O plano de restruturação gigante do retalho alemão, que enfrenta terceiro processo de insolvência, foi apresentado na terça-feira em Essen. A proposta tem ainda de ser aprovada pelos credores. Mas há dúvidas sobre a viabilidade da empresa a longo prazo. Mais de 10 mil pessoas podem perder o emprego.
O gigante do comércio alemão Karstadt continua a lutar contra o encerramento. A empresa que gere grandes armazéns, a segunda maior empresa do ramo na Europa, apresentou um plano de resgate que inclui o encerramento de lojas e despedimentos.
O plano, que faz parte do atual processo de insolvência, prevê o despedimento de entre 1.400 a 12.800 trabalhadores até ao fim de Agosto. Está também previsto que 16 dos 92 armazéns do grupo encerrem as portas.
O grande objetivo é poupar fundos para pagar aos credores, que devem agora aprovar o plano. Estes incluem arrendatários, fornecedores e também departamento de finanças e o departamento de emprego do Governo alemão, que vai indemnizar os trabalhadores. O plano prevê que estes recebam 22,5 milhões de euros.
Terceira insolvência em quatro anos
Mesmo assim, não está garantido que este plano venha salvar a empresa. Marcel Schäuble, representante do sindicato Ver.di, está bastante cético. “No ado vimos repetidamente que em vez de investir na empresa, o foco estava na redução de custos. Como é sabido, isso não contribuiu para o sucesso”, afirmou o o dirigente sindical, lembrando as várias insolvências ao longo dos últimos anos.
Esta é a terceira vez em quatro anos que os armazéns Karstadt enfrentaram planos de insolvência. A pandemia foi um dos fatores para deterioração da situação financeira da empresa, mesmo recebendo ajuda financeira do Governo da Alemanha. O aumento dos custos e a inflação também contribuíram para os maus resultados financeiros.
Mas a empresa está também sobretudo a sofrer o impacto dos novos hábitos dos consumidores. “Não vejo que seja um conceito de futuro. Não há investimento suficiente e as instalações (existentes) estão a ser fechadas”, explica o economista Gerrit Heinemann, da Universidade de Niederrhein.