Fontes indicam que o presidente dos Estados Unidos planeia reunir-se com o presidente interino da Síria, Ahmad al-Sharaa, em Riade, numa iniciativa que poderá assinalar uma mudança radical na política de Washington em relação à Síria, revelaram os meios de comunicação social.
Num acontecimento notável que assinala uma nova fase nas relações entre os Estados Unidos e a Síria, o presidente Donald Trump anunciou a sua decisão de levantar as sanções contra a Síria o mais rapidamente possível. Revelou também que o seu secretário de Estado, Marco Rubio, se vai encontrar na quarta-feira com Assad al-Shibani, o ministro dos Negócios Estrangeiros de transição do governo sírio, na Turquia.
O site Axios tinha revelado um encontro iminente entre Trump e Ahmad al-Sharaa durante a visita do presidente sírio de transição a Riade, mas ainda não está confirmado.
The National, citando fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, confirmou que o presidente dos EUA, Donald Trump, concordou em dar a Ahmad al-Sharaa "tempo para ouvir", indicando que esta reunião poderá ter lugar à margem da cimeira Golfo-EUA organizada por Riade.
De acordo com fontes diplomáticas citadas pelo jornal, Al-Sharaa deverá chegar à Arábia Saudita amanhã, quarta-feira, onde terá 45 minutos para conversações com Trump.
Os responsáveis sauditas estiveram na origem da proposta de realização da reunião e Trump deu o seu consentimento para ouvir Al-Sharaa, embora os EUA ainda não tenham confirmado oficialmente o encontro.
Levantamento das sanções
"O levantamento das sanções será a prioridade da discussão para o presidente al-Sharaa", sublinharam algumas fontes. O homem forte de Damasco deverá deixar claro o desejo das novas autoridades sírias de aliviar as pressões económicas causadas pelas sanções americanas e europeias, impostas ao antigo regime de Bashar al-Assad.
Num contexto relacionado, Trump disse antes do início da sua digressão regional: "Vamos ter de tomar uma decisão sobre as sanções, e é possível que em breve as levantemos em relação à Síria, porque queremos dar-lhes um novo começo". As declarações foram feitas no meio dos esforços internacionais para reconstruir a Síria após mais de uma década de guerra civil devastadora.
Uma declaração do governo de Damasco saudou as declarações de Trump como "um o encorajador para aliviar o sofrimento do povo sírio". No entanto, os EUA deixaram claro que vão esperar para ver como as novas autoridades se vão comportar em termos de direitos humanos antes de tomarem uma decisão final sobre o levantamento total das sanções.
O papel da Arábia Saudita na mediação
Autoridades sírias confirmaram que a Arábia Saudita "assumiu a liderança" na mediação da reconstrução das relações entre a Síria e os EUA.
"O resultado do encontro entre os dois líderes, a acontecer, dependerá em grande medida dos sauditas", disseram os funcionários, referindo-se ao papel central que Riade desempenha na cena política regional.
A Jordânia e vários outros países árabes, nomeadamente a Arábia Saudita, concordam com a Turquia no que diz respeito à necessidade de pôr fim à divisão da Síria e de restabelecer a estabilidade no país", afirmou um diplomata ocidental em Omã, capital da Jordânia, citado pelo The National.
Uma oferta estratégica de Damasco
A Reuters revelou na semana ada que o presidente de transição da Síria, Ahmad al-Sharaa, fez uma oferta estratégica para se encontrar com Trump que incluía vários pontos, nomeadamente a construção de uma "Trump Tower" em Damasco, o apaziguamento das relações com Israel e o o dos EUA aos recursos de petróleo e gás da Síria.
A oferta insere-se no âmbito dos esforços para melhorar as relações com Washington e atrair o investimento estrangeiro.
Um o potencialmente histórico
Se o encontro entre Trump e al-Sharaa se concretizar, será um o histórico que poderá remodelar a relação entre os dois países após muitos anos de hostilidade.
No entanto, o sucesso desta iniciativa depende de muitos factores, incluindo a vontade das novas autoridades sírias de fazer concessões tangíveis e a medida em que a istração dos EUA está disposta a pôr termo às sanções e a abrir uma nova página com Damasco.