A Ucrânia denunciou esta madrugada um "ataque em massa" a infraestruturas energéticas. As autoridades ucranianas decidaram proceder a cortes de energia de emergência.
A Rússia realizou um ataque maciço com mísseis e drones contra as infraestruturas energéticas da Ucrânia, segundo informaram as autoridades ucraianas, numa altura em que aumentam os receios sobre as intenções de Moscovo de devastar a capacidade de produção de energia do país antes do inverno.
“As infraestruturas energéticas são mais uma vez alvo de um ataque maciço do inimigo”, afirmou o Ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko, no Facebook.
“Ataques a instalações de energia estão a acontecer por toda a Ucrânia”, afirmou Galushchenko, acrescentando que estão a ser implementados cortes de energia de emergência em todo o país.
Foram registadas explosões em Kiev, Kharkiv, Rivne, Khmelnytskyi, Lutsk e muitas outras cidades da Ucrânia central e ocidental.
O chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrii Yermak, afirmou num post do Telegram que a Rússia tinha armazenado mísseis para atacar as infra-estruturas ucranianas e travar uma guerra contra os civis durante a estação fria. “Foram ajudados pelos seus aliados loucos, incluindo a Coreia do Norte”, escreveu.
Mais de 280 000 famílias da região de Rivne, no noroeste do país, estão atualmente sem eletricidade devido ao ataque, afirmou o chefe da região, Oleksandr Koval. Há também interrupções no abastecimento de água nas zonas afetadas. Algumas escolas da cidade de Rivne receberam instruções para estudar à distância na quinta-feira.
Zelenskyy apela a uma maior pressão sobre a Rússia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, apelou a uma maior pressão sobre a Rússia, afirmando que esta deve “sentir o que é a guerra”.
No seu discurso noturno de quarta-feira, Zelenskyy afirmou que os recentes ataques de longo alcance a instalações militares russas foram eficazes. No entanto, sublinhou que “a pressão sobre a Rússia deve ser mantida e aumentada a diferentes níveis”.
O ministro da Defesa Rustem Umerov, atualmente em visita à Coreia do Sul, está a discutir com os líderes sul-coreanos as preocupações sobre a possível colaboração da Rússia com a Coreia do Norte na sua guerra contra a Ucrânia.
Entretanto, a istração Biden está a instar a Ucrânia a aumentar o seu exército, recrutando mais tropas e alterando as suas leis para permitir o recrutamento a partir dos 18 anos, em vez dos 25.
Um alto funcionário dos EUA, falando sob anonimato, disse na quarta-feira que a Ucrânia precisa de mais soldados para enfrentar o maior exército da Rússia, à medida que a guerra se aproxima do seu terceiro ano. O funcionário alertou para o facto de a Ucrânia não estar a recrutar ou a treinar tropas suficientes para substituir as que se perderam em combate e, ao mesmo tempo, acompanhar a expansão das forças russas.
A invasão da Ucrânia pela Rússia foi também discutida numa cimeira na Suécia, na quarta-feira, em que participaram os líderes dos países nórdicos e bálticos, assim como o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
Durante a reunião em Harpsund, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, anunciou que os líderes se comprometeram a aumentar o apoio à Ucrânia, incluindo o fornecimento de mais munições.
“Temos um vizinho em dificuldades e temos de o ajudar. Os nossos países são os maiores contribuintes per capita para a Ucrânia”, afirmou Kristersson.
Donald Tusk propôs a criação de uma “polícia marítima” no Mar Báltico para reforçar a segurança regional, uma sugestão que disse ter sido bem recebida pelos outros líderes.