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Resgate de migrantes no Mediterrâneo na primeira pessoa

O momento em que a equipa de resgate se aproxima dos migrantes para os trazer para o seu navio seguro.
O momento em que a equipa de resgate se aproxima dos migrantes para os trazer para o seu navio seguro. Direitos de autor Euronews
Direitos de autor Euronews
De Monica Pinna
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Neste episódio de Witness, a repórter Monica Pinna acompanha uma equipa cuja missão é salvar a vida dos migrantes que atravessam o mar Mediterrâneo. Esta reportagem imersiva mostra-lhe os bastidores de uma operação de resgate.

Vivi onze dias a bordo do navio Humanity 1. A organização não-governamental (ONG) alemã SOS Humanity convidou-me para a acompanhar numa operação de busca e salvamento, numa altura em que um número recorde de migrantes tenta chegar às costas europeias. 

A minha missão era contar a história de um salvamento na primeira pessoa. A história daqueles que o realizam e daqueles que fogem.

Há treze nacionalidades de profissionais altamente qualificados e motivados a bordo. "Desde 2015 que viajo entre fronteiras como voluntária", conta Sara, a agente de proteção italiana. 

"Depois de vários anos de experiência na Grécia, na fronteira com a Turquia, senti a necessidade de compreender melhor a fronteira do Mediterrâneo central. Como antropóloga, penso que é muito importante cuidar destas pessoas de uma forma concreta", explica.

Cinco dias depois do início da viagem, acordamos a navegar pela rota migratória mais mortífera em direção à Europa: a do Mediterrâneo central. Dois dias depois, avistamos um barco em perigo.

A tripulação resgata 57 pessoas, sobretudo do Bangladesh. Tinham partido da Líbia na noite anterior ao salvamento.

Desde 2014, mais de 22 mil pessoas morreram ou desapareceram ao tentar atravessar a rota do Mediterrâneo central. Este ano, as partidas da Tunísia foram seis vezes superiores às de 2022. 

As chegadas a Itália dispararam, mas também há mais pessoas a morrer. "Desde o início do ano, mais de 2 mil pessoas morreram afogadas ou desapareceram no mar Mediterrâneo, um número que não víamos desde 2017", sublinha Camilla, a coordenadora de comunicação.

A SOS Humanity diz que há uma necessidade urgente de um programa europeu eficaz de busca e salvamento no mar Mediterrâneo central. 

As operações de salvamento sofreram mais um golpe em janeiro. O governo italiano impôs um novo código de conduta às ONGs. Os navios civis de salvamento são multados ou detidos se efetuarem mais do que um salvamento de cada vez e é-lhes frequentemente atribuído um porto de segurança distante para desembarque.

Os navios das ONGs são enviados, por vezes, para portos situados a 1.400 ou 1.600 quilómetros de distância, "o que nos mantém fora da zona de operação durante dias a fio", lamenta Camilla.

Viajamos durante quatro dias, ao longo de mil quilómetros, desde o local do salvamento até ao porto de segurança, Livorno.

Na Europa, as discussões sobre os migrantes giram frequentemente em torno de números. Quantos chegam? Quantos morrem? Para mim, são apenas pessoas que carregavam fardos pesados. Alguns viajaram durante anos para chegar a este ponto.

As estatísticas dizem que apenas um pequeno número dos que chegam vai conseguir permanecer legalmente na Europa. Muitos vão ser enviados de volta à estaca zero, o seu ponto de partida.

O Humanity 1 está pronto para partir de novo para salvar outros migrantes que fogem da pobreza, das guerras e do desespero. 

Um ciclo sem fim.

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