Mais de 200 agentes da polícia fizeram buscas em 19 propriedades numa operação em grande escala, tendo sido também efetuada uma rusga na Dinamarca. Até à data, não foram efetuadas quaisquer detenções.
As autoridades alemãs realizaram rusgas em seis estados esta quarta-feira, visando indivíduos suspeitos de envolvimento na Brigada N'Hamedu, um grupo acusado de tentar derrubar o governo da Eritreia.
De acordo com um comunicado do Ministério Público Federal, o grupo é considerado uma “organização terrorista nacional” ao abrigo da legislação alemã, com 17 suspeitos identificados que se crê ocuparem cargos de chefia na sua filial alemã, ativa desde, pelo menos, 2022.
O Ministério Público revelou que o grupo faz parte de “uma rede com ligações internacionais que pretende derrubar o governo da Eritreia”.
A Brigada N'Hamedu terá orquestrado, alegadamente, confrontos violentos em eventos eritreus na Alemanha, incluindo os Festivais da Eritreia em Giessen, a 20 de agosto de 2022 e 7-8 de agosto de 2023, bem como um seminário em Estugarda, em setembro de 2023.
De acordo com a declaração, os suspeitos consideram a violência contra as instituições do Estado alemão e os agentes da polícia como “meios legítimos”, nomeadamente em reuniões apoiadas pelo governo da Eritreia. Nestes incidentes, vários agentes da polícia ficaram feridos.
No total, foram efetuadas buscas em 19 propriedades em Hesse, Renânia do Norte-Vestefália, Baviera, Baden-Württemberg, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental e Renânia-Palatinado. Foi também levada a cabo uma busca paralela na Dinamarca.
Mais de 200 agentes da polícia federal e estatal estiveram envolvidos na operação. Ainda não foram feitas quaisquer detenções.
O Ministério Público revelou ainda que um outro alegado alto responsável da Brigada N'Hamedu, ativo tanto nos Países Baixos, como na Alemanha, foi recentemente condenado a vários anos de prisão por um tribunal neerlandês pelo seu papel nos confrontos ocorridos em Haia a 17 de fevereiro de 2024.
A Eritreia é amplamente considerada um dos regimes mais repressivos do mundo. Nos últimos anos, indivíduos que fugiram do país têm causado perturbações em festivais organizados pela diáspora eritreia na Europa e na América do Norte.
Alguns dizem que estes protestos têm como alvo o governo da Eritreia, enquanto outros afirmam que podem, pelo contrário, possibilitar a angariação de fundos para apoiá-lo.