Para a oposição, a proposta "dividiria os australianos em linhas raciais sem reduzir as desvantagens dos indígenas".
Os australianos rejeitaram, este sábado, uma proposta de referendo para criar uma comissão de defesa para aconselhar o Parlamento sobre as políticas que afetam os povos indígenas.
O governo propôs a primeira alteração constitucional desde 1977 como um o em frente nos direitos da minoria étnica mais desfavorecida do país. Mas a votação dividiu os líderes indígenas, bem como a comunidade em geral.
Representando apenas 3,8% da população, os indígenas australianos morrem, em média, oito anos mais cedo do que a população em geral, têm uma taxa de suicídio duas vezes superior à média nacional e sofrem de doenças que foram erradicadas noutros países ricos.
A proposta de reconhecimento dos indígenas foi uma promessa eleitoral do atual primeiro-ministro. Anthony Albanese prometeu, no dia em que foi eleito no ano ado, realizar o referendo e aceitou a responsabilidade pela decisão do seu governo de o realizar. "Eu tinha o dever, como político convicto, de apresentar a proposta ao povo australiano", disse Albanese aos jornalistas. Ao itir a derrota, falou de uma noite difícil para muitos australianos indígenas, e atribuiu o fracasso à campanha dos seus opositores políticos contra a medida.
O apoio bipartidário é considerado essencial para o sucesso de um referendo australiano. Apenas oito de 45 referendos foram bem-sucedidos nos 122 anos de história da Constituição.
Oposição diz que proposta divide australianos
Os opositores afirmaram que a proposta dividiria os australianos em linhas raciais sem reduzir as desvantagens dos indígenas.
O líder da oposição, Peter Dutton, acusou Albanese de criar desnecessariamente uma divisão racial por causa de um referendo condenado. "O primeiro-ministro foi avisado ao longo dos últimos 16 ou 17 meses para não avançar com este referendo e deve ao público australiano um pedido de desculpas por isso", disse Dutton.