O Hezbollah, que ainda não fez qualquer comentário sobre Husseini, disparou mais rockets contra o norte de Israel. Na última noite, foi mobilizado um quarto contingente militar israelita para operações terrestres no sul do Líbano. Há pelo menos 21 mortos após ataque israelita ao centro de Gaza.
O exército israelita afirma ter matado Suhail Husseini, o comandante do quartel-general do Hezbollah, num ataque a Beirute, na noite de segunda-feira.
Segundo Israel, Husseini “desempenhou um papel crucial na transferência de armas entre o Irão e o Hezbollah” e foi responsável pela distribuição das armas às várias unidades do Hezbollah.
Husseini estava também “envolvido no orçamento e na gestão lógica dos projetos mais sensíveis da organização, incluindo o plano operacional para a guerra”, acrescentaram as forças israelitas.
Husseini terá ainda coordenado ataques contra Israel pelo Líbano e pela Síria, além de ter sido membro do Conselho da Jihad, o organismo que reúne altos dirigentes militares do Hezbollah.
O grupo libanês não confirma, para já, a morte de Husseini.
Rockets contra o norte de Israel
O Hezbollah diz ter disparado mais rockets contra várias localidades do norte de Israel durante a última noite.
O grupo afirma ter atingido posições de artilharia israelita em Dishon e Dalton, bem como em Yir'on, perto da fronteira libanesa.
Na segunda-feira, o Hezbollah afirmou ter atacado uma base militar perto de Telavive, tendo Israel confirmado que a organização xiita libanesa disparou cerca de 190 rockets contra o seu território na segunda-feira.
Mais soldados israelitas no Líbano
Enquanto prossegue a campanha de bombardeamentos aéreos contra o sul de Beirute, uma zona densamente povoada, Israel mobilizou na noite de segunda-feira um quarto contingente militar para o sul do território libanês.
As forças armadas israelitas anunciaram que a 146.ª Divisão de Reserva iniciou na segunda-feira operações terrestres no sul do Líbano.
De acordo com o Times of Israel, o número total de soldados de Israel destacados no Líbano deverá ultraar os 15 mil.
Até agora, a ofensiva israelita no Líbano estava concentrado no lado oriental da fronteira com o Líbano, mas a campanha militar alarga-se a sudoeste.
As forças de Israel insistem que estão a empreender “atividades operacionais limitadas, localizadas e direcionadas” contra o que consideram ser “alvos e infraestruturas terroristas do Hezbollah no sudoeste do Líbano”.
O exército israelita emitiu avisos à população do Líbano para que deixe as suas casas e se dirija para norte do rio Awali.
O governo libanês avança que pelo menos 1,3 milhões de pessoas, mais de um quinto da população do país, foram deslocadas das suas casas devido à intensificação dos bomardeamentos perpetrados por Israel.
Irão para Israel: “Responderemos a qualquer ataque"
O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, avisou Israel para “não pôr à prova” a determinação de Teerão, perante a possibilidade de ataques israelitas em resposta à investida do Irão da semana ada.
“Os nossos mísseis podem atingir todos os seus alvos. Responderemos a qualquer ataque às nossas instituições ou infraestruturas”, afirmou Araghchi durante uma conferência em que se discutiu o impacto do ataque do Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023.
O Irão diz que continuará a apoiar a causa palestiniana tendo em vista a criação do seu próprio Estado. A propósito do ataque israelita que matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, Araghchi deixa claro que a “resistência” a Israel não se baseia numa única pessoa.
Pelo menos 21 mortos no centro de Gaza
Pelo menos 21 pessoas, incluindo cinco crianças e duas mulheres, foram mortas em ataques que atingiram casas no campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, segundo o hospital Al Aqsa, para onde os corpos foram levados.
O hospital também recebeu cerca de dez feridos, entre eles várias crianças.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu continuar a lutar contra os que diz serem os inimigos do país durante uma cerimónia que assinalou os ataques do Hamas de 7 de outubro do ano ado.
“O dia 7 de outubro simbolizará para as gerações o custo do nosso renascimento e demonstrará como estamos determinados e como o nosso espírito é forte”, declarou Netanyahu.
Os últimos ataques somam-se ao crescente número de mortos palestinianos em Gaza, que agora se aproxima de 42.000, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.