{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2022/04/15/cafe-o-ouro-negro-que-angola-quer-exportar" }, "headline": "Caf\u00e9, o \u0022ouro negro\u0022 que Angola quer exportar", "description": "Com as condi\u00e7\u00f5es naturais ideiais para a produ\u00e7\u00e3o de caf\u00e9, Angola quer ganhar terreno no mercado global e est\u00e1 a apostar na exporta\u00e7\u00e3o, para fugir da depend\u00eancia do petr\u00f3leo.", "articleBody": "Cobi\u00e7ado por apreciadores de todo o mundo, o caf\u00e9 angolano quer voltar a dar cartas no mercado global e a posicionar o pa\u00eds como um dos maiores exportadores do que localmente j\u00e1 foi tido como o \u0022 ouro negro \u0022.\u00a0 Riqueza nas m\u00e3os dos pequenos produtores Em Angola, nas regi\u00f5es historicamente ligadas \u00e0 produ\u00e7\u00e3o, as planta\u00e7\u00f5es est\u00e3o a expandir-se. com especial destaque para a cidade de Quiculungo . O cultivo de caf\u00e9 na regi\u00e3o, a leste da capital, remonta ao in\u00edcio do s\u00e9culo XIX, pela m\u00e3o de uma produtora brasileira. Na d\u00e9cada de 1970, a produ\u00e7\u00e3o rondava o quarto de milh\u00e3o de toneladas por ano. A guerra civil obrigou a uma paragem, mas hoje, ap\u00f3s quase duas d\u00e9cadas de paz, Angola quer voltar a ser um dos maiores produtores de caf\u00e9. O c af\u00e9 Cazengo \u00e9,\u00a0 de acordo com os investigadores, \u00a0um dos produtores mais din\u00e2micos entre as\u00a0 explora\u00e7\u00f5es agr\u00edcolas da regi\u00e3o, ao trabalhar com cerca de 500 cafeicultores. \u0022Nos tempos coloniais, foi o caf\u00e9 que moveu a sua economia. O munic\u00edpio foi constru\u00eddo com base no caf\u00e9. Exportamos principalmente para os Estados Unidos, mas tamb\u00e9m temos o nosso website, onde vendemos internacionalmente\u0022, revela a diretora comercial da empresa, Camila Paula. A marca faz parte das 25 mil pequenas explora\u00e7\u00f5es agr\u00edcolas que produzem cerca de metade do caf\u00e9 do pa\u00eds. A restante produ\u00e7\u00e3o est\u00e1 a cargo de cerca de 500 fazendas. Al\u00e9m da produtividade, a empresa diz-se comprometida com projetos de responsabilidade social, como o de \u0022 ajudar os produtores de caf\u00e9 a formalizar as suas cooperativas\u0022 . Os produtores est\u00e3o tamb\u00e9m a receber ajuda de um programa europeu em colabora\u00e7\u00e3o com a ONU, com vista a fomentar o setor privado e a diversificar a economia de Angola, ainda muito dependente do petr\u00f3leo. Grandes apostam na diversifica\u00e7\u00e3o A agricultura, que atualmente representa cerca de 13% do PIB do pa\u00eds, parece ser a chave para o sucesso. Entre os grandes produtores nacionais est\u00e1 a Fazenda Vissolela , que dedica j\u00e1 um quinto da sua \u00e1rea de produ\u00e7\u00e3o ao caf\u00e9, atrav\u00e9s \u0022 de mil hectares, todos focados em caf\u00e9s especiais. Assim, ser\u00e3o 100 hectares de cada variedade de caf\u00e9 Ar\u00e1bica, e 80% destes caf\u00e9s v\u00e3o ser exportados\u0022, conta\u00a0 Guilherme Diniz, diretor-geral da fazenda . O investimento est\u00e1, de acordo com a empresa, a dar resultados. \u00c9nio Miranda, s\u00f3cio-gerente da Vissolela, diz que \u0022e ste ano j\u00e1 temos uma boa fatura\u00e7\u00e3o. No pr\u00f3ximo ano e todos os anos vamos duplicar, todos os anos para duplicar essa fatura\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o, este ano \u00e9 o in\u00edcio de um futuro risonho. Pode apostar, porque o caf\u00e9 \u00e9 o futuro, sempre foi o ado, e ser\u00e1 o futuro de Angola\u0022. Condi\u00e7\u00f5es naturais favor\u00e1veis Uma combina\u00e7\u00e3o de fatores faz do pa\u00eds o territ\u00f3rio ideal para o cultivo de caf\u00e9. Guilherme Diniz explica que \u0022e m termos de qualidade, o primeiro requisito \u00e9 a altitude. Estamos a 1.200 a 1.300 metros de altitude, [o que \u00e9] excelente para a qualidade\u0022. Em compara\u00e7\u00e3o a outras partes do mundo, Angola beneficia da geografia e dos recursos naturais fundamentais para a produ\u00e7\u00e3o de caf\u00e9. \u0022Temos topografia, [que] facilita a mecaniza\u00e7\u00e3o, temos uma abund\u00e2ncia de \u00e1gua, o que facilita a irriga\u00e7\u00e3o e o aumento da produtividade\u0022, acrescenta. O potencial foi j\u00e1 validado por especialistas, como os investigadores do Centro de Pesquisa Agr\u00edcola [CIRAD], sediado em Paris. Com o apoio da Uni\u00e3o Europeia, a investiga\u00e7\u00e3o envolveu peritos de Angola, Portugal, Argentina e Fran\u00e7a. De acordo com C\u00e9cile Bessou, uma das investigadoras do CIRAD,\u00a0 \u0022existe uma verdadeira motiva\u00e7\u00e3o dos governos, governos locais, mas tamb\u00e9m de institui\u00e7\u00f5es internacionais como a Uni\u00e3o Europeia, para revitalizar este setor em colabora\u00e7\u00e3o com alguns agentes locais, que s\u00e3o muito din\u00e2micos e est\u00e3o a tentar inovar para trazer o setor do caf\u00e9 em Angola de volta \u00e0 sua antiga gl\u00f3ria\u0022. ", "dateCreated": "2021-09-02T16:40:28+02:00", "dateModified": "2022-04-15T18:28:39+02:00", "datePublished": "2022-04-15T11:00:41+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F02%2F60%2F08%2F1440x810_cmsv2_398f8a6d-80b2-5fa8-8b31-aefbba067b61-6026008.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Com as condi\u00e7\u00f5es naturais ideiais para a produ\u00e7\u00e3o de caf\u00e9, Angola quer ganhar terreno no mercado global e est\u00e1 a apostar na exporta\u00e7\u00e3o, para fugir da depend\u00eancia do petr\u00f3leo.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F02%2F60%2F08%2F432x243_cmsv2_398f8a6d-80b2-5fa8-8b31-aefbba067b61-6026008.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Burns", "givenName": "Chris", "name": "Chris Burns", "url": "/perfis/1440", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@cwburnstorm", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue anglaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Café, o "ouro negro" que Angola quer exportar

Em parceria com
Café, o "ouro negro" que Angola quer exportar
Direitos de autor euronews
Direitos de autor euronews
De Chris BurnsDinamene Cruz
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Com as condições naturais ideiais para a produção de café, Angola quer ganhar terreno no mercado global e está a apostar na exportação, para fugir da dependência do petróleo.

PUBLICIDADE

Cobiçado por apreciadores de todo o mundo, o café angolano quer voltar a dar cartas no mercado global e a posicionar o país como um dos maiores exportadores do que localmente já foi tido como o "ouro negro". 

Riqueza nas mãos dos pequenos produtores

Em Angola, nas regiões historicamente ligadas à produção, as plantações estão a expandir-se. com especial destaque para a cidade de Quiculungo.

O cultivo de café na região, a leste da capital, remonta ao início do século XIX, pela mão de uma produtora brasileira. Na década de 1970, a produção rondava o quarto de milhão de toneladas por ano. A guerra civil obrigou a uma paragem, mas hoje, após quase duas décadas de paz, Angola quer voltar a ser um dos maiores produtores de café.

O café Cazengo é,de acordo com os investigadores, um dos produtores mais dinâmicos entre as explorações agrícolas da região, ao trabalhar com cerca de 500 cafeicultores.

"Nos tempos coloniais, foi o café que moveu a sua economia. O município foi construído com base no café. Exportamos principalmente para os Estados Unidos, mas também temos o nosso website, onde vendemos internacionalmente", revela a diretora comercial da empresa, Camila Paula.

A marca faz parte das 25 mil pequenas explorações agrícolas que produzem cerca de metade do café do país. A restante produção está a cargo de cerca de 500 fazendas.

Além da produtividade, a empresa diz-se comprometida com projetos de responsabilidade social, como o de "ajudar os produtores de café a formalizar as suas cooperativas".

Os produtores estão também a receber ajuda de um programa europeu em colaboração com a ONU, com vista a fomentar o setor privado e a diversificar a economia de Angola, ainda muito dependente do petróleo.

Grandes apostam na diversificação

A agricultura, que atualmente representa cerca de 13% do PIB do país, parece ser a chave para o sucesso.

Entre os grandes produtores nacionais está a Fazenda Vissolela, que dedica já um quinto da sua área de produção ao café, através "de mil hectares, todos focados em cafés especiais. Assim, serão 100 hectares de cada variedade de café Arábica, e 80% destes cafés vão ser exportados", conta Guilherme Diniz, diretor-geral da fazenda.

O investimento está, de acordo com a empresa, a dar resultados.

Énio Miranda, sócio-gerente da Vissolela, diz que "este ano já temos uma boa faturação. No próximo ano e todos os anos vamos duplicar, todos os anos para duplicar essa faturação. Então, este ano é o início de um futuro risonho. Pode apostar, porque o café é o futuro, sempre foi o ado, e será o futuro de Angola".

Condições naturais favoráveis

Uma combinação de fatores faz do país o território ideal para o cultivo de café.

Guilherme Diniz explica que "em termos de qualidade, o primeiro requisito é a altitude. Estamos a 1.200 a 1.300 metros de altitude, [o que é] excelente para a qualidade".

Em comparação a outras partes do mundo, Angola beneficia da geografia e dos recursos naturais fundamentais para a produção de café.

"Temos topografia, [que] facilita a mecanização, temos uma abundância de água, o que facilita a irrigação e o aumento da produtividade", acrescenta.

O potencial foi já validado por especialistas, como os investigadores do Centro de Pesquisa Agrícola [CIRAD], sediado em Paris. Com o apoio da União Europeia, a investigação envolveu peritos de Angola, Portugal, Argentina e França.

De acordo com Cécile Bessou, uma das investigadoras do CIRAD, "existe uma verdadeira motivação dos governos, governos locais, mas também de instituições internacionais como a União Europeia, para revitalizar este setor em colaboração com alguns agentes locais, que são muito dinâmicos e estão a tentar inovar para trazer o setor do café em Angola de volta à sua antiga glória".

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notícia

Notícias relacionadas

Alguém aceita um café gerado por inteligência artificial?

Cafezais moçambicanos coabitam com a floresta tropical

Covid-19: Corrida às vacinas provoca longas filas em Luanda