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Talib\u00e3s na R\u00fassia Em Moscovo, Valentina Matviyenko, porta-voz do Conselho da Federa\u00e7\u00e3o Russa, abriu a porta a um reconhecimento do atual governo talib\u00e3 do Afeganist\u00e3o pelo Kremlin, mas sob condi\u00e7\u00e3o de o executivo ser inclusivo em termos da sociedade afeg\u00e3 e respeitar os direitos humanos. \u0022Os talib\u00e3s tomaram o poder, controlam todo o pa\u00eds e \u00e9 necess\u00e1rio manter o di\u00e1logo com eles, \u00e9 necess\u00e1rio reunirmo-nos com eles\u0022, afirmou Valentina Matviyenko, sublinhando a import\u00e2ncia desses os como forma de \u0022convencer os talib\u00e3s a formarem um governo verdadeiramente inclusivo que n\u00e3o s\u00f3 inclua representantes das tribos e de etnias, das pessoas que residem no territ\u00f3rio, mas tamb\u00e9m de todas as for\u00e7as pol\u00edticas\u0022. A porta-voz colocou ainda a Federa\u00e7\u00e3o russa ao lado de toda a comunidade internacional, no apelo ao Afeganist\u00e3o para se \u0022aliar aos estados civilizados, garantindo e protegendo os direitos humanos, sobretudo os das mulheres e crian\u00e7as\u0022. \u0022A quest\u00e3o do reconhecimento ou n\u00e3o reconhecimento n\u00e3o \u00e9 hoje a prioridade. Se, em resultado deste di\u00e1logo, os talib\u00e3s aceitarem essas condi\u00e7\u00f5es que mencion\u00e1mos, n\u00e3o apenas aprova-las por escrito, mas de facto implementa-las com a\u00e7\u00f5es, julgo que isto poder\u00e1 levar ao seu reconhecimento uma vez que eles s\u00e3o o atual governo no pa\u00eds\u0022, explicou Valentina Matviyenko, citada pela ag\u00eancia TASS . Den\u00fancia de crimes Apesar dos aparentes esfor\u00e7os diplom\u00e1ticos para receberem o reconhecimento internacional, os talib\u00e3s continuam a ser denunciados por atos criminosos, por exemplo, contra jornalistas e mulheres. 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Talibãs agridem jornalistas durante protesto de mulheres

Talibãs agridem jornalistas durante protesto de mulheres
Direitos de autor BULENT KILIC/AFP
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De Francisco Marques
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Os profissionais faziam a cobertura da manifestação em Cabul pelos direitos femininos de estudar e trabalhar. As manifestantes conseguiram concluir a marcha

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Vários jornalistas foram perseguidos e agredidos por elementos afetos ao governo interino talibã do Afeganistão, esta quinta-feira, em Cabul.

Os profissionais da comunicação social tentavam fazer a cobertura de uma manifestação de mulheres, mas foram perseguidos por homens armados alegadamente afetos ao governo do movimento islâmico imposto pela força em meados de agosto.

As imagens estão a correr mundo e surgem um dia depois da terceira sessão de conversações em Moscovo sobre o Afeganistão, a primeira com representantes dos talibãs, agora no poder.

Na reunião, em que participaram também emissários dos governos da Índia, do Irão, do Paquistão e da China, num formato de cimeira iniciado em 2017 ainda com o governo eleito afegão no poder, foi itido o reconhecimento do executivo talibã sob certas condições, colocadas em causa pelo sucedido esta quinta-feira em Cabul.

As agressões a jornalistas ocorreram durante uma marcha de mais de duas dezenas de mulheres, que durante cerca de uma hora percorreram algumas ruas no centro de Cabul, reclamando pelo direito a estudar e trabalhar, algo que os talibãs lhes têm vindo a reprimir desde que tomaram o poder.

Um ativista pelos direitos civis, citado de forma anónima pela agência "Pajhwok", alega que algumas mulheres estão a ser obrigadas a mendigar

Nas imagens é percetível ouvir-se os jornalistas a identificarem-se perante os elementos armados que os perseguem, sendo no entanto alguns agredidos pelos homens afetos ao regime talibã.

Desta vez, de acordo com um jornalista presente, afeto à Press, a manifestação de mulheres decorreu sem oposição dos talibãs apesar de algumas tentativas para lhes interromper a marcha.

Talibãs na Rússia

Em Moscovo, Valentina Matviyenko, porta-voz do Conselho da Federação Russa, abriu a porta a um reconhecimento do atual governo talibã do Afeganistão pelo Kremlin, mas sob condição de o executivo ser inclusivo em termos da sociedade afegã e respeitar os direitos humanos.

"Os talibãs tomaram o poder, controlam todo o país e é necessário manter o diálogo com eles, é necessário reunirmo-nos com eles", afirmou Valentina Matviyenko, sublinhando a importância desses os como forma de "convencer os talibãs a formarem um governo verdadeiramente inclusivo que não só inclua representantes das tribos e de etnias, das pessoas que residem no território, mas também de todas as forças políticas".

A porta-voz colocou ainda a Federação russa ao lado de toda a comunidade internacional, no apelo ao Afeganistão para se "aliar aos estados civilizados, garantindo e protegendo os direitos humanos, sobretudo os das mulheres e crianças".

"A questão do reconhecimento ou não reconhecimento não é hoje a prioridade. Se, em resultado deste diálogo, os talibãs aceitarem essas condições que mencionámos, não apenas aprova-las por escrito, mas de facto implementa-las com ações, julgo que isto poderá levar ao seu reconhecimento uma vez que eles são o atual governo no país", explicou Valentina Matviyenko, citada pela agência TASS.

Denúncia de crimes

Apesar dos aparentes esforços diplomáticos para receberem o reconhecimento internacional, os talibãs continuam a ser denunciados por atos criminosos, por exemplo, contra jornalistas e mulheres.

Numa conferência organizada pela organização Nações Unidas Mulheres, a editora da principal agência de notícias afegã, a Pajhwork Afghan News, disse que desde que os talibãs chegaram ao poder pelo menos cinco jornalistas foram assassinados e mais de 10 foram torturados

"Sou uma jornalista experiente já com algum tempo de trabalho, mas agora não posso falar dos nossos problemas dentro do nosso país", lamentou a editora, citada pela agência EFE.

Fariza Kekzad lamentou ainda que em março deste ano havia no Afeganistão 1.700 mulheres a trabalhar em meios de comunicação ou como jornalistas, um número agora reduzido a cerca de trinta, das quais apenas três surgem ainda diante das câmaras.

Outras fontes • AFP, EFE

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