A França e a Grécia estão vinculadas por um acordo de defesa desde 2021 - e, segundo a Grécia, a potencial venda de mísseis Meteor à Turquia não respeita a sua parceria.
O ministro grego da Defesa, Nikos Dendias, instou o embaixador francês Laurence Auer a explicar os planos de um consórcio francês para vender mísseis à Turquia.
Num post partilhado no X, Dendias pediu "uma atualização oficial sobre a venda de mísseis Meteor à Turquia por um consórcio em que a França participa". O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, afirmou que a venda de mísseis Meteor à Turquia é contrária às "excelentes relações estratégicas" entre Grécia e França.
Mitsotakis afirmou "não ter qualquer informação" sobre a potencial venda de mísseis à Turquia, numa entrevista à Alpha TV, na quarta-feira à noite.
Em setembro de 2021, França e Grécia am o acordo de defesa franco-grego, que inclui uma cláusula de defesa mútua no caso de uma das partes ser atacada por um país terceiro. O texto também aconselha os dois países a dialogarem sobre decisões que afetem os seus interesses de segurança "sempre que possível".
Desde janeiro de 2021, a Grécia comprou um total de 24 jatos Rafale, produzidos pela empresa sa Dassault Aviation, e recebeu fragatas sas.
O programa de mísseis Meteor foi desenvolvido por um consórcio de parceiros europeus liderado pelo fabricante francês MBDA. A iniciativa militar foi criada para satisfazer as necessidades de seis países europeus: Reino Unido, Alemanha, Itália, França, Espanha e Suécia.
De acordo com o site da MBDA, o Meteor tem um "motor ramjet" que lhe permite "impulsionar todo o caminho até à interceção do alvo". Isto proporciona a "maior zona de não evasão de qualquer sistema de mísseis ar-ar, várias vezes superior à dos atuais mísseis ar-ar de médio alcance, com uma "ogiva de fragmentação [que] assegura a máxima letalidade".
A Grécia e a Turquia podem ser aliadas da NATO, mas têm uma longa história de tensões e confrontos, e a potencial venda de mísseis Meteor à Turquia pode suscitar preocupações quanto a uma alteração do equilíbrio militar regional.
Durante uma reunião com Mitsotakis, em maio do ano ado, o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, afirmou que não havia "problemas insolúveis" com a Grécia. Mas, num discurso proferido em meados de dezembro, o ministro grego da Defesa, Nikos Dendias, anunciou que a Turquia estava "a aumentar gradualmente a sua lista de exigências" contra a Grécia.
"Embora o diálogo com a Turquia seja necessário, deve sempre implicar a rejeição dos aspetos inaceitáveis das posições turcas, como a ameaça casus belli", afirmou.