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Eleições na Turquia foram "livres, mas não justas", dizem observadores

Recep Taiyyp Erdogan, o presidente turco reeleito, e a esposa
Recep Taiyyp Erdogan, o presidente turco reeleito, e a esposa Direitos de autor Necati Savas/MTI/MTI
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No rescaldo da eleição presidencial na Turquia, os observadores internacionais apontam o desequilibrio entre a cobertura mediática da campanha de Erdogan e a do seu adversário, Kilicdaroglu.

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As eleições na Turquia, que culminaram com a reeleição de Recep Tayyp Erdoğan, "foram livres mas não justas": É o que diz a missão de observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE).

Em causa está, entre outros fatores, a muito maior presença de Erdoğan nos media, face ao opositor Kilicdaroglu.

Farah Karimi, Coordenador Especial da OSCE justifica: "Tal como na primeira volta, a cobertura mediática tendenciosa e a falta de condições de concorrência equitativas deram uma vantagem injustificada ao candidato em exercício."

Segundo os Repórteres Sem Fronteiras, cerca de 90% dos meios de comunicação social turcos estão nas mãos do governo ou dos seus apoiantes, o que garantiu um tempo de antena esmagador para o presidente Recep Tayyip Erdogan, que foi reeleito no domingo.

De acordo com os membros da oposição do organismo de controlo da radiodifusão,  Erdogan recebeu quase 33 horas de tempo de antena na principal estação de televisão estatal, enquanto o seu adversário presidencial, Kemal Kilicdaroglu, recebeu 32 minutos. 

A OSCE e a APCE criticaram ainda os discursos contra minorias, protagonizados por ambos os candidatos.

Frank Schwabe, responsável da delegação de observadores da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE)

"Gostaria realmente de exortar, tal como Farah, que se abstenham, após a campanha, de discursos violentos, discursos de ódio contra minorias, quer se trate de LGBTQI de um lado do espetro político de Erdoğan, quer se trate de refugiados, o que infelizmente vimos na segunda volta do outro lado do espetro político, de Kılıçdaroğlu."

Economia: o grande desafio da Turquia

Neste terceiro mandato à frente do país, e depois das eleições mais disputadas desde que está no poder, Erdoğan tem a missão espinhosa de enfrentar uma economia com uma inflação galopante e gerir a reconstrução e a recuperação das zonas afetadas pelos terramotos de fevereiro.

No discurso de vitória, Erdogan disse às dezenas de milhares de apoiantes que o aplaudiam que iriam assistir a uma diminuição da taxa de inflação.

O seu principal método para atacar a diminuição do poder de compra das famílias tem sido libertar a despesa pública, o que - juntamente com a descida das taxas de juro - só piora a inflação, segundo os economistas.

Erdogan aumentou os salários do setor público, aumentou as pensões e permitiu que milhões de pessoas se reformassem mais cedo. Introduziu também subsídios à eletricidade e ao gás e eliminou algumas dívidas das famílias.

Selva Bahar Baziki, economista da Bloomberg Economics, disse à The Associated Press (AP) que vários fatores, incluindo "as políticas frouxas do banco central" e o dinheiro gasto pelo governo nos esforços de socorro ao terramoto, "alimentariam as pressões inflacionistas".

O banco central prevê que a inflação desça para 22% até ao final do ano, mas os economistas da Bloomberg estimam que esse valor se aproxime dos 43%.

Este terceiro mandato dá a Erdogan ainda mais força a nível interno e internacional, e os resultados eleitorais terão implicações muito para além da capital Ancara.

A Turquia está na encruzilhada da Europa e da Ásia e desempenha um papel fundamental na NATO.

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