Primeiro-ministro israelita voltou a recusar chegar a acordo com o Hamas nos termos exigidos pelos militantes. O grupo palestiniano, por seu lado, diz que sem a cedência de Telavive os reféns israelitas não têm hipótese de regressar.
O primeiro-ministro israelita recusou uma proposta de trégua do Hamas, garantindo que os termos propostos pelo grupo de militantes palestiniano seriam um "ferimento mortal" para a segurança de Israel.
Segundo Netanyahu, o Hamas exigia o fim da guerra, a retirada das forças israelitas de Gaza, "a libertação de todos os assassinos e violadores da Nukhba [unidade do Hamas] e deixar o Hamas intacto. Se concordarmos com isto, os nossos guerreiros caíram em vão. Se concordarmos com isto, não seremos capazes de garantir a segurança dos nossos cidadãos, não seremos capazes de fazer regressar os deslocados às suas casas e o próximo 7 de outubro será apenas uma questão de tempo", defendeu o primeiro-ministro israelita.
Netanyahu, que na semana ada rejeitou, junto do presidente dos Estados Unidos da América e dos aliados europeus, a solução dos dois estados para um eventual cenário pós-guerra, para desagrado de muitos, não tem escapado à contestação interna: os familiares dos reféns israelitas retidos na Faixa de Gaza têm pressionado o governo para que faça mais para trazer de volta aqueles que foram capturados, mesmo que isso signifique chegar a um acordo de tréguas com o Hamas.
Na noite de domingo, famílias e amigos dos reféns iniciaram um protesto junto à residência privada de Netanyahu em Jerusalém e garantem que vão mantê-lo até que o primeiro-ministro "chegue a um acordo para libertar os reféns".
Em comunicado, os organizadores do protesto pediram ainda que Netanyahu diga claramente que "não vai abandonar civis, soldados e outros raptados no desastre de outubro".
Da parte do Hamas, houve entretanto resposta às declarações de Netanyahu: Sami Abu Zuhri, alto responsável do grupo palestiniano, disse às agências internacionais que a recusa do primeiro-ministro israelita das condições apresentadas significa que "não há hipótese do regresso a casa dos reféns", que se estima serem cerca de 130 nesta altura.
Apesar das posições extremadas das duas partes, a diplomacia internacional não abandona esforços para tentar chegar a algum tipo de acordo: segundo o Wall Street Journal, os Estados Unidos, Egito e Qatar vão tentar lançar novas negociações esta semana, que devem começar com mais um esforço para a libertação de reféns e, evnetualmente, levarem a uma retirada das forças israelitas.
No domingo, Israel voltou a realizar um ataque aéreo contra posições do Hezbollah no Líbano. Segundo a AP, matou um dirigente do grupo libanês mas deixou feridos vários civis.