Os confrontos entre o Hezbollah e Israel têm ocorrido quase diariamente desde 8 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra entre Israel e o Hamas. Netanyahu adiou 24 horas deslocação a Nova Iorque.
Ibrahim Akil, comandante da Al-Radwan, unidade de elite do Hezbollah, foi morto num novo ataque israelita ao Líbano esta sexta-feira. Além de Akil, Israel confirma ter matado outros elementos de topo da Al-Radwan.
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, a investida a uma alegada posição do Hezbollah nos arredores de Beirute fez, ao todo, 14 mortos e pelo menos 60 feridos, nove dos quais estão em estado crítico.
É o terceiro ataque de Israel a Beirute este ano.
O porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, afirma que Ibrahim Akil e a unidade Radwan, força de elite do Hezbollah, estavam a planear atacar e ocupar as zonas do norte de Israel.
Segundo Hagari, Akil queria "matar inocentes", chegando mesmo a comparar os planos do Hezbollah aos ataques do Hamas a 7 de outubro no sul de Israel que desencadearam a guerra em curso no Médio Oriente.
O representante do exército israelita acrescenta que foi responsável pelo fogo antitanque num posto avançado israelita em 2019 e por um “ataque terrorista” no cruzamento de Megiddo, no norte de Israel, em 2023.
Entretanto, são procurados sobreviventes nos escombros de dois edifícios atingidos pelo bombardeamento em Dahiyeh, a poucos quilómetros do centro de Beirute, onde o grupo militante libanês Hezbollah domina.
"Na sequência do desmoronamento de dois edifícios residenciais na zona de Jamous, nos subúrbios do sul de Beirute, em consequência do ataque israelita, equipas especializadas de busca e salvamento da Direção-Geral da Defesa Civil dirigiram-se para o local a partir de vários centros", declarou a organização na rede social X.
Além de chefe da força de elite do Hezbollah, Ibrahim Akil foi chefe do Conselho da Jihad, o mais alto órgão militar do grupo. O Departamento de Estado dos EUA sancionou Akil pelo seu alegado papel na execução do atentado bombista contra a Embaixada dos EUA em Beirute, em 1983, e por ter dirigido a tomada de reféns americanos e alemães no Líbano. Nos EUA, o líder da unidade Al-Radwan tinha a cabeça a prémio por sete milhões de dólares.
Retaliações de parte a parte
Já esta sexta-feira, o Hezbollah bombardeou o norte de Israel com 140 rockets, um dia depois de o líder do grupo militante, Hassan Nasrallah, ter prometido retaliar contra Israel devido a uma nova vaga de ataques israelitas no sul do país.
No dia anterior, quinta-feira, Israel lançou o bombardeamento mais forte ao Líbano em quase um ano. Foram mais de 50 ataques aéreos que atingiram vários pontos do sul do Líbano.
Os confrontos entre Israel e Hezbollah têm sido frequentes desde 8 de outubro do ano ado, um dia depois de Israel ter declarado guerra ao Hamas na sequência do ataque do grupo palestiniano que vitimou mais de 1.200 pessoas no sul do país.
Netanyahu adia em 24 horas visita aos EUA
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adiou por 24 horas a visita oficial a Nova Iorque devido à situação de segurança no norte de Israel, avança a agência noticiosa AFP.
Netanyahu só partirá rumo aos Estados Unidos na próxima quarta-feira, um dia depois do que ficou inicialmente planeado, para uma viagem de cinco dias em que vai discursar nas Nações Unidas.
O gabinete do líder do executivo israelita tinha dito que Netanyahu se iria encontrar com líderes mundiais à margem do evento, mas não foram dados mais pormenores.