{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/12/10/75-anos-apos-a-declaracao-universal-dos-direitos-do-homem-ainda-faz-sentido" }, "headline": "75 anos ap\u00f3s a Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos do Homem: ainda faz sentido?", "description": "Este dia 10 de dezembro assinala uma celebra\u00e7\u00e3o redonda: \u00e9 o 75\u00ba anivers\u00e1rio da Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos do Homem, um texto que marcou uma viragem importante na hist\u00f3ria da Humanidade", "articleBody": "A 10 de dezembro de 1948, foi adotada a Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos do Homem pela Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas. Faz este ano 75 anos. Considerado o acordo internacional mais importante da Hist\u00f3ria em mat\u00e9ria de direitos humanos, e embora n\u00e3o ratificado por todos os pa\u00edses membros da ONU, este documento lan\u00e7ou as bases para diversos tratados essenciais no mundo do p\u00f3s-guerra. \u0022A ess\u00eancia da Declara\u00e7\u00e3o \u00e9 que todos nascem iguais e t\u00eam direitos humanos desde o nascimento, direitos que s\u00e3o universais e incontest\u00e1veis. Por isso, serviu de base para muitos acordos de direitos humanos\u0022, explica Hugh Williamson, diretor da Human Rights Watch para a Europa e \u00c1sia Central. Quando a Declara\u00e7\u00e3o Universal foi adotada em 1948, havia apenas 58 membros das Na\u00e7\u00f5es Unidas. Apenas 48 pa\u00edses votaram a favor. Atualmente, mais de 190 pa\u00edses am a conven\u00e7\u00e3o e muitos ratificaram tratados juridicamente vinculativos baseados nos princ\u00edpios da Declara\u00e7\u00e3o. Mas este acordo \u00e9 muito mais do que um mero s\u00edmbolo de igualdade e respeito. \u00c9 um guia essencial, que oferece princ\u00edpios intemporais enraizados nos direitos humanos de todas as sociedades. \u0022Penso que vai muito para al\u00e9m do simb\u00f3lico. Mais n\u00e3o seja porque permitiu enquadrar o que se seguiu. Deu origem a uma s\u00e9rie de tratados que abrangem uma vasta \u00e1rea, desde os direitos das crian\u00e7as \u00e0 discrimina\u00e7\u00e3o de g\u00e9nero ou ao o de deficientes ao trabalho\u0022, sublinha Erica Harper, diretora de Estudos de Investiga\u00e7\u00e3o da Academia de Direito Internacional Humanit\u00e1rio e Direitos Humanos de Genebra. \u0022Esta Declara\u00e7\u00e3o foi redigida em resposta a uma s\u00e9rie de acontecimentos mundiais catastr\u00f3ficos, marcando um momento em que todos os Estados puderam unir-se e comprometer-se com os princ\u00edpios fundamentais que devem reger a humanidade\u0022, acrescenta a pesquisadora.\u00a0 Ainda faz sentido? Continuam, no entanto, a existir muitos desafios aos direitos humanos. \u0022 Muitos princ\u00edpios fundamentais, como a liberdade de express\u00e3o, o direito de manifesta\u00e7\u00e3o, a liberdade de associa\u00e7\u00e3o e o direito de organiza\u00e7\u00e3o, quer se trate de sindicatos ou de partidos pol\u00edticos, est\u00e3o a ser violados em todo o mundo\u0022, afirma Hugh Williamson, diretor da divis\u00e3o da Europa e da \u00c1sia Central da Human Rights Watch. Um artigo importante da Declara\u00e7\u00e3o Universal afirma que todas as pessoas t\u00eam direitos humanos fundamentais, independentemente, por exemplo, do g\u00e9nero ou da etnia. Por isso, o racismo \u00e9 um problema enorme na Europa. Cecilia Marcela Bailliet, perita independente da ONU em direitos humanos e solidariedade internacional, diz haver \u0022uma ideia de que a Europa atingiu um certo n\u00edvel de democracia e de respeito pelos direitos humanos\u0022. \u0022A verdade \u00e9 que n\u00e3o existe um sistema perfeito. A Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos do Homem estabelece, por exemplo, o direito de pedir asilo e o direito de sair e regressar ao respetivo pa\u00eds. Na Europa temos muitas restri\u00e7\u00f5es \u00e0 circula\u00e7\u00e3o de pessoas e estas restri\u00e7\u00f5es conduziram n\u00e3o s\u00f3 a viola\u00e7\u00f5es processuais, mas tamb\u00e9m a viola\u00e7\u00f5es do direito \u00e0 vida e mesmo a um tratamento desumano que equivale \u00e0 tortura em situa\u00e7\u00f5es de deten\u00e7\u00e3o\u0022, acrescenta a perita. A Amnistia Internacional Fran\u00e7a, pela voz de Jean-Claude Samouiller, o presidente, tamb\u00e9m destaca as muitas situa\u00e7\u00f5es alarmantes que ocorrem por todo o mundo.\u00a0 \u0022Nos Estados Unidos, o direito ao aborto est\u00e1 a regredir, tal como na Hungria e na Pol\u00f3nia. As nossas principais preocupa\u00e7\u00f5es s\u00e3o hoje Israel, Gaza e os territ\u00f3rios palestinianos ocupados, onde as diferentes partes em conflito violam sistematicamente os direitos humanos, sem respeito pela vida e pela dignidade humana. \u00c9 tamb\u00e9m o caso da Ucr\u00e2nia, onde os bombardeamentos est\u00e3o a afetar civis e infraestruturas n\u00e3o militares\u0022, destaca Samouiller. \u0022Estamos tamb\u00e9m muito preocupados com a situa\u00e7\u00e3o das mulheres no Afeganist\u00e3o, que descrevemos como crimes contra a humanidade, e no Ir\u00e3o, tanto pela situa\u00e7\u00e3o das mulheres como pela de todos os iranianos\u0022, acrescenta. No entanto, em retrospetiva, os observadores do respeito pelos Direitos Humanos por todo o mundo continuam otimistas pelos progressos realizados nos \u00faltimos 75 anos. A Observadora da ONU Cecilia Marcela Bailliet defende que \u0022a Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos do Homem \u00e9 a mais perfeita hist\u00f3ria de emancipa\u00e7\u00e3o, simultaneamente atual, universal e perpetuamente relevante\u0022.\u00a0 \u0022Quando olhamos para o mundo de hoje, somos confrontados com imagens de guerra e destrui\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m somos inspirados pelas incr\u00edveis manifesta\u00e7\u00f5es de solidariedade que se verificam em quase todas as cidades do mundo, em rea\u00e7\u00e3o a viola\u00e7\u00f5es que afetam popula\u00e7\u00f5es de diferentes regi\u00f5es, n\u00e3o s\u00f3 vizinhas, mas tamb\u00e9m muito distantes. Todas exigindo o direito de todos os povos \u00e0 paz\u0022, enaltece Baillet. A especialista em direito internacional humanit\u00e1rio Erica Harper concorda: \u0022Globalmente, temos muito mais respeito e melhor prote\u00e7\u00e3o dos direitos humanos do que em 1948.\u0022\u00a0 \u0022Por exemplo, os direitos das pessoas com defici\u00eancia n\u00e3o eram mencionados na Conven\u00e7\u00e3o de 1948. Tamb\u00e9m foram criados novos direitos. No ano ado, por exemplo, o direito a um ambiente limpo, saud\u00e1vel e sustent\u00e1vel foi reconhecido pelo Conselho dos Direitos do Homem e, posteriormente, pela Assembleia Geral das Na\u00e7\u00f5es Unidas\u0022, acrescenta Harper. Qual \u00e9 a situa\u00e7\u00e3o atual? Para fazer o balan\u00e7o da situa\u00e7\u00e3o dos direitos humanos no mundo, 75 anos ap\u00f3s a ado\u00e7\u00e3o da Declara\u00e7\u00e3o Universal, o Presidente da Amnistia Internacional Fran\u00e7a destaca um dos 30 direitos fundamentais enunciados no documento, enquanto a especialista da ONU Cecilia Marcela Bailliet sublinha a import\u00e2ncia da educa\u00e7\u00e3o para os direitos humanos nas escolas. \u0022Talvez haja um artigo da Declara\u00e7\u00e3o que permite fazer valer todos os outros, que \u00e9 o direito \u00e0 liberdade de express\u00e3o\u0022, sublinha Jean-Claude Samouiller.\u00a0 \u0022\u00c9 fundamental mantermo-nos muito vigilantes em rela\u00e7\u00e3o ao direito de express\u00e3o, ao direito de manifesta\u00e7\u00e3o e ao direito de associa\u00e7\u00e3o, porque estes direitos permitem-nos reivindicar todos os outros. E quando um sistema autorit\u00e1rio se instala, as primeiras v\u00edtimas s\u00e3o os opositores pol\u00edticos, os defensores dos direitos, os jornalistas e os intelectuais\u0022, avisa o presidente da Amnistia Internacional Fran\u00e7a. J\u00e1 a especialista da ONU acredita \u0022firmemente na necessidade de se investir na educa\u00e7\u00e3o em direitos humanos\u0022. \u0022Todas as escolas deveriam ensinar a Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos Humanos. Vivo na Noruega e sei que as crian\u00e7as norueguesas s\u00e3o ensinadas sobre a Conven\u00e7\u00e3o sobre os Direitos da Crian\u00e7a. Elas v\u00e3o para casa capazes de expressar claramente o que isso significa para o Estado, mas tamb\u00e9m para as suas fam\u00edlias. \u00c9 um o enorme em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 emancipa\u00e7\u00e3o\u0022, afirma Cecilia Marcela Bailliet. ", "dateCreated": "2023-11-28T12:26:59+01:00", "dateModified": "2023-12-10T07:01:22+01:00", "datePublished": "2023-12-10T07:00:46+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F07%2F18%2F60%2F1440x810_cmsv2_a4a843b6-c3d6-5da8-aa7d-7b4fbf63751d-8071860.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Um manifestante grita palavras de ordem enquanto segura um cartaz com os dizeres \u0022Parem as bombas\u0022 durante uma manifesta\u00e7\u00e3o de apoio ao povo palestiniano em Val\u00eancia, no dia 19.11.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F07%2F18%2F60%2F432x243_cmsv2_a4a843b6-c3d6-5da8-aa7d-7b4fbf63751d-8071860.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

75 anos após a Declaração Universal dos Direitos do Homem: ainda faz sentido?

Um manifestante grita palavras de ordem enquanto segura um cartaz com os dizeres "Parem as bombas" durante uma manifestação de apoio ao povo palestiniano em Valência, no dia 19.11.
Um manifestante grita palavras de ordem enquanto segura um cartaz com os dizeres "Parem as bombas" durante uma manifestação de apoio ao povo palestiniano em Valência, no dia 19.11. Direitos de autor JOSE JORDAN/AFP or licensors
Direitos de autor JOSE JORDAN/AFP or licensors
De Ilaria Federico
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Este dia 10 de dezembro assinala uma celebração redonda: é o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem, um texto que marcou uma viragem importante na história da Humanidade

PUBLICIDADE

A 10 de dezembro de 1948, foi adotada a Declaração Universal dos Direitos do Homem pela Organização das Nações Unidas. Faz este ano 75 anos.

Considerado o acordo internacional mais importante da História em matéria de direitos humanos, e embora não ratificado por todos os países membros da ONU, este documento lançou as bases para diversos tratados essenciais no mundo do pós-guerra.

"A essência da Declaração é que todos nascem iguais e têm direitos humanos desde o nascimento, direitos que são universais e incontestáveis. Por isso, serviu de base para muitos acordos de direitos humanos", explica Hugh Williamson, diretor da Human Rights Watch para a Europa e Ásia Central.

Quando a Declaração Universal foi adotada em 1948, havia apenas 58 membros das Nações Unidas. Apenas 48 países votaram a favor. Atualmente, mais de 190 países am a convenção e muitos ratificaram tratados juridicamente vinculativos baseados nos princípios da Declaração.

Mas este acordo é muito mais do que um mero símbolo de igualdade e respeito. É um guia essencial, que oferece princípios intemporais enraizados nos direitos humanos de todas as sociedades.

"Penso que vai muito para além do simbólico. Mais não seja porque permitiu enquadrar o que se seguiu. Deu origem a uma série de tratados que abrangem uma vasta área, desde os direitos das crianças à discriminação de género ou ao o de deficientes ao trabalho", sublinha Erica Harper, diretora de Estudos de Investigação da Academia de Direito Internacional Humanitário e Direitos Humanos de Genebra.

Hoje, num contexto político fragmentado e polarizado, até o carácter simbólico da Declaração Universal é de importância vital, porque estes símbolos são uma recordação do que conseguimos decidir em conjunto.
Erica Harper
Diretora de Estudos de Investigação da Academia de Direito Internacional Humanitário e Direitos Humanos de Genebra

"Esta Declaração foi redigida em resposta a uma série de acontecimentos mundiais catastróficos, marcando um momento em que todos os Estados puderam unir-se e comprometer-se com os princípios fundamentais que devem reger a humanidade", acrescenta a pesquisadora. 

Ainda faz sentido?

Continuam, no entanto, a existir muitos desafios aos direitos humanos.

**"**Muitos princípios fundamentais, como a liberdade de expressão, o direito de manifestação, a liberdade de associação e o direito de organização, quer se trate de sindicatos ou de partidos políticos, estão a ser violados em todo o mundo", afirma Hugh Williamson, diretor da divisão da Europa e da Ásia Central da Human Rights Watch. 

Um artigo importante da Declaração Universal afirma que todas as pessoas têm direitos humanos fundamentais, independentemente, por exemplo, do género ou da etnia. Por isso, o racismo é um problema enorme na Europa.

Cecilia Marcela Bailliet, perita independente da ONU em direitos humanos e solidariedade internacional, diz haver "uma ideia de que a Europa atingiu um certo nível de democracia e de respeito pelos direitos humanos".

A União Europeia não é um exemplo perfeito no que se refere ao respeito pelos princípios estabelecidos na Declaração Universal.
Cecilia Marcela Bailliet
Perita independente da ONU em direitos humanos e solidariedade internacional

"A verdade é que não existe um sistema perfeito. A Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece, por exemplo, o direito de pedir asilo e o direito de sair e regressar ao respetivo país. Na Europa temos muitas restrições à circulação de pessoas e estas restrições conduziram não só a violações processuais, mas também a violações do direito à vida e mesmo a um tratamento desumano que equivale à tortura em situações de detenção", acrescenta a perita.

A Amnistia Internacional França, pela voz de Jean-Claude Samouiller, o presidente, também destaca as muitas situações alarmantes que ocorrem por todo o mundo. 

"Nos Estados Unidos, o direito ao aborto está a regredir, tal como na Hungria e na Polónia. As nossas principais preocupações são hoje Israel, Gaza e os territórios palestinianos ocupados, onde as diferentes partes em conflito violam sistematicamente os direitos humanos, sem respeito pela vida e pela dignidade humana. É também o caso da Ucrânia, onde os bombardeamentos estão a afetar civis e infraestruturas não militares", destaca Samouiller.

"Estamos também muito preocupados com a situação das mulheres no Afeganistão, que descrevemos como crimes contra a humanidade, e no Irão, tanto pela situação das mulheres como pela de todos os iranianos", acrescenta.

No entanto, em retrospetiva, os observadores do respeito pelos Direitos Humanos por todo o mundo continuam otimistas pelos progressos realizados nos últimos 75 anos.

A Observadora da ONU Cecilia Marcela Bailliet defende que "a Declaração Universal dos Direitos do Homem é a mais perfeita história de emancipação, simultaneamente atual, universal e perpetuamente relevante". 

"Quando olhamos para o mundo de hoje, somos confrontados com imagens de guerra e destruição, mas também somos inspirados pelas incríveis manifestações de solidariedade que se verificam em quase todas as cidades do mundo, em reação a violações que afetam populações de diferentes regiões, não só vizinhas, mas também muito distantes. Todas exigindo o direito de todos os povos à paz", enaltece Baillet.

A especialista em direito internacional humanitário Erica Harper concorda: "Globalmente, temos muito mais respeito e melhor proteção dos direitos humanos do que em 1948." 

"Por exemplo, os direitos das pessoas com deficiência não eram mencionados na Convenção de 1948. Também foram criados novos direitos. No ano ado, por exemplo, o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável foi reconhecido pelo Conselho dos Direitos do Homem e, posteriormente, pela Assembleia Geral das Nações Unidas", acrescenta Harper.

Qual é a situação atual?

Para fazer o balanço da situação dos direitos humanos no mundo, 75 anos após a adoção da Declaração Universal, o Presidente da Amnistia Internacional França destaca um dos 30 direitos fundamentais enunciados no documento, enquanto a especialista da ONU Cecilia Marcela Bailliet sublinha a importância da educação para os direitos humanos nas escolas.

"Talvez haja um artigo da Declaração que permite fazer valer todos os outros, que é o direito à liberdade de expressão", sublinha Jean-Claude Samouiller. 

"É fundamental mantermo-nos muito vigilantes em relação ao direito de expressão, ao direito de manifestação e ao direito de associação, porque estes direitos permitem-nos reivindicar todos os outros. E quando um sistema autoritário se instala, as primeiras vítimas são os opositores políticos, os defensores dos direitos, os jornalistas e os intelectuais", avisa o presidente da Amnistia Internacional França.

Já a especialista da ONU acredita "firmemente na necessidade de se investir na educação em direitos humanos".

"Todas as escolas deveriam ensinar a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Vivo na Noruega e sei que as crianças norueguesas são ensinadas sobre a Convenção sobre os Direitos da Criança. Elas vão para casa capazes de expressar claramente o que isso significa para o Estado, mas também para as suas famílias. É um o enorme em direção à emancipação", afirma Cecilia Marcela Bailliet.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

UE já prepara reconstrução sustentável da Ucrânia pós-guerra

Hamas liberta 12 reféns, Israel anuncia libertação de 30 prisioneiros palestinianos

Estudante iraniana Armita Garawand morre após quatro semanas em coma