do EL GLOBE*. O país foi um dos primeiros a legislar em matéria de proteção dos recursos florestais. Ysenia Nolasco trabalha para melhorar esta lei:

“Esta lei geral está ainda, basicamente, no papel, mas creio que é um dos primeiros avanços e foi um grande esforço, a nível mundial, porque aprovar uma lei, principalmente quando foi aprovada pela maioria dos partidos, não é fácil.

Creio que já obtivemos os primeiros resultados. Esta lei estabelece que temos de ter um fundo verde, o governo federal injeta, dá recursos a este fundo verde que são aplicados a combater as alterações climáticas”, explica Ysenia Nolasco, membro do parlamento mexicano.

Ainda não está, claramente, definido quem e como se pode beneficiar deste fundo verde. “Comuneros”, como Òscar, o contabilista da comunidade, queixa-se do facto da lei não mencionar as comunidades mas apenas os municípios. Um detalhe fundamental para se ter o aos futuros fundos:

“A lei, que foi aprovada em 2012, ainda não foi aplicada. Não esperamos que existam recursos de outras instituições para a boa gestão das florestas, ainda que elas sejam úteis para as empresas. Por isso, é a assembleia que determina como fazer a gestão e uma percentagem importante dos benefícios destina-se a reinvestir na preservação”, adianta Òscar Mèndez Pacheco, “comunero”.

As reformas de 2012 iniciaram o caminho para que as comunidades locais possam vir a beneficiar de projetos de compensação relativos às emissões de carbono. Uma meta que pode levar anos a ser alcançada.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

O Fórum Económico do Catar estimula a ambição e a inovação

ATM 2025: Líderes de turismo abordam estratégias climáticas, tecnológicas e de crescimento

O Cazaquistão assinala os 30 anos da Assembleia do Povo do Cazaquistão