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Sem-abrigo, os "esquecidos" da pandemia

Sem-abrigo, os "esquecidos" da pandemia
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ONG alertam para reforço da exclusão social com efeitos duradouros

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Na capital sa, Paris, os sem-abrigo estão entre as populações mais à mercê da pandemia de coronavírus.

Gilles Beulens, sem-abrigo:"Tenho medo e não só... É preciso ter muito cuidado."

Gilles vive na rua há três anos, mas não hesita em gastar uma parte do que consegue arrecadar para se proteger. Questionado sobre se lhe deram as máscaras que usa, responde:

"Não, tive de as comprar. Custou-me 4,9 euros [...] para me proteger."

As organizações de caridade afirmam que os cerca de 300.000 sem-abrigo que se estima que existam em França não fazem parte das prioridades do governo nesta crise. Não há testes suficientes, nem alojamentos temporários.

Questionada sobre se ouviu falar de vacinas para estas pessoas, uma enfermeira dos serviços sociais da capital sa é categórica.

Pauline Loison, enfermeira do SAMU Social Paris:"Não, ainda não. Não faz parte das recomendações que nos foram feitas, nem nos falaram nisso até ao momento. Penso que, tal como com os testes PCR e a antigénios, vai ser complicado vacinar os que vivem na rua."

Complicado mas essencial, como parecem frisar os números, com uma taxa de contaminação entre os sem-abrigo muito acima da população geral.

Anelise Borges, euronews:"Os sem-abrigo estão entre os mais afetados pela crise do coronavírus e entre os mais infetados com a doença. Em Paris, a taxa de contaminação da população em geral é de cerca de 12 por cento, mas alcançou os 40 por cento entre os que vivem na rua."

Uma das consequências da pandemia em França, foi a agem de um milhão de pessoas para debaixo do limiar da pobreza.

As ONGs alertam para o facto de que muitas dessas pessoas poderão acabar também na rua.

Christophe Robert, Fundação Abbé Pierre:"A crise é como uma bomba relógio para todos os que viram diminuir os recurso e que se arriscam a não conseguir pagar rendas, arriscando-se assim a ser expulsos das suas casas. Oito milhões de pessoas estão atualmente a bater à porta dos bancos alimentares. Não são capazes de responder às necessidades mais básicas, por isso a situação é extremamente perigosa."

Por todo o mundo, a crise sanitária expôs e aprofundou as desigualdades sociais.

E novos hábitos, como o distanciamento social, poderão exacerbá-las no futuro, criando um novo ciclo de exclusão social com consequências mais duradouras do que a atual pandemia.

Gilles Beulens, sem-abrigo:"É cada vez pior, o pânico instala-se cada vez mais entre as pessoas. Já não te dirigem a palavra e só falam do Covid. Têm medo e já não falam contigo... É assustador. É pior [do que a doença]."

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