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Nicola Sturgeon demite-se de primeira-ministra da Escócia mas não da luta

Nicola Sturgeon, Primeira-ministra da Escócia
Nicola Sturgeon, Primeira-ministra da Escócia Direitos de autor Jacquelyn Martin/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Jacquelyn Martin/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.
De Francisco Marques
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Primeira-ministra explica saída antecipada com a necessidade de reforçar a liderança em nome dos interesses da Escócia

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Primeira-ministra da Escócia surpreende com anuncio de demissão, mas, defensora da ligação à União Europeia, Nicola Sturgeon garante que vai manter-se na luta pela autonomia total escocesa.

Um dos maiores símbolos dos últimos anos na luta pela independência escocesa perante o Reino Unido, Nicola Sturgeon anunciou esta quarta-feira a intenção de se demitir do cargo de primeira-ministra da Escócia após oito anos a defender a autonomia das terras altas da Grã Bretanha.

"Anuncio hoje a minha intenção de renunciar ao cargo de primeira-ministra e líder do meu partido. Pedi ao secretrio nacional do SNP [n.: Partido Nacional Escocês] para iniciar o processo de eleição de um novo líder do partido e eu irei ficar no cargo até o meu sucessor ser eleito", afirmou Sturgeon.

Nicola Sturgeon tornou-se primeira-ministra da Escócia em 2014. Foi a primeira mulher a liderar o governo escocês, o único com relativa automia no conjunto do Reino Unido.

Está no cargo há oito anos e sai como o chefe de Governo mais duradouro nas terras altas britânicas.

Numa recente sondagem, mais de 40 por cento dos escoceses defendeu a demissão imediata de Sturgeon, mas a primeira-ministra assegura não estar a ceder à pressão e que esta saída "estava a ser ponderada há semanas".

"Desde os meus primeiros dias no cargo, acreditei que parte de servir bem (o povo) seria saber, quase instintivamente, quando seria o momento certo para abrir caminho para outra pessoa e, quando esse momento chegasse, ter a coragem de o fazer, mesmo que muitos no meu país e no meu partido sentissem ser demasiado cedo", explicou a agora primeira-ministra demissionária.

Na minha cabeça e no meu coração, sei que o momento chegou. É o melhor para mim, para o meu partido e para o país.
Nicola Sturgeon
Primeira-ministra demissionária da Escócia

 O primeiro-ministro britânico agradeceu pelas redes sociais "o longo serviço" e desejou-lhe "o melhor para os próximos os".

"Vamos continuar a trabalhar em estreita colaboração com o governo escocês nos nossos esforços conjuntos para servir as pessoas por toda a Escócia", escreveu ainda Rishi Sunak.

Independentista desde a adolescência

Nicola Sturgeon nasceu a 19 de julho de 1970 em Irvine, North Ayshire. Cresceu durante o período que ela própria descreveu como "os dias de trevas da era Thatcher". Juntou-se ao SNP com 16 anos, persuadida pelo argumento de que a Escócia só podia ter o governo que votou se fosse independente.

Estudou na Universidade de Glasgow, formou-se e trabalhou como advogada. Concorreu sem sucesso ao primeiro cargo político com 22 anos. Foi, então, o mais jovem candidato escocês.

Voltaria a perder em 1997, mas viria a ser eleita por Glasgow para o novo Parlamento escocês, formado após o Ato de 1998, que restituiu alguma autonomia ao país das terras altas.

Os rumores de uma relação amorosa com o chefe executivo do SNP, Peter Murrel, surgiram em 2003. Tinham-se conhecido quando ela ainda era adolescente. Casaram-se em 2010. O casal sofreu um aborto no ano seguinte, revelaria a própria Sturgeon.

A independentista continuou a progredir na política até à vitória esmagadora em 2015, já Sturgeon era primeira ministra por sucessão direta após a saída antecipada de Alex Salmond dos cargos de líder do SNP e do governo, após a derrota num referendo pela independência (55,3% votaram pela permanência no Reino Unido).

O SNP ganhou 56 dos 59 assentos parlamentares da Escócia em Westminster, o parlamento britânico, em Londres. No ano seguinte, novo sucesso nas eleições parlamentares escocesas e a continuidade à frente do governo das terras altas britânicas.

O referendo do Brexit, em 2016, veio cavar ainda mais o fosso entre o governo escocês e o britânico. A luta pela independência saiu reforçada com o divórcio entre os britânicos e a União Europeia.

Conseguir um novo referendo pela independência, agora com mais apoio entre os escoceses, era o grande objetivo de Sturgeon, que destaca ainda assim a pandemia de Covid-19 como, "de longe, o mais difícil" que enfrentou como primeira-ministra.

"Estamos num momento crítico. O bloqueio de um referendo como o que tinha sido aceite como a rota constitucional para a independência é um ultraje democrático, mas coloca em nós o ónus de decidir como a democracia escocesa vai ser protegida e de garantir que a vontade dos escoceses prevalece", explicou a ainda líder do SNP.

Nicola Sturgeon defende que a luta pela independência deve ser "solidificada" e crescer. "Para isso, precisamos de ultraar as divisões na política escocesa e o minha opinião é de que para isso precisamos de um novo líder", concluiu.

A primeira-ministra demissionária garante que não está "a abandonar a política" e vai continuar a lutar pela independência da Escócia.

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