O líder supremo do Irão nomeou Mohammad Mokhber para a presidência interina do país e prestou condolências pela morte de Ebrahim Raisi num acidente de helicóptero no domingo,
O primeiro vice-presidente do Irão, Mohammad Mokhber, foi nomeado presidente interino da República Islâmica na segunda-feira, após ter sido anunciada a morte do presidente Ebrahim Raisi.
O anúncio foi feito pelo líder supremo do Irão, que divulgou também uma mensagem de condolências pela morte de Raisi. O Ayatollah Ali Khamenei anunciou, ainda, cinco dias de luto nacional.
Apesar do perfil público discreto de Mokhber, de 68 anos, o político já ocupou posições proeminentes na estrutura de poder do país, nomeadamente nas suas bonyads, ou fundações de solidariedade, grupos alimentados por doações ou bens apreendidos após a Revolução Islâmica de 1979 no Irão, que têm um importante papel na economia iraniana.
Espera-se que Mohammad Mokhber seja presidente interino não mais do que 50 dias, uma vez que a legislação iraniana obriga a que se realizem eleições presidenciais neste prazo quando morre o presidente em funções.
Os corpos do presidente iraniano, do ministro dos Negócios Estrangeiros e de outros responsáveis foram encontrados nos destroços do helicóptero onde seguiam, quando regressavam de uma viagem ao Azerbaijão onde o presidente Reisi se tinha encontrado com o homólogo azeri para a inauguração de uma barragem.
De acordo com uma declaração emitida pela televisão pública do Irão, “não há nenhum sobrevivente” do acidente de helicóptero.
Israel garante que não foi ato de sabotagem
Israel não comentou formalmente as mortes do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amirabdollahian, mas funcionários israelitas disseram sob anonimato a vários órgãos de comunicação social internacionais que o país não está envolvido na queda do helicóptero e que não se tratou de um ato de sabotagem.
A análise de Israel ite ainda que a morte das duas figuras do regime iraniano não deverá alterar significativamente as relações de Telavive com Teerão.
A Mossad, agência de espionagem israelita, tem sido responsabilizada por vários assassinatos e atentados bombistas no interior do Irão nos últimos anos, e a sua força aérea tem bombardeado alvos iranianos no Líbano e na Síria, mas o país raramente comenta estas atividades.
Nos últimos meses, e após o início do conflito Israel-Hamas, Raisi decidira lançar um ataque com drone e mísseis contra Israel, que tem atacado grupos apoiados pelo Irão.
O Hamas, por seu lado, emitiu uma declaração de agradecimento ao presidente iraniano e ao ministro dos Negócios Estrangeiros pelo apoio prestado na guerra contra Israel.
“Estes líderes apoiaram a luta legítima do nosso povo contra a entidade sionista, deram um apoio valioso à resistência palestiniana e fizeram esforços incansáveis de solidariedade e apoio em todos os fóruns e campos para o nosso povo na firme Faixa de Gaza. Fizeram também esforços políticos e diplomáticos significativos para pôr termo à agressão sionista contra o nosso povo palestiniano”, pode ler-se na declaração emitida pelo Hamas, citada pelas agências internacionias.
A União Europeia também já veio expressar "sinceras condolências" pela morte de Raisi e Abdollahian.