Presidente francês decretou dia de luto nacional para dia 23 de dezembro e garantiu água e alimentos em todos os muníios da ilha até domingo. Perante os apelos da população, que falam numa ilha "demolida", Macron prometeu ainda uma “lei especial” para facilitar a reconstrução de Mayotte.
“Mayotte foi demolida", foi assim que uma agente de segurança do aeroporo recebeu Emmnauel Macron na sua chegada a Mayotte. "Estamos sem água, sem eletricidade, não temos para onde ir porque está tudo demolido”, afirmou Assane Haloi. “Nem sequer nos podemos abrigar, estamos todos molhados com os nossos filhos, cobrindo-nos com o que temos para podermos dormir", reforçou.
O relato desta habitante do arquipélago francês relata o estado físico da ilha e o estado de espírito dos seus habitantes. A agem do ciclone Chido deixou um rasto de destruição, já apelidado como uma das maiores tragédias a abater-se sobre solo francês.
Emmanuel Macron chegou esta quinta-feira ao arquipélago a bordo de um A330 que também transportava água e medicamentos. Após um reconhecimento aéreo, dirigiu-se ao centro hospitalar de Mamoudzou.
“Vamos continuar a atuar em conjunto, hoje vieram mais prestadores de cuidados comigo e virão mais”, afirmou o presidente francês, enquanto falava com um grupo de pessoas, incluindo prestadores de cuidados de saúde, naquela unidade hospitalar.
Emmanuel Macron anunciou que o objetivo era chegar a “todos os municípios até domingo à noite, o mais tardar” para lhes fornecer água potável e alimentos, e declarou que foram mobilizados “ meios militares” para o conseguir, e em particular “helicópteros".
O presidente francês disse ainda que 50% da rede elétrica e do sistema de abastecimento de água estariam reparados até sexta-feira, mas que poderiam ser necessárias várias semanas para chegar às zonas mais remotas.
Apesar dos anúncios e promessas de ajuda, o presidente francês não se viu livre da contestação da população local que reclama da escassez e lentidão da ajuda que teima em não aparecer em algumas localidades.
"Ouvi-o a falar na rádio; ouvi o que têm estado a dizer aqui; o que estão a dizer está em toda o lado. Eu sou de Ouangani, não há água, não há serviços (de salvamento) lá depois de seis dias. Acham que depois de seis dias isso é normal? Acha que isso é normal? Você não está lá. É a realidade”, afirmou, de forma exaltada, um residente da ilha.
Só na capital, pelo menos 500 pessoas desalojadas foram abrigadas numa escola na quinta-feira, com so limitado a comida e água, e onde faltam produtos básicos.
Macron decreta dia de luto nacional
Perante a tragédia, Emmanuel Macron decretou dia de luto nacional para dia 23 de dezembro.
Pelo menos 31 pessoas morreram e mais de 2.000 ficaram feridas, mais de 200 em estado crítico, segundo as autoridades sas.
Mas teme-se que existam centenas ou mesmo milhares vítimas.
Emmanuel Macron explicou que é preciso “permanecer cauteloso quanto aos números” uma vez é provável que haja muitas mais vítimas” , estimou o chefe de Estado.
Além das vítimas mortais, contam-se ainda os estragos de um arquipélago amplamente destruído. Os números são vagos e equanto Macron continua a prometer a chegada de ajuda a todos os cantos da ilha de Mayotte, promete também ajuda para a reconstruir.
Durante uma reunião na capital Mamoudzou com os responsáveis eleitos que, tal como a população, manifestaram a sua impaciência em ver a ajuda anunciada pelo governo chegar efetivamente aos lares, o presidente francês prometeu "construir" com o ministro dos Territórios Ultramarinos, uma "lei especial" que possa facilitar a reconstrução do arquipélgao, explicando que tal não é possível "com os intrumentos atuais".
Além disso, Emmanuel Macron anunciou um “fundo de compensação” para as pessoas não segurados, sem especificar a contribuição. De acordo com um relatório da inspecção geral dos serviços datado de 2020, apenas 6% dos agregados familiares têm seguros as suas casas em Mayotte, segundo explica o jornal francês Le Monde.
A agem do ciclone Chido deixou um rasto de destruição que incluiu dezenas de casas precárias. Para Emmanuel Macron, é tempo de "acabar" com os bairros de lata e "remover habitações que são indignas e perigosas".